sexta-feira, 5 de junho de 2020

5 078 - Carmona sem mantimentos, ao quinto de de Junho de 1975!

Helicóptero na parada do BC12, para evacuar feridos para os hospitais de Luanda, nos dramáticos
primeiros dias de Junho de 1975, há 45  precisamente anos! Ao fundo, vêem-se alguns dos  civis ali 

refugiados. O 1º. cabo da esquerda, sentado, parece ser o escriturário Jorge Pinho. Setrá?

Os 1º.s cabos João Francisco Lavadinho Estrela (operador-
-cripto) com a esposa, e Domingos Teixeira (estofador), no 
encontro de 2016, em Custóias. É natural de Campo 
Maior mas trabalha e mora na Amadora

A cidade de Carmona, actual Uíge e capital desta província angolana, era, há 45 anos e por estes dias desse Junho de 1975, era ainda um campo vivo de sangrentos combates, confrontando-se directamente as forças armadas da FNLA de Holden Roberto e o MPLA de Agostinho Neto.
Os dois movimentos eram, com a UNITA (praticamente inexistente nas terras uíjanas), os alegados combatentes da independência de Angola mas, pela terra uíjana (e noutras) andavam brutalmente envolvidos em violentas lutas, nalguns casos corpo-a-corpo, que resultaram em centenas ou milhares de mortos - nunca ninguém saberá... -, enlutando a terras e os chãos uíjanos. 
O ministro N´Gola Kabangu, do Interior e dirigente da FNLA, voou a 4 de Junho de 1975 de Luanda para a capital do Uíge para, segundo o Diário de Lisboa, que citamos, «controlar as forças do seu partido». Sem grande êxito, valha a verdade. E mesmo assim, continuava «o êxodo das populações civis da região».
Holden Roberto e  N´Gola Kabangu,
presidente e dirigente da FNLA

Carmona com ambiente tenso
e sem mantimentos

O dia 5 de Junho de 1975, hoje se fazem 45 anos, era uma quinta-feira, já íamos por Carmona  no 5º. dia de confrontações e «o ambiente continua(va) tenso», embora, como noticiava o Diário de Lisboa dessa tarde, «não houve quaisquer incidentes na noite de ontem para hoje». Problema, e grave, era a falta de abastecimentos. A cidade uíjana, na verdade,  estava «privada de mantimentos», relatava o DL. E isso era, 0bviamente um grave problema.
Enquanto isso, ainda não tinham terminado as operações de recolha dos feridos, que estavam a ser evacuados para os hospitais de Luanda. O de Carmona estava mais que sobrelotado. E contavam-se os mortos, mas... sabe-se lá quantos!
O ministro N´Gola Kabangu, agora acompanhado pelo general Ferreira Macedo (comandante militar português em Angola), continuava na cidade, ponde chegara no dia 2,  e terá ordenado aos combatentes da FNLA (o seu partido) para «evitarem confrontações na cidade e cooperarem com as forças militares portuguesas e da UNITA».
Manuel Barroso
Barroso e Pimenta (falecido
 7 de Janeiro de 2020), dois
 «zalalas» de Vila do Conde 

Barroso de Zalala,  68
anos em Vila do Conde !

O soldado Manuel Joaquim Faria Barroso, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Maria João, em Zalala, comemora 68 anos a 6 de Junho de 2020.
Cavaleiro do Norte do capitão miliciano Davide Castro Dias, passou depois por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, sempre integrando o grupo de combate do alferes miliciano Mário Jorge de Sousa, especialista de Operações Especiais (Rangers) com os furriéis milicianos Victor Costa e os já falecidos Évora Soares e Baldy Pereira. 
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 e fixou-se em Vila do Conde, onde, agora já aposentado. foi comerciante de legumes e frutas.
É para lá e para ele que vai o nosso abraço de parabéns!


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