segunda-feira, 7 de setembro de 2020

5 174 - O domingo, 7 de Setembro, véspera do regresso da CCS a Portugal!

Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe. Atrás e sentados, Miguel, Canhoto, Gonçalves,  NN, NN e NN. 
Na segunda linha, 1º. cabo Luciano, furriel Morais (de boina), Gonçalves, NN, NN, 1º. cabo Mendes e Picote.
À frente e de pé, Esgueira, NN, 1º. cabos Breda e Teixeira (estofador, de tronco nu), alferes Cruz, 1º. cabo Tei-
xeira (estofador), Gaiteiro, Manuel Alves (condutor) e 1º. cabo Malheiro. Quem ajuda a identificar os NN´s?
Condutores da CCS do BCAV. 8423, na pa-
rada do Quitexe: José Gomes e Canhoto 

Pereira (em cima), Delfim Serra, António 
Picote e Manuel Gonçalves 
B. CAV. 8423

Domingo,7 de Setembro de 1975, Campo Militar do Grafanil, nos arredores da cidade de Luanda, Angola! 
Os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 passam o dia em relativa serenidade, mas muito ansiosos e expectantes. Estão a horas, a muito  poucas horas do regresso a Portugal.
As ordens são claras para todos: não sair do aquartelamento, salvo em situações muito excepcionais, autorizadas e muito bem identificadas. Todos partimos juntos para Angola e todos juntos queríamos voltar! Vivos, sãos e salvos!
O problema da falta de géneros alimentícios, o não funcionamento da cozinha (na sua falta), todos os problemas resultantes da falta de abastecimentos à cidade não eram indiferentes aos Cavaleiros do BCAV. 8423, que nas semanas de Luanda e de Agosto, já por Setembro dentro, tiveram de procurar mesas por tudo quanto era sítio.
O dia 7 de Setembro de há 45 anos, para alguns CCS´s, foi alimentado a tabuleiros de pastéis, que um familiar de um «pelrec» nos desencantou e que regámos com vinho branco que sobrava em garrafões do depósito de géneros. Chá parecia, de tão quente era o branco , mas tão bem soube...
Alguns de nós, encostados pelos cantos do BIA e mais cuidados sobre os tempos que vinham, projectavam o seu futuro próximo, interrogados sobre o Portugal que íamos encontrar.
Capa do livro «História da
Unidade» - o BCAV. 8423
Almeida e Brito,
comandante do
BCAV. 8423

Servir em prol do
Exército Português!

Os Cavaleiros do Norte, em final de missão, estavam certos de, como refere o livro «História da Unidade», terem «cumprido o dever que nos solicitaram e que nem sempre foi fácil de cumprir».
«Se foi bom ou mau o tempo passado; se valeu o não a pena estar separados das famílias; se a vinda a Angola deu ou não deu um panorama do que era Portugal; se contraíram, ou não, novos amigos; se os momentos menos agradáveis foram vencidos pelos momentos de euforia; se encontraram, ou não, no Exército, aqui representado pelo nosso BCAV. 8423, uma nova escola de aprendizagem, tudo isso será o vosso exame de consciência», lê-se no HdU.
O comandante Almeida e Brito escreveu depois que «repete-se que foi a «querer e saber querer» que construímos o nosso BCAV.», pelo que, assim sendo, «terá de ser do mesmo modo a edificação da vida futura de todos nós»Sublinhou, a finalizar, que «valeu a pena o vosso servir em prol do Exército Português».
A poucas horas do regresso a Portugal, a hora de partida nunca mais chegava e era contada ao minuto, ou ao segundo, pelo domingo fora de há 45 anos! Dia e momentos que nunca se esquecerão
José Nunes, condutor da 2ª. CCAV. 8423, a
dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa

Nunes de A. Viçosa,
68 anos em Leira !

O soldado condutor José Nunes, a 2ª. CCAV. 8423, comemora 69 anos a 8 de Setembro de 2020.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e natural da Maceira Liz, freguesia do concelho de Leiria, lá voltou a 10 de Setembro de 1975 e por lá tem feito vida profissional e familiar. Foi o organizador do encontro de 2011, a 24 de Setembro desse ano e em Leiria, e mora agora nos Pinhais de Baixo, lugar de Vale Salgueiro, da mesma freguesia de Maceira Liz. Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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