Os alferes milicianos Mário Jorge de Sousa (Operações Especiais, os Rangers, da 1ª. CCAV. 8423) e António Albano Cruz, da CCS (mecânico-auto) |
A 12 de Agosto de 1975, uma terça-feira e sobre a situação militar em Angola, relatava a imprensa portuguesa que «reina a calma na cidade de Luanda, onde os últimos efectivos da FNLA que se encontravam acoitados em S. Pedro da Barra, foram já retirados» e o MPLA «mantém firmemente as suas posições na capital angolana». Há precisamente 46 anos!
Cavaleiros do Norte, 3 furriéis milicianos: P. Queirós, José Lino e JA Nascimento |
A UNITA «também já retirou» e na véspera «ape-
nas um funcionário se mantinha», mas também ele «preste a retirar para Nova Lisboa».
Luanda, «apesar de ter voltado a calma» contava aos milhares «os candidatos à transferência para outras zonas», onde, reportava Diário de Lisboa, «a fome espreita». Na capital angolana e contrariamente ao seu se admitia na véspera (em que se sublinha-
va o espectro da fome), «começava a faltar o café, a gasolina e o tabaco», mas, frisava o jornal, «a vida continua a decorrer normalmente, ao passo que, no sul, água se torna rara, a carne é difícil de encontrar e o pão é inexistente».
Mas «ainda não se atingiu o alarme no capítulo do abastecimento alimentar», como sublinhava o Diário de Lisboa. Porém, como nós mesmos testemunhá-
mos, sem quaisquer dúvidas, restaurantes havia que nem sequer abriam portas, por falta, justamente, de... géneros alimentícios.
Três exércitos, o
fogo das armas
Angola, foram de Luanda, continuava a ferro e fogo, com três exércitos em armas: o ELNA (da FNLA), as FAPLA (do MPLA) e as FALA (da UNITA).
«Quase todas as regiões do país estão em fogo de armas», reportava o Diário de Lisboa de 12 de Agosto de 1975. E apontava o Caxito (a norte de Luanda), em Moçâmedes (no extremo sul) e em Nova Lisboa (no sueste, centro do país). E «aumento de tensão» em Sá da Bandeira.
Os três movimentos de libertação «travam combates sobre combates, procurando alargar a sua zona de influência»: o MPLA a predominar no centro, leste e costa ocidental, a UNITA predominantemente no sul (e cada vez mais próxima da FNLA), a FNLA «bem instalada no norte».
O norte angolano, que era a terra onde os Cavaleiros do Norte tinham jornadeado até uma semana antes e de onde não chegavam notícias.
Alferes Domingos Carvalho de Sousa |
Alferes Carvalho, 69 anos
em Marrazes de Leiria
O alferes miliciano Domingos Carvalho de Sousa está em festa, neste dia 12 de Agosto de 2021: comemora 69 anos.
Atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal a 10 de Setembro de 1975. Ao lugar de Marinheiros, freguesia de Marrazes, em Leiria, de onde é natural e onde residia. Ainda hoje lá vive - agora na Travessa do Outeiro do Pomar -, reformado depois de uma vida de trabalho técnico e finalmente na área das vendas, como técnico comercial durante 20 anos.
em Marrazes de Leiria
O alferes miliciano Domingos Carvalho de Sousa está em festa, neste dia 12 de Agosto de 2021: comemora 69 anos.
Atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal a 10 de Setembro de 1975. Ao lugar de Marinheiros, freguesia de Marrazes, em Leiria, de onde é natural e onde residia. Ainda hoje lá vive - agora na Travessa do Outeiro do Pomar -, reformado depois de uma vida de trabalho técnico e finalmente na área das vendas, como técnico comercial durante 20 anos.
Grande e forte abraço para ele, neste dia 12 de Agosto de 2021, em que passa mais um belo dia sua grande sénior da vida. Parabéns!
Picote, condutor da CCS,
faleceu há 3 anos !
O soldado António Rosário Picote, condutor auto-rodas da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 3 anos, em Á-dos-Negros, concelho de Óbidos.
Nasceu a 10 de Novembro d 1952 e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e, solteiro, teve as setas do amor a assaltar-lhe o coração em 2014, então casando com Celeste Utom, guineense e mãe de dois filhos e de quem, de resto, até adoptou o apelido. A família próxima é que esteve em desacordo com o casamento, mas ele «juntou os trapos» e fez uma grande festa. Tinha 62 anos!
«Os seus últimos tempos, excetuando as complicações de saúde, do foro hepático, foram de enorme felicidade», contou-nos António Capinha, autarca local de 44 anos e que, assim nos disse, «sempre fui um grande amigo do António, uma vez que o meu pai é da idade dele e cresceram juntos».
«Tiveram muitas brincadeiras, aventuras e noitadas juntos e sempre privaram bastante, tendo o meu pai acompanhado o António nos seus últimos dias», precisou António Capinha.
A saúde é que o foi fragilizando, decorrente de imensas complicações hepáticas. «A bebida sempre foi a sua «perdição»..., mas via-se que estava muito feliz. Por se ter reformado, mas acima de tudo por ter, em termos pessoais, concretizado algo que quase ninguém imaginava ainda possível», disse-nos Paulo Capinha.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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