Os furriéis milicianos Monteiro e Viegas, ambos de Operações Especiais (Rangers), aqui no jardim das traseiras da messe do Bairro Montanha Pinto, em Carmona e há 46 anos |
Os finais de Julho de 1975 foram tempo de se saber a rotação, cada vez mais próxima, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: de Carmona para Luanda. Muito desejada.
O livro «História da Unidade», relativamente a este mês de há precisamente 42 anos, refere que era necessário «encontrar uma opção para os dias futuros». Que necessariamente seria uma, de duas: «Ficar em Carmona, com o total descrédito das NT e perigosamente alvo das queixas a ataques da FNLA (...), ou antecipar o regresso a Luanda».
«Jogados os dados da equação, entendendo-se que o que melhor servia era a a segunda opção, expôs-se o assunto ao QG/RMA, obtendo-se a certeza da rotação do BCAV. para Luanda a partir de 3 de Agosto, esquematizando-se e montando-se uma operação para essa saída, que não se adivinhava fácil», escreveu o comandante Almeida e Brito. Assim foi.
Daniel Chipenda, secretário geral adjunto, e Holden Roberto, presidente da FNLA. Imagem de há 46 anos e em Angola! |
Chipenda anunciou, em
Carmona, Holden em Angola
O dia 22 de Julho de 1975 foi tempo, em Carmona, de Daniel Chipenda falar ao país (Angola), através da Emissora Oficial e anunciando que Holden Roberto, o presidente da FNLA, se «encontra em território nacional para conduzir as operações militares do ELNA».
Chipenda há vários dias que estava em Carmona (na campanha do café) e, ao tempo secretário geral adjunto da FNLA, afirmou também que «nós, ELNA, somos obrigados a pegar em armas para mais uma vez dizermos não aos que desejam oprimir o povo».
«Voltamos às armas pelas mesmas razões de 1961. Queremos liberdade. Queremos liberdade e terra para os angolanos», sublinhou Daniel Chipenda, numa altura em que muito se especulava sobre a presença de Holden Roberto em Carmona. Houve, ao tempo, quem garantisse tê-lo visto no Escape.
O Caxito, a 50 quilómetros da capital, foi território onde «blindados da FNLA que se dirigiam para Luanda foram impedidos de avançar». Não se sabia se as forças portuguesas tinham intervido, mas o MPLA anunciou a destruição de um blindado. Luanda tinha gasolina para 4 dias, porque a Petrangol estava paralisada, devido ao cerco do MPLA à FNLA, acantonado no forte de S. Pedro da Barra, onde estavam 600 militares do seu ELNA - Exército de Libertação Nacional de Angola - acossados pelas FAPLA do MPLA.
Um informador militar português declarou que forças da FNLA estavam «a infiltrar-se ao longo da costa, em direcção da Luanda». Mas que «as forças portuguesas interviriam para as interceptar e impedi-las de entrar na cidade»
Luciano Borges Gomes, o actual empresário |
O 1º. cabo Luciano Borges Gomes em 1975 (Angola) |
Luciano, 1º. cabo da CCS,
69 anos em Leiria!
Luciano Borges Gomes foi 1º. cabo mecânico de armamento ligeiro do BCAV. 8423 e festeja 69 anos a 22 de Julho de 2021. Hoje!
Cavaleiro do Norte da CCS, no Quitexe e depois em Carmona, no BC12, é natural do Arnal, da freguesia da Maceira Liz, em Leiria. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana e por lá faz vida, como prestigiado e bem sucedido empresário do sector dos moldes, fundador e administrador da FAMPLAC, na Maceira.
Para lá e para ele vai o nosso abraço de felicitações, embrulhado no desejo de que repita a data por muitos e bons anos. Parabéns!
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