José Diogo Themudo, à direita, que foi 2º. comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, com o capitão José Paulo Falcão (oficial de operações) e o alferes miliciano João Machado (à esquerda) |
Os furriéis milicianos José Augusto Monteiro e João Peixoto na rampa da messe de sargentos (antes, de oficiais) do Bairro Montanha Pinto, em Carmona |
Há 47 anos, no dia 18 de Setembro de 1974, reuniu a Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe, coordenada pelo tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423.
A reunião, tal como já acontecera na do anterior dia 3 do mesmo mês, «incidiu especialmente sobre o problema dos trabalhadores» das fazendas de café - que era a principal actividade económica do Uíge, uma das maiores riquezas da nação que estava para nascer.
Os trabalhadores, normalmente oriundos do centro de Angola (ovimbundos e bailundos), estavam ser aliciados «pelo IN e/ou agitadores» com diversa «propaganda para fugirem ao contrato», o que, de acordo com o livro «História da Unidade», o do BCAV. 8423, «forçosamente terá reflexos no panorama económico do concelho», como, aliás, aqui já recordámos por várias vezes, ao longo desta janela de memórias dos Cavaleiros do Norte que, por 1974 e 1975, jornadearam, em missão militar, por terras do norte de Angola.
O IN, esse e ainda seguindo o «HdU», «continuou apático todo o mês» - o mês de Setembro de 1974 - mas «apesar disso, aumentou os contactos que vinham do antecedente, a acontecer».
MPLA a pressionar
a norte e a sul !
O MPLA, há 46 anos e com o dia 11 de Novembro (o da independência de Angola) cada vez mais próximo, pressionava a norte e sul, para combater as forças da FNLA (nas províncias do Uíge e Zaire) e da UNITA (em Nova Lisboa, Silva Porto e Serpa Pinto).
A 52 dias de distância, as FAPLA (exército do movimento de Agostinho Neto) controlava, 12 das 16 províncias angolanas, embora, de acordo com o Diário de Lisboa, os seus dirigentes não deixassem de «manifestar preocupações especialmente no que respeita à situação do Norte».
O norte por onde andou o BCAV. 8423.
Na verdade e para o MPLA, «seja qual for a posição das forças rivais no terreno, à data da independência, ficará sempre à FNLA a possibilidade de declarar independentes de Angola as províncias do Uíge e Zaire, dando nascimento a um novo Biafra».
O presidente Agostinho Neto, de resto, manifestou essa mesma preocupação numa entrevista ao enviado especial da France Press. «Estamos firmemente dispostos a resistir a todas as tentativas do imperialismo atacar o nosso país», disse o líder do MPLA, acrescentando que «não temos medo».
O coronel José Diogo Themudo aos 80 anos! |
Capitão/coronel Themudo,
festeja 80 anos em Lisboa!
O capitão Themudo, agora coronel aposentado, foi 2º. comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e amanhã comemora 80 anos!
José Diogo da Mota e Silva Themudo chegou a Carmona em Março de 1975, convidado pelo comandante Almeida e Brito para exercer aquelas funções - vagas desde a partida para Angola, por «desvio» do major Ornelas Monteiro para a Guiné.
O capitão Themudo já tinha feito 2 comissões (em Angola e Moçambique) e voltou a Angola mobilizado para uma companhia entretanto desactivada. Ficou por Luanda, até ser «achado» pelo comandante do BCAV. 8423.
Mora em Lisboa, dedica-se a actividades equestres e à família, e para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns, embrulhado no voto de muitos mais e bons anos de vida!
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