Um grupo de Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, planeou para hoje «mais um golpe de mão», desta feita nas profundezas gastronómicas do restaurante «O Bêbado», na nortenha Trofa.
«Foi tudo preparado ao pormenor e demos cabo do imimigo, bastou esta equipa de assalto rápido...», disse, lamber o beiço de contente, o ex-furriel miliciano Pinto, que por Angola foi especialista de Operações Especiais - os
José Borges Martins, de Zalala, aqui no Quitexe com um grupo de crianças locais |
O «golpe de mão» contou, ainda, com os operacionais Plácido Queirós e Mota Viana (furriéis milicianos) e os praças Manuel Barroso, atirador (o Salsicha), o condutor Antóno Agra (Famalicão) e o padeiro Maia.
Há 45 anos, os Cavaleiros do Norte continuavam aquartelados no extinto Batalhão de Intendência, no Grafanil, muito mal instalados e naturalmente expectantes sobre o seu futuro próximo.
A epopeica rotação de Carmona já lá ia, dois dias depois da chegada ao Campo Militar do Grafanil, e após «um curto período de repouso e o arranjo de viaturas (...), logo o BCAV. foi chamado a actuar, dado quer ficará em Luanda a cumprir missões de unidade de reserva da RMA».
Notícias da «nossa» já saudosa Carmona eram poucas. E há tão pouco tempo de lá tínhamos saído!!! Iko Carreira, do MPLA, declarou que o Uíge e o Zaire, províncias do norte Angolano, tinham sido «militarmente ocupadas por forças da FNLA» - o não era propriamente uma novidade. Desmentiu que a FNLA tivesse entrado em Luanda, sequer que para lá avançasse.
«A tomada eventual da capital por forças da FNLA, por soldados da FNLA, como anunciado por certa imprensa, não se registará porque vamos opôr ao invasor a resistência popular generalizada», disse Iko Carrreira, sublinhando o inverso: «Cerca de 3000 militantes da FNLA foram neutralizados e evacuados de Luanda, por forças do MPLA». Tinham sido,
A picada de Zalala, com três «zalala´s»: o Santos e os furriéis milicianos Jorge Barreto e José A. Nascimento |
Comandante Almeida
e Brito em Zalala
Um ano antes, a 8 de Agosto de 1974 - já lá vão 46 anos... -, o comandante Almeida e Brito deslocou-se a Zalala, onde estava aquartelada a mesma 1ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias.
O mês decorria «com inúmeras visitas a povos e fazendas, em apoio às vidas de todos estes», no seguimento de «directivas superiores, que impõem a não realização de acções ofensivas».
Assim, os Cavaleiros do Norte continuam a proteger os trabalhos de requalificação do itinerário (picada) do Quitexe para Zalala, que estavam a ser realizados pela Junta de Autónoma de Estradas de Angola (JAEA).
Os trabalhadores da JAEA, na prática, trabalhavam «sob a protecção de escoltas militares». Como, por exemplo, acontecia na estrada do Café, entre Vista Alegre e Ponte do Dange. Ou na picada para a Fazenda Liberato.
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