quarta-feira, 21 de outubro de 2020

5 221 - O desarmamento das milícias, em 1974! A ofensiva da FNLA contra o Caxito!

O PELREC da CCS do BCAV. 8423. De pé e da esquerda para a direita, Caixarias, 1º. cabo
Pinto, Marcos, NN, Florêncio, 1º. cabo Soares, Neves, Messejana e 1º. cabo Almeida. Em
baixo, Aurélio (Barbeiro), 1º.s cabos Hipólito e Oliveira (TRMS), Leal, Francisco, furriel
Viegas e 1º. cabo Vicente. Soares, Messejana, Almeida, Leal e Vicente já faleceram. RIP!!!

 
O tenente-coronel Almeida e Brito e o capitão
miliciano José Manuel Cruz, respectivamente
comandantes do BCA»V. 8423 e da 2ª. CCAV.
8423, a de Aldeia Viçosa
O tempo da jornada africana dos Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423, pelo dia 21 de Outubro de 1974, foi tempo da operação de desarmamento das milícias que serviam as NT.

O tempo passa, a memória vai deixando para trás alguns pormenores, mas não deixa esquecer as dificuldades de tal objectivo, já que, no que à Zona de Acção do BCAV. 8423 do comandante Almeida e Brito, «não teve boa aceitação da parte dos povos, nomeadamente nos postos-sede» - os do Quitexe e de Aldeia Viçosa, como se lê no livro «História da Unidade».
«Sabe-se que os povos apresentados e a FNLA vivem em contacto permanente, quase geral há largos anos. Sabe-se até que poucas vezes, e salvo honrosas excepções, as milícias não tiveram actuações de vulto, em defesa dos seus aldeamentos mas, mesmo assim, argumentam os povos que esses núcleos armados são a sua melhor defesa às acções de depradação e exigência do IN», anota o «HdU»,  precisando que esse argumentos era «difícil de contrariar», já que «é impossível garantir a sua vivência pacífica, pois as NT não chegarão para superar todas as situações que se lhes apresentem». 
Compreende-se!
Um ano depois, e com o dia 11 de Novembro cada vez mais próximo (o da independência), o MPLA anunciava que «após violentos combates, os mercenários da UPA/FNLA/UNITA tiveram de abandonar as posições que ocupavam junto ao rio Dange, recuando para ao norte, em direcção ao Caxito».
Notícia do Diário de Lisboa de 21 de
Outubro de 1975 sobre a situação
político-militar angolana

Ofensiva da FNLA
contra o Caxito

O Diário de Luanda, em serviço para o Diário de Lisboa desse dia de há 45 anos, noticiava que «dada a violência dos combates, não é possível fazer uma pormenorizada descrição do que se passa, mas é de crer que a ofensiva desencadeada às primeiras horas de hoje, leve as FAPLA a recuperar o nó rodoviário do Caxito, no ponto de Sessa Mabubas, estrada que liga ao Ambriz e ao Piri».
As notícias da «nossa» ZA é que escasseavam. 
A 21 de Outubro de 1975, soube-se, todavia e através do DL, que as FAPLA (exército do MPLA) «tomaram ontem de assalto a povoação de Kiculungo, a cerca de 70 quilómetros de Camabatela, na estrada que liga ao Uíge e ao Negage». Camabatela fica(va) a uns 40 quilómetros do Quitexe.
A sul, «a situação mantém-se estacionária» e no Centro «a situação da cidade de Nova Lisboa é insustentável». A UNITA anunciou que ia encerrar as suas emissões, por «falta de energia» - o que significava, na leitura do MPLA, que «as forças mercenárias da UPA/FNLA/UNITA já não controlava a barragem do Biopio, na estrada que liga Nova Lisboa ao Balombo e Lobito».
J. Barreto


Barreto, furriel de Zalala, 69
anos em Baguim do Monte!

O furriel miliciano Jorge Manuel Mesquita Barreto, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 21 de Outubro de 2019.
Cavaleiro do Norte da mítica fazenda Maria João, a de Zalala, foi enfermeiro de especialidade militar e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal e bairradina terra de Mira.
A vida profissional levou-o para o Porto, onde toda a vida foi trabalhou na área hospitalar. Agora já aposentado, mora em Baguim do Monte, município de Gondomar, para onde vai, e para ele, o nosso abraço de parabéns
Ag.  Moreira

Agostinho Moreira de Zalala,
bruxo de Rio de Moinhos,
assassinado há 11 anos!

O soldado Agostinho Mendes Moreira, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, foi assassinado a 21 de Outubro de 2009, na sua casa da Sobreira, em Rio de Moinhos, concelho de Penafiel.
Atirador de Cavalaria, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 e dedicou-se a artes de bruxaria, aparentemente fazendo fortuna. Foi num assalto que foi assassinado, tinha 57 anos, solteiro e vivendo com um irmão, tendo os réus sido condenados a prisão efectiva. José Cardoso levou 20 anos, Ángel Hernández e 
Paulo Freitas foram condenados a 19. 
A juíza Isabel Peixoto deu como provado que os três deram «murros, pontapés e vergastadas» e «espezinharam» o Agostinho para o obrigar a revelar onde escondia o dinheiro. Abandonaram-no no exterior da casa, com fita isoladora a tapar-lhe a boca, o que viria a provocar-lhe a morte por asfixia.
Condenado a 8 anos de prisão foi João Ximenes, que ficou a vigiar com Paulo Renato Silva. Ernesto Costa, o mandante do crime, foi condenado a 6 anos de prisão pelos crimes de roubo agravado e detenção de arma proibida. Telmo Ferreira, acusado de ajudar o tio, Ernesto Costa, a planear o assalto, foi absolvido, o mesmo sucedendo com Fabiano Pinto, filho de José Cardoso.
Hoje e aqui o recordamos. RIP!!!

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