terça-feira, 15 de dezembro de 2020

5 277 - O anúncio da rotação dos Morteiros 4281 do Quitexe para Carmona

Grupo de Cavaleiros do Nort6e do Pelotão de Morteiros 4281, contemporâneo da CCS 
do BCAV. 8423 por terras do Quitexe, entre Junho e Dezembro de 1974,
princípios de 1975. Comandado pelo alferes miliciano João Leite

Os furriéis milicianos
Fernando Pires e Luís
Costa (PM 4281)
Alferes João
Leite (PM 4281)

A notícia da rotação do Pelotão de Morteiros 4281, do Quitexe para Carmona, soube-se a meados de Dezembro de 1974, já lá vão 46 anos.
A subunidade era comandado pelo alferes miliciano João Leite - oficial que agora é empresário nos Estados Unidos -, com o 2º. sargento Fernando Gomes (responsável pela respectiva secretaria) e pelos furriéis milicianos Luís Costa e Fernando Pires.
A rotação dos «morteiros» da 4281 para Carmona começou em Dezembro de 1974 (em dia indeterminada) e foi concluída a 4 de Janeiro de 1975.
Os Cavaleiros do Norte prosseguiam tranquilamente a sua jornada, já com todas as suas subunidades instaladas na chamada Estrada do Café - que liga(va) de Luanda a Carmona, agora Uíge. As fazendas de Zalala,  Santa Isabel e Luísa Maria (e o Liberato, onde tinha estado a CCAÇ. 209/RI 21), já eram passado na sua história uíjana.

Os três movimentos de libertação, instalados em Luanda, alargavam a sua influência e, segundo o Livro da Unidade, «procurando ir estendendo a sua acção ao interior de Angola». No caso do (nosso) Uíge, «abrindo delegações em Carmona e, com o decorrer do mês, aparecerem secretarias destes movimentos em Quitexe e Vista Alegre».

Os presidentes Holden Roberto
(FNLA), Agostinho Neto (MPLA)
 e Jonas Savimbi (UNITA)

Governo de Transição
rejeitado pelos movimentos

Há 46 anos, a esse mesmo tempo de pré-saída do PM 4281 pra Carmona, a grande novidade do dia 15 de Dezembro de 1974 era o acordo entre o MPLA e a UNITA, noticiado no Diário de Lisboa. 
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, «ovacionado por milhares de pessoas» na sua chegada ao Luso, deu conta das negociações realizadas em várias capitais africanas e da conclusão, na véspera, das que estabelecera com Agostinho Neto, num «ambiente mais que fraternal»
Não deu pormenores, quando discursava no comício para os seus companheiros de partido/movimento, mas falou na cimeira que já não iria ter lugar no dia 18 de Dezembro, nem nos Açores, ficando para «depois do Natal, em data e local a combinar pelos três movimentos de libertação».
O Governo de Transição proposto pelo ministro Almeida Santos na assembleia geral da ONU - e que deveria ser formado ainda em 1974 -, foi falado pelo presidente da UNITA, mas para dizer que seria rejeitado pelos três movimentos de libertação. 
«Só aceitaremos participar num governo em que sejamos responsáveis», disse Jonas Savimbi.

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