sábado, 9 de maio de 2020

5 052 - O penúltimo dia da IAO na Mata do Soares; mortes em Angola!

Grupo de furriéis milicianos do BCAV. 8423 à porta da sua casa do Quitexe: Cândido Pires 

(à civil), António Cruz, José Pires (TRMS), Armindo Reino, Grenha Lopes, Norberto Morais 
e Agostinho Belo. À frente, António Lopes (enfermeiro)
Furriéis milicianos do BCAV. 8423 na entrada da Messe de
 Sargentos do Quitexe. Atrás, António Flora, Luís Costa,
Francisco Bento, Agostinho Belo (de óculos), Viegas e An-

tónio Fernandes. À frente, Abrantes, Graciano e Rabiço

As Cavaleiros do Norte estavam,  9 de Maio de 1974, em véspera de concluir a Instrução Altamente Operacional (IAO), que desde o dia 3 decorria na Mata do Soares, arredores do Campo Militar de Santa Margarida.
Era uma quinta-feira e a leitura da imprensa do dia dava conta de mais mortes no ultramar, nomeadamente em Angola, para onde iríamos partir dentro de três semanas. E para cuja missão nos preparávamos.
Mortos em combate, foram os soldados José Francisco Barros Marques, de S. Pedro do Sul, e Manuel Jorge da Silva Heleno, de Vagos e deixando viúva Maria de Fátima de Jesus da Silva. Além deles, também Venâncio Dinis Albano, do recrutamento local e de Malange, casado com Marta Ferraz.
O comunicado do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas Portuguesas dava conta, também, da norte em combate, em Moçambique, de um furriel miliciano da Força Aérea, José Carlos Araújo da Silva, de Figueira de Castelo Rodrigo, e do 1º. cabo GEP Alberto Salimo, do recrutamento local e natural da Ilha de Moçambique. Na Guiné, o furriel miliciano Arnaldo do Nas-cimento Carneiro Carvalho, de Vila Flor, e do soldado Manuel Martins Lopes, de Abrantes.
Enquanto isso, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 preparavam malas para a viagem a Angola. Cada vez mais próxima!
O Enclave de Cabinda

Movimentos contra a
independência de Cabinda

Um ano depois e com o BCAV. 8423 por terras do Uíge, discutia-se a possibilidade de o Enclave de Cabinda se tornar independente, plano apoiado por Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire.
«Para que continue angolano ou se torne independente, em ambos os casos é preciso organizar um referendo e pedir a opinião dos próprios cabindenses, visto não se poder impor ao território qualquer uma das soluções», disse o presidente Mobutu, falando em Kinshasa.
Os três movimentos de libertação de Angola - o MPLA, a FNLA e a UNITA - eram contra essa independência - que, de resto, nunca deixou de ser angolano e é hoje a província mais a norte de Angola, limitada pela República do Congo, a norte; pela República Democrática do Congo, antigo Zaire, a leste e sul; e pelo Oceano Atlântico, a oeste. A capital é a cidade de Cabinda, conhecida nos dialectos locais como Tchowa ou Tchiowa, e o enclave/província tem 7 283 kms2 e, mais ou menos, 718 076 habitantes.

A. Rabiço
A. Lopes
Promoções de Lopes e Rabiço
a furriéis milicianos !

A promoção de António Lopes e Ângelo Rabiço, enfermeiros dos Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423, a furriéis milicianos, foi publicada na Ordem de Serviço 109, do RC4 e a 9 de Maio de 1974. Há 46 anos.
António Maria Verdelho da Silva Lopes é natural de Vendas Novas e lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Foi Cavaleiro do Norte da CCS e fez carreira profissional como funcionário público, na Autoridade Tributária e Aduaneira (Finanças). Já aposentado, mora na sua alentejana cidade natal.
Ângelo Tuna Rabiço é de Mascozelo, freguesia de Campeã, em Vila Real, e integrou a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e foi professor primário, agora já aposentado. Mora em Guimarães.



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