terça-feira, 3 de agosto de 2021

5 510 - O dia do adeus da CCS e da 1ª. CCAV. 8423. Voo de Carmona para Luanda e o Grafanil

O PELREC, toda a CCS e a 1ª. CCAV. 8423 disseram adeus a Carmona
no dia 3 de Agosto de 1975. Há 46 anos e por via aérea! 
O furriel Viegas em frente ao edifício da secretaria
da CCS, casa dos furriéis e messe dos oficiais do
Quitexe. A 24 de Setembro de 2019


O dia 3 de Agosto de 1975 foi um domingo e dia do adeus da CCS e da 1ª. CCAV. 8423 a Carmona. 
Hoje, 46 anos depois e com tanta vida galgada no tempo e história de cada um de nós, leveda fartamente a saudade daquela terra de gente boa e que nos deixou apaixonados! De tal forma que, 44 anos depois, lá  voltámos a 24 e 25 de Setembro de 2019, achando uma cidade quase, quase igual..., da praça da ZMN ao BC12, à Rua do Comércio e todos os outros locais de culto dos Cavaleiros do Norte que por lá jornadearam em 1975.
Ao tempo de hoje se fazem 46 anos, muitos dos Cavaleiros do Norte destas duas companhias não «pregaram olho» e cedo se avolumaram malas e sacos com haveres pessoais, carreados para as Berliets que os levaram ao aeroporto da cidade. De lá, um DC6 e 2 Noratlas «em duas levas» os transportaram para Luanda. 
Aqui desembarcados, em outras Berliets seguiram para o Campo Militar do Grafanil, onde literalmente foram «despejados» no quartel do já extinto Batalhão de Intendência de Angola. Que estava em estado miserável estado. Comer, não havia e nos quartéis vizinhos do BIA nada havia também.

O furriel Viegas em frente à messe de sargentos da
CCS do BCAV. 8423, no Bairro Montanha Pinto,
em Carmona e a 25 de Setembro de 2019

A ordem do «desenrasca», o recolher 
obrigatório e tiros em Luanda

A «ordem» foi o desenrasca e, para alguns furriéis, a sugestão foi ir à messe de Luanda, na Avenida dos Combatentes. 
Lá fomos, à sorte! Mas com sorte, pois, embora «vistos» como «extra-terrestres», lá comemos, já perto das 3 da tarde. 
«Vocês é que são do Batalhão de Carmona?», éramos inquiridos, de forma desconfiada e estranha, como se fossemos de outro mundo. Lá tinha chegado a «fama» da acção dos Cavaleiros do Norte no Uíge.
A cidade pareceu-nos estranhamento tranquila, sem grande movimento. Era o princípio da tarde, muito quente, muito sossegada. Serena, nada do que estávamos avisados.
Um comunicado da 5ª. Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas Portuguesa, às 19 horas, referia que «a situação não evoluiu nas últimas 24 horas» e sublinhava que «em Luanda e arredores, nomeadamente no Caxito, a situação mantém-se absolutamente estacionária».
A imprensa do dia, no entanto, aludia que «estado psicológico das populações, branca e negra, é francamente mau». Falava-se em 250 000 portugueses que iriam abandonar Angola e, já durante a noite, «foi escutado imenso tiroteio em pleno centro de Luanda». Por volta das 22 horas.
O recolher obrigatório estava fixado nas 21 horas e «a polícia e o Exército portugueses cercaram imediatamente o bairro de onde provinham os tiros», mas não houve qualquer prisão. Era a primeira vez que se ouviam tiros depois do recolher obrigatório.
Gabriel Duarte
Silvestre


Silvestre de Aldeia Viçosa
faz 69 anos em Abrantes !

O soldado Gabriel Duarte Silvestre, Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, festeja 69 anos a 3 de Agosto de 2021. Hoje!
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, integrou a 2ª. CCAV. 8423, a do capitão José Manuel Cruz, e era (é) natural e residente no lugar de Lagarinho, freguesia e concelho de Abrantes. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975 e por lá fez (e faz) vida, morando agora em Vale da Horta, freguesia da Bemposta, também do município de Abrantes.
Hoje, no seu dia de 69 anos, para lá vai o nosso abraço de parabéns, com desejo de que a data se repita por muitos e bons anos, de boa saúde e feliz!

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