A entrada do Grafanil, em imagem de 23 de Setembro de 2019. Foi ali, no aquartelamento do Batalhão de
Intendência de Angola, o BIA, onde, há precisamente 45 anos estavam (mal) aquartelados os Cavaleiros
do Norte do BCAV 8423
O 1º. cabo José Almeida, José Rebelo e, à frente, Joaquim Duarte cozinhei- ros da CCS por terras do Uíge |
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam, há 45 anos, sem ter notícias de Carmona e das terras do Uíge por onde tinham jornadeado até 4 de Agosto desse ano de 1975: Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange e Fazendas Zalala, Santa Isabel, Luísa Maria e Liberato.
O Uíge era a «terra da FNLA» e de lá, na verdade, não chegavam quaisquer comunicações! Era um mundo fechado.
Notícias de combates, de dimensões diferentes, sabiam-se do Lobito, de Nova Lisboa e de Cabinda, pelo menos. Notícia do dia foi também a de o MPLA ter sido convidado a abandonar Luanda, cidade que «controlava», para «ali criar uma zona de paz, para melhor receber os refugiados em melhores condições».
O movimento de Agostinho Neto opôs-se à saída, alegando que os movimentos rivais, a FNLA e a UNITA, «continuam a dominar várias cidades do país, sem que tenha sido exigida a sua retirada». Era o caso da FNLA, no Uíge!
A Estalagem Leão (net) |
Luanda com grandes
incertezas a pairar !
A cidade de Luanda acordou, nesse dia 14 de Agosto de 1975, relativamente calma, embora «continuem a pairar grandes incertezas, devido à carência de alimentos», o que, noticiava o Diário de Lisboa desse dia, «provoca intermináveis bichas à porta dos restaurantes».
Os Cavaleiros do Norte saíam do Grafanil e muitas vezes se «socorreram» dos restaurantes da Shell (que tinha bombas e funcionava 24 horas por dia) e da Estalagem Leão - que nos nossos últimos dias de Angola tinha coelho como prato de todos os dias e de todas refeições. Ambos na Estrada de Catete, em direcção a Luanda.
Ao mesmo tempo, «colunas e automóveis forma(va)m-se à entrada das estações de abastecimento, aguardando os condutores a oportunidade de obterem os 10 litros de gasolina a que tem direito». Frente aos bancos, registavam-se também «grandes aglomerações de pessoas», tentando levantar dinheiro, o que, registava o Diário de Lisboa desse dia, era «operação cada vez mais difícil», devido aos condicionamentos criados pelo Ministro das Finanças, o angolano Sady Mingas, do MPLA, que assim queria «evitar a fuga constante de capital».
Adelaide Almeida, a Lai-Lai de Luí- sa Maria |
Lai-Lai de Luísa Maria
faz anos em Condeixa !
A Lai-Lai da fazenda Luísa Maria, nos arredores do Quitexe, está hoje em festa: faz anos em Condeixa.
Adelaide Fernandes Almeida era filha de Eduardo Silva, que foi gerente da fazenda e contemporâneo dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. Agora, dá-se pelo nome de Adelaide Almeida e mora em Condeixa, para onde vai o nosso abraço de parabéns! São 60 e alguns que comemora, mas, como anda a boa etiqueta, de uma senhora não se diz a idade. Parabéns!
Sem comentários:
Enviar um comentário