terça-feira, 22 de junho de 2021

5 470 - A Operação DIH e a mentalização das populações para o Programa do MFA!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, mas aqui em Vista Alegre: os
 furriéis milicianos Plácido Queirós e Américo Rodrigues (falecido a 30 de Agosto
de  Agosto de 2018, em VN de Famalicão) e o 1º. sargento Fialho Panasco (que
 faleceu a 22 de Junho de 2005, há 16 anos, em Carnaxide) com um elemento da
 administração civil e filho deste


Cavaleiros de Zalala em Vista Alegre: o alferes milicia-
no Pedro Rosa ladeado pelos furriéis milicianos Manuel
Pinto (à esquerda e à civil) e João Aldeagas

A 22 de Junho de 1974, o comandante Almeida e Brito reuniu com as autoridades tradicionais da região do Quitexe. O objectivo era o mesmo de outras reuniões e com outra gente: «Preparar e mentalizar as populações para o Programa do MFA».
O BCAV. 8423, a esse tempo, ia no terceiro dia da «Operação Castiço DIH», na qual os Cavaleiros do Norte pela primeira vez sentiram, no corpo e na alma, as dificuldades das picadas e trilhos das desconhecidas e misteriosas e perigosas, matas de Angola.
A operação, para além da participação da 41ª. Companhia de Comandos, que a abandonou ao fim de 18 horas, quando, para ela, seria de 8 dias e depois de um seu soldado ter pisado um mina anti-pessoal, perdendo um pé), tinha também a envolvida a Companhia de Flechas aquartelada em Carmona.
Foi no dia do abandono da dita 41ª. CC que conheci o furriel António Dias, dessa 41ª. CC, que é conterrâneo de Águeda e com quem habitualmente agora nos encontramos, sempre recordando esta madrugada/dia da Baixa do Mungage
- 3 MORTOS: O dia era quinta-feira e um comunicado do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas dava conta de mais mortes em combate e em Angola: o furriel miliciano Hélder Aniceto dos Santos Lima (natural de Benguela) e os soldados Mário Justino Viegas Pacheco (de Olhão) e José Manuel da Silva (de S. Gonçalo, no Funchal). Os três militares mortos não pertenciam ao BCAV. 8423, que, de resto e felizmente, não teve qualquer morte em combate.
O furriel Dias, de boina, num dos
encontros anuais da 41ª. CC


Cimeira do Quénia
semeou optimismo

Um ano depois, precisamente, terminou a Cimeira do Quénia «abrindo a via política para a fusão das bases militares a para a aproximação política dos três movimentos de libertação de Angola».
A Cimeira marcou também que as eleições
 para a Assembleia Constituinte se realizaram até 11 de Novembro - a data marcada para a independência. A Constituinte, relatava o Diário de Lisboa, elegeria também o Presidente da República e o Conselho de Ministro do Governo da Angola independente.
Os presidentes dos três movimentos dirigiram-se ao povo angolano, depois da Cimeira e através da Emissora Oficial de Angola. 
Holden Roberto, da FNLA, lamentou «os erros dos movimentos de libertação, que causaram mortes inocentes».
Jonas Savimbi, da UNITA, comentou especialmente uma decisão da Cimeira: que as futuras «reuniões de alto nível» se deveriam realizar em Angola.
Agostinho Neto, do MPLA, sublinhou que a formação do exército único poderá resolver o problema das confrontações armadas», para que «Angola atinja a independência num clima democrático».
O 1º. sargento Fialho Panasco e esposa, no
encontro do BCAV. 8423, a 09/09/1995, em
 Águeda, 20 anos depois do regresso de Angola

1º. sargento Panasco
morreu há 16 anos

O 1º. sargento Alexandre Joaquim Fialho Panasco, da 1ª. CCAV. 8423, faleceu há 16 anos, vítima de doença.
Cavaleiro do Norte de Zalala, era o responsável da secretaria e louvado pelo comandante Almeida e Brito, por proposta do capitão Castro Dias, sublinhando «a melhor prontidão, dedicação e espírito de sacrifício, superando deste modo as dificuldades sentidas».
O louvor destaca também que foi «disciplinado, de trato correcto e elevado sentido de colaboração, vincada lealdade para o comando que serviu», para além de que «demonstrou o maior zelo e inexcedível sentido de responsabilidade, de que resultou creditar-se como excelente auxiliar na administração da sua Companhia». 
O 1º. sargento Fialho Panasco faleceu a 22 de Junho de 2005, de doença cancerosa e aos 70 anos, em Carnaxide. «Foi um bom marido e um excelente pai», disse-nos a viúva, há algum tempo.
Hoje fazemos a sua memória, com saudade. RIP!!!
Três beldades do Quitexe, em 2010:
as irmãs São Lurdes Morais, à direita,
ladeando Carla Gspar, em 2020

São Morais
em 1974

São Morais, do Quitexe,
e... já lá vão 63 anos !

A São Morais, uma das duas manas adolescentes do Quitexe, está hoje em festa: assopra as velas dos 63 anos!
Ao tempo dos Cavaleiros do Norte quitexanos do BCAV. 8423 e então com juvenis 16 anos, Antónia da Conceição Corga Morais, é este o seu nome de baptismo, era uma das duas irmãs Morais do Quitexe. A outra era (e é) Maria de Lurdes, agora enfermeira do Hospital Garcia de Horta, em Almada. Filhas do empresário José Morais (falecido 18 de Agosto de 1985, as 54 anos) e de Esmeralda Corga Vidal (a 5 de Fevereiro de 2019, aos 90), estudavam em Carmona e ao Quitexe voltavam nos fins de semana, participando nas inesquecíveis reuniões de jovens da Missão do Padre Albino Capela.
Radicada em Valongo do Vouga, município de Águeda, terra dos pais, esteve ligada ao sector de restauração e ganhou o apelido Ribeiro Teixeira pelo casamento. Já avó, integrou o primeiro grupo de voluntárias que, no lar de Os Pioneiros e em Março de 2020, corajosa e generosamente se isolou para, em duas semanas seguidas e 24 sobre 24 horas, cuidarem dos idosos lá internados e em primeira linha do «combate» à COVID 19.
Para lá, e para ela, vai o nosso abraço de parabéns! Pelo voluntariado heróico e pela beleza da idade!
- A São Morais do Quitexe, AQUI


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