segunda-feira, 29 de março de 2021

5 383 - Patrulhamentos Mistos no Uíge! Mais de 100 mortos e fuzilamentos em Luanda!

Grupo de combatentes da FNA e do MPLA, aqui na parada do BC12 e que, há 46 anos,
faziam patrulhamentos mistos na cidade de Carmona, actual Uíge, com os Cavaleiros 
do Norte do BCAV. 8423 

Os furriéis Neto, Viegas, Matos (2ª. CCAV.) e Monteiro em
 pose de 1974, há 47 anos e num carro de combate do RC
4. Este e/ou outros ainda lá estão, 47 anos depois! 

A 29 de Março de 1975, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 jornadeavam por Carmona (actual cidade do Uíge), levando por diante e sem medos os patrulhamentos mistos - noite e dia, 24 sobre 24 horas!
Os homens da FNLA e do MPLA, lá pelo Uíge, continuavam a sua teimosa e inamistosa relação, agravada pelas dramáticas notícias 
que, nos dias de vésperas, chegavam de Luanda: mais de uma centena de mortos (entre combatentes dos movimentos e civis), centenas de feridos, até fuzilamentos..., recolher obrigatório, tiroteio incontrolado de armas ligeiras e pesadas.
A 29, hoje se passam 46 anos..., porém, a situação parecia desanuviar, mas... nunca fiando. «Manteve-se esta manhã o recolher obrigatório e a suspensão dos noticiários sobre os acontecimentos de Luanda, apesar de a situação aparentemente estar a regressar à normalidade», relatava o Diário de Lisboa, acrescentando que «com o protocolo ontem assinado, a situação vai-se atenuando na cidade».
Protocolo entre as autoridades nacionais - lá representadas pelos ministros Almeida Santos e Melo Antunes e o Alto Comissário Silva Cardoso - e os movimentos envolvidos nos confrontos e que «implicou» a libertação dos prisioneiros feitos pelo MPLA (entregues às Forças Armadas Portuguesas) e os populares detidos pela FNLA (neste caso, não se sabendo se todos).
Isto, num tempo em que Jonas Savimbi, falando em Dar-es-Salam, fez questão de reafirmar aos jornalistas «a neutralidade da UNITA, refutando, assim, uma notícia da BBC segundo a qual, em caso de confrontação mais vasta, se pôr ao lado da FNLA, contra o MPLA».
Jonas Savimbi, aliás, anunciou «para breve» um encontro dos três presidentes dos movimentos de libertação de Angola, para «tratar de problemas políticos, nomeadamente das eleições».
Jornal «Liberdade e Terra» da FNLA


Rádios privadas a «falar» e
Emissora Oficial sem notícias

O recolher obrigatório em Luanda foi levantado a 29 de Março de 1975, hoje se passam 46 anos, depois de vários dias de muitos incidentes entre forças armadas do MPLA e da FNLA.
O balanço era trágico: mais de centena e meio de mortos e muitos mais feridos - entre militares dos movimentos e civis.
A 30 do mesmo mês e ano, o dia seguinte, as emissoras privadas de Angola puderam voltar a apresentar a sua programação normal, mas a Emissora Oficial foi excluída deste regime.
 «Apenas poderá difundir as notícias constantes dos comunicados oficiais», relatava a imprensa do dia - o último domingo desse Março de 1975.
A Emissora Oficial de Angola, ao tempo, era muito questionada pela FNLA - devido ao tipo de informação que prestava - e o jornal (diário) «Liberdade e Terra», órgão central deste movimento e nas suas duas últimas edições, insurgia-se contra a actividade desta estação radiofónica.


CCAV. 8423
Cristiano e Coelho
em festa dos 69 anos !

Os Cavaleiros do Norte Cristiano e Coelho, ambos da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel e depois do Quitexee Carmona, festejam 69 anos a 31 de Março de 2021.
Luís Martins Coelho foi 1º. cabo condutor auto-rodas e era (é) natural do lugar de Outeiro da Castanheira, na freguesia de Mouronho, concelho de Tábua - aonde voltou a 11 de Setembro de 1975, o final da comissão em Angola.
Cristiano Manuel Jorge Fernandes foi soldado atirador de Cavalaria e, ao tempo, como agora, mora(va) na Calçada da Graça, em Lisboa. Lá regressou, também a 11 de Setembro de 1975 e por lá tem feito vida.
Parabéns para ambos!




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