domingo, 26 de julho de 2020

5 130 - Acção psicológica, visita à Minervina e o regresso da coluna de Salazar !

A Avenida do Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. À direita,  a messe de sargentos (casa verde) e a
residência do comandante Almeida e Brito (de azul e destelhada). Em frente, de telhado em bico, a
 casa de Rui Rei, que agora é esquadra da Polícia Nacional (PN) de Angola , assim com a antiga
enfermaria militar portuguesa ao lado esquerdo (casa azul)
Os alferes milicianos António Garcia e António Cruz,
ambos da CCS e aqui na Fazenda Vamba



O comandante Carlos Almeida e Brito continuou, a 26 de Julho de 1974, as suas actividades de «acção psicológica» e de esclarecimento do programa do MFA para a descolonização de Angola. Desta vez, na Fazenda Minervina - que, se bem nos lembramos, era de Alcides Costa e ficava na margem do rio Vamba.
O dia de há 46 anos foi também tempo para mais uma reunião de Almeida Brito com as populações e autoridades 
António Cabrita ao balcão do bar
da messe de sargentos de Carmona
locais, desta feita em Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. 

Aulas regimentais
em todo o Batalhão

O dia de há 46 anos foi também tempo para mais uma reunião com as populações e autoridades locais, desta feita com as da vila de Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. 
Ainda na área da acção psicológica, podemos recordar que, por esse tempo, já decorriam «as aulas regimentais em todas as subunidades». Esta acção era primordialmente importante para os soldados sem a 4ª. classe (o actual 4º. ano escolar) e que dela precisavam para, por exemplo, tirar a carta de condução.
A carta de condução, pelos valores desse tempo de há 46 anos, e anteriores, era profundamente importante para os combatentes que, regressados a Portugal e em posse dela, passavam a dispor de um importante instrumento de trabalho. Nomeadamente, para condutores - até de longo curso.
É deste tempo a 4ª. classe do António Santa Cabrita, sem especialidade (era
soldado básico), que tal exame ambicionava para tirar a carta de mestre de de embarcação - o que conseguiria. Viria a fazer vida profissional no mar, chegando a ser proprietário de um barco de pesca registado em Cascais. 
O 1º. cabo Emanuel Santos com um grupo
de refugiados no BC12, em Carmona

Coluna a Salazar
de volta a Carmona

A sucessão de incidentes, um pouco por todo o território angolano - opondo forças dos três movimentos, particularmente entre MPLA e FNLA - ia fragilizando a confiança da população uíjana, principalmente da branca e europeia.
Por Carmona e pelo Uíge fora, ainda assim, a situação era controlada pela esforçada e sacrificada acção dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. De todos os seus bravos combatentes.
De tal modo que, depois da reunião dos comandos militares portugueses com a FNLA (a de 23 de Julho) e «desanuviado ligeiramente o ambiente, conseguiu realizar-se, a 25 de Julho, a desejada coluna a Salazar, fazendo-se o seu regresso no dia 26», tal como, de acordo com o Livro «História da Unidade», «o do pessoal que tínhamos em Luanda».
Era pessoal da 1ª. CCAV. e da 2ª. CCAV. 8423, que lá se deslocara em serviço. 
A Administração do Concelho do Quitexe,
vendo-se hasteada a Bandeira Portuguesa

Quitexe passou dos
Dembos para o Uíge !

O Quitexe estava, antes de 1961, integrado no concelho dos Dembos, com sede no Quibaxe. 
A 26 de Julho de 1962, passou a pertencer ao do Dange, recuperando o estatuto de cabeça de circunscrição. Na prática, na sede do município do Dange - que fora criado pela Portaria nº 11740, de 26 de Julho de 1961.
Até aí, pertencia ao Distrito do Quanza Norte. 
O brasão do Quitexe
dantes de ser vila
Passou para o do Uíge.
A reorganização administrativa desse tempo levou a que se juntassem os postos administrativos do Quitexe e do Dange. Este, desanexado do concelho de Dembos (com sede no Quibaxe), aquele do de Ambaca (com capital administrativa em Camabatela).
O concelho do Dange e para além do Quitexe, incluía os postos administrativos de Aldeia Viçosa e Vista Alegre (então criados) e o de Cambamba (sede do posto do Dange). Aldeia Viçosa onde se aquartelou a 2ª. CCAV. 8423. Vista Alegre onde estava a CCAÇ. 4145, depois substituída pela 1ª. CCAV. 8423 (a partir de 21 de Novembro de 1974), a da Fazenda Zalala e do capitão Castro Dias.
Aqui fica, 58 anos depois, um pouco de história da vila do Uíge angolano que os Cavaleiros do Norte tem na sua memória e imensa saudade!

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