segunda-feira, 21 de junho de 2021

5 469 - O primeiro IN que se apresentou aos Cavaleiros do Norte!

Cavaleiros do Norte no Quitexe. Do lado esquerdo, NN (de bigode) e 1ºs. cabos Miguel
Teixeira e Fernando Pires (Fecho-eclair). À direita, Jorge Pinho (sentado), 
José Esteves e Vasco Vieira (Vasquinho, de dedos em V)

A placa do Quitexe na Estrada do Café, do lado de Carmona, com
o condutor Henrique Esgueira, no tempo do BCAV. 8423 (1974/75)

O dia 21 de Junho de 1974 ficou especialmente marcado, em termos da jornada uíjana dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, pela apresentação de um combatente da FNLA (um IN, um inimigo).
O Batalhão desde a véspera que estava envol
vido na Operação Castigo DIH (que foi a sua grande estreia operacional nas matas do norte de Angola), na qual e nas suas 4 fases, participaram todas as suas subunidades orgânicas: a CCS (aquartelada no Quitexe e comandada pelo capitão SGE António Martins de Oliveira), a 1ª. CCAV. 8423 (a da Fazenda Zalala e do capitão miliciano Davide Castro Dias),a 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa e do capitão miliciano José Manuel Cruz) e a 3ª. CCAV. 8423 (a da Fazenda Santa Isabel, do capitão miliciano José Paulo Fernandes).
O furriel Dia da 41ª. Companhis
de Comandos 


Mina amputou pé de
um soldado «Comando»

A operação, segundo o livro «História da Unidade», «não viu grande compensação do esforço desenvolvido pelas NT, pois que, salvo uma emboscada sem consequências, no Tabi, só teve por reacção IN a materialização de tiros de aviso»
Teve, sim, e ainda segundo o mesmo livro, «efeitos mais graves» para a 41ª Companhia de Comandos, pois «foi accionada uma mina anti-pessoal na Central do Negage, ma qual um seu soldado sofreu a amputação de um pé».
Deve haver um lapso nesta referência à Central do Negage, pois foi o PELREC a fazer a evacuação do soldado, mas tal aconteceu na Baixa do Mungage - onde o autor do blogue conheceu um conterrâneo de Águeda, o furriel miliciano Dias, que era do concelho aguedense mas tinha estudado em Anadia. Daí, não nos conhecermos. 
Outro furriel miliciano desta 41ª. Companhia de Comandos era, ao tempo, um ex-futebolista júnior do FC do Porto, o Valongo - de quem não conhecemos o paradeiro. Era angolano e poderá ter ficado em Angola.
«Não teve esta operação resultados que não fossem o conhecimento das reações humanas e acabou até, por ser defraudada, pois que a 4ª. Companhia de Comandos retirou da ZA após umas escassas 18 horas de operação, quando ela, e para esta subunidade, envolveria 8 dias de actividade operacional», relata o Livro da Unidade (o BCAV. 8423).
O 1º cabo Fernando Pi-
res, o «Fecho-eclair»


Os 69 anos do Pires, 
o 1º. cabo «Fecho-eclair»

O 1º. cabo Pires, escriturário da CCS do BCAV. 8423, dos Cavaleirod do Norte, festeja 69 anos no dia 21 de Junho de 2021.
Fernando Manuel Martinho Pires, de seu nome completo, po-
pularizou-se no Quitexe como o «Fecho-eclair», por razões que a memória esqueceu. Alguma «diabrura» de tropa, que ele não «encaixava» muito bem!
Morava em Odivelas e a Odivelas regressou a 8 de Setembro de 1975 e dele nada mais sabemos, sabendo, embora, que lá residirá na Rua Afonso de Albuquerque. Para ele vai o nosso abraço de parabéns!
A Irmã Maria Augusta, com o Ricardo ao colo -
filho do alferes Cruz e dra. Margarida. Ao
fundo, vê-se a Capela do Quitexe

Irmã Maria Augusta
morreu há 15 anos!

A Irmã Maria Augusta, da Missão do Quitexe, faleceu a 21 de Junho de 2006, há15 anos e vítima de doença cancerosa.
Maria Augusta Vieira Martins pertencia à Congregação da Obra da Imaculada Conceição e Santo António e foi contemporânea dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe.
Continuou em Angola depois da independência e dela recordamos a bondade e a imagem de doçura e carinho que, como que em colo de afectos, se partilhava com a comunidade civil, nomeadamente com as crianças e as famílias africanas mais carenciadas - a partir da Missão dirigida pelo seu irmão, o padre Albino Capela.
Partilhou-se também com os Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, nomeadamente na consoada de 1974 - que ajudou a confeccionar com as mulheres dos oficiais. Continuou em Angola (e em Carmona) depois da independência e até 2006. Veio diversas vezes a Portugal e na última sentiu-se mal. Foi hospitalizada em Lisboa e faleceu passadas algumas semanas, de cancro. Hoje a recordamos com saudade! RIP!!!

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