Alferes José Alberto Almeida, oficial de reabastecimentos, numa fazenda dos arredores do Quitexe |
Capa do livro «História da Unidade» |
Há 46 anos, os dias de Fevereiro de 1975 iam passando com alguma folga e convívios inter-militares, para ajudar a matar as saudades dos chãos natais dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
O dia-a-dia ia sendo riscado no calendário da sua jornada africana do Uíge angolano e sem alterações muito substantivas nas suas rotinas: serviços internos, curtos patrulhamentos e escoltas.
«A actividade operacional manteve as características anteriores, com muitas visitas a fazendas e povos, o que levava a percorrer a rede estradal à nossa responsabilidade com elevada frequência», regista o livro «História da Unidade», de que nos socorremos para fazer memória desses dias de jornada africana pelo uíjano norte de Angola.
Actividade operacional que, recordemos, desde o dia 13 estava dependente da Zona Militar Norte (ZMN), por extinção do Comando do Sector do Uíge (CSU), instituições militares instaladas em Carmona - a capital do Uíge e assim chamada depois da independência, adoptando o seu nome gentio.
Daniel Chipenda (Revolta do Leste), o jornalista argelino Boubakar Adjali Kapiaça e Agostinho Neto (MPLA) |
Incidentes em Luanda
com 20 mortos !
As principais atenções dos Cavaleiros do Norte, por esse tempo, estavam viradas para os acontecimentos de Luanda, onde forças da Revolta do Leste (a Facção Chipenda) e do MPLA se envolveram em tiroteio - quando estas se aproximaram da delegação «chipenda» - e morreram pelo menos 20 pessoas e ainda maior número de feridos.
«Forças militares mistas, constituídas pelo Exército Português e forças do MPLA, da FNLA e da UNITA, continuam a ocupar as instalações o Grupo Chipenda», relatava o Diário de Lisboa de 15 de Fevereiro de 1975, um sábado, enquanto «forças da FNLA e da UNITA guardam o Hospital de S. Paulo, onde se encontra os feridos, entre os quais sete partidários de Chipenda».
O líder da Revolta do Leste tinha entrado dois meses antes pela fronteira leste, com cerca de 3000 homens armados, e os seus partidários ocupavam várias instalações em Luanda. Um informador militar português, entretanto e segundo o Diário de Lisboa, «desmentiu notícias postas a circular em Luanda, de que as forças de Chipenda teriam atacado um hospital do MPLA no Luso».
Fazenda de Zalala |
faz 69 anos em Andorra !
O soldado cozinheiro Júlio Manuel Tavares Martinho, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 15 de Fevereiro de 2021.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressou a Portugal e a Felgueira Velha, povoação da freguesia de Seixo de Beira, em Oliveira do Hospital, no dia 9 de Setembro de 1975. Sabemos que tem estado emigrado em Andorra e para lá, ou para Oliveira do Hospital, vai o nosso abraço de parabéns!
Sem comentários:
Enviar um comentário