terça-feira, 18 de agosto de 2020

5 154 - FNLA e o ELNA na Barra do Dande, às portas de Luanda !

Furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala: Eusébio Martins (falecido a 16/04/2014, em Belmonte),
Plácido Queirós e Victor Costa (de pé), Américo Rodrigues (f. a 30/08/2018, em VN Famalicão), José
Louro, Jorge Barata e Manuel Dias (f. a  20/10/2011, em Lisboa)

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 da 2ª. CCAV. 8423,
 a de Aldeia Viçosa: Soares, Abrantes, Mendes e Teodósio,
mais o condutor Martins. Operação da transporte de água

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a 18 de Agosto de 1975, continuavam aquartelados no já extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no Campo Militar do Grafanil.
A cidade de Luanda digeria a manifestação da União Nacional dos Trabalhadores de Angola (UNTA), na véspera e em frente ao Palácio do Governo, apoiando as medidas de nacionalização da banca, anunciadas por Rui  Monteiro - o ministro do Planeamento e Finanças.
Ostentavam cartazes: «Nada contra o povo, tudo pelo povo?, ou «Produção é uma forma de luta», ou «Produzir é resistir». 
O ministro garantiu-lhes que «havemos de libertar todas as zonas ocupadas pelo inimigo do povo» e mandou recado às Forças Armadas Portuguesas: «É bom que nós digamos aqui, aos soldados portugueses, que a nossa luta é igual à deles, em Portugal. Se eles são filhos do povo, têm de estar ao lado de todas as revoluções e de todas as lutas dos povos progressistas».
Holden Roberto, presidente da FNLA, em 1975, a 32 
quilómetros de Luanda, na Barra do Dande (net)

FNLA na Barra do Dande,
às portas de Luanda !

O território angolano, por esse tempo de há 45 anos, continuava a ser terra de sangue.
A FNLA, citamos do DL, «retomou a sua posição anterior, limitada pelo rio Dande», depois de «mais uma tentativa gorada de entrada das suas forças, através do Caxito e da Barra do Dande», em Luanda. 
O seu exército, o ELNA, reconquistara Lucala, onde «travaram-se violentos combates, que ainda não terminaram, porque a FNLA mostra intenções de avançar em direcção a Salazar, que há mais de um mês ficou na posse do seu rival», relatava o DL. E tentava retomar o Lobito.
Registavam-se problemas com colunas de deslocados, no Luso (de onde as forças portuguesas começaram a retirar), Quando-Cubango, Nova Lisboa e Cela. Eu, em Luanda, procurava familiares de Nova Lisboa e Gabela, que suponha estarem no aeroporto. Nunca os encontrei, seguiram outros caminhos, para chegar a Portugal.
António Clara Pereira, Francisco António
e António Simões no RC4 e em 2017

Pereira, mecânico
e homem dos petróleos!

António Clara Pereira foi mecânico da CCS e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à Carregueira, em Mação. 
A profissão levou-os a correr os mundos dos poços de petróleo dos mares arábicos e, por isso mesmo, apenas em 2017 apareceu no encontro dos Cavaleiros do Norte. O do RC4. Nele, entusiasmadíssimo, «matou» as saudades e fez memória de muitos dos bons momentos da nossa jornada africana do Uíge angolano, partilhando-os com os seus companheiros de 1974/1975.
Foi o seu primeiro e último encontro: a morte surpreendeu-o a 21 de Fevereiro de 2018, menos de um ano depois, e vítima de um tumor no fígado. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

Delgado de Zalala, 67
anos na Nazaré !

O atirador Carlos Manuel Delgado Correia, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, festeja 68 anos a 18 de Agosto de 2020.
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, depois de também passar pelo Quitexe, Songo e de Carmona. Fixou-se na Vivenda Vinagre, em S. Salvador, em Santarém, onde já antes residia.
Mora agora na Nazaré, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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