sexta-feira, 12 de junho de 2020

5 085 - A calma e os efeitos dos violentos combates do Uíge angolano!

Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, na entrada da messe de  sargentos do Quitexe, todos furriéis
 milicianos: Ribeiro e Fernandes (de  mãos dadas), Viegas, Belo (de óculos), Grenha Lopes (tapado),
 Bento, Costa (Morteiros) e Flora. À frente, Rabiço, Graciano e Abrantes (de cachimbo)
Furriel Manuel Machado e Joaquim Moreira, que
amanhã festeja 68 anos, aqui  no encontro
 que ele mesmo organizou em Penafiel (2019)

Os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 concluíram a rotação para Carmona a 12 de Junho de 1975, rodando do Songo.
A operação começara no dia 6, «porquanto era imperioso obter um efectivo que permitisse acorrer a situações semelhantes às vividas na primeira semana do mês», como se explica no livro «História da Unidade». A primeira semana de Junho de 1975, recordemos, que foi a dos sangrentos combates entre as forças militares da FNLA e do MPLA pelos chão do Uíge. 
A situação geral, por Angola e a esse tempo, estava aparentemente normalizada. «É completamente calma, embora ainda se continue a sentir os efeitos dos violentos combates que se registaram no últimos dias», reportava o Diário de Lisboa do dia 11. A 12, o mesmo jornal da tarde referia que a excepção era Henrique de Carvalho, no leste, «onde se registaram confrontações de dimensões ainda desconhecidas». 
Confirmava-se nesse dia que a Cimeira de Nairoby seria a 15 de Junho, entre os três movimentos de libertação de Angola, e por Luanda passou Jonas Savimbi, presidente da UNITA, «onde se avistou com diversas personalidades» e de seguida voou para o Quénia.
O Diário de Luanda desse mesmo dia anunciava a constituição de Delegação do MPLA à Cimeira: Agostinho Neto, Lúcio Lara, Hermínio Escórcio, Lopo do Nascimento, Van-Dunen, Diógenes Boavida, Iko Carreira, Maria do Carmo Medina, Nito Alves, Afonso N´Binda e Victor Carvalho.
Almeida e Brito

Comandante no  
do Sector do Uíge

Um ano antes, a 12 de Junho de 1974, o comandante Carlos Almeida e Brito, tenente-coronel de Cavalaria, deslocou-se a Carmona, ao Comando do Sector do Uíge (CSU), para «estabelecer contactos operacionais».
O BCAV. 8423, ao tempo, ainda não tinha assumido responsabilidades operacionais na sua (futura) Zona de Acção (ZA). ZA que, aliás, já era bem conhecida do tenente-coronel Almeida e Brito, pois lá estiveram em 1968, como oficial adjunto da BCAV. 1917.
A responsabilidade operacional era ainda do BCAÇ. 4211, cujo comandante recebera Almeida e Brito e o capitão José Paulo Falcão a 27 de Maio - quando lá se deslocaram, via FAP e pelo aeroporto do Negage, para «os primeiros contactos» - que foram os mínimos, mesmo «muito superficiais», por desnecessários, devido ao conhecimento que da ZA tinha o comandante do BCAV. 8423.
Coelho (Buraquinho) e
 Moreira em 1974/75

Moreira, o maqueiro,
65 anos em Penafiel!

O soldado Joaquim Ribeiro Moreira, da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 13 de Junho de 2020.
Maqueiro de especialidade militar, o Moreira era natural e residia no lugar de Outeiro, na freguesia penafidelense de Duas Igrejas. Lá voltou, no final da comissão angolana, a 8 de Setembro de 1975, e a partir de lá e correndo mundos fez vida profissional, como empresário do sector dos transportes.
Angola foi terra por onde, muitas vezes,  acompanhou o PELREC em operações, patrulhamentos e escoltas pelas estradas, trilhos e picadas uíjanas, para além do seu habitual trabalho na enfermaria e serviços de ordem.
Morador em Ponte Nova,  concelho de Penafiel, foi o organizador do encontro da CCS de 2019. Parabéns

Sem comentários:

Enviar um comentário