sexta-feira, 22 de outubro de 2021

5 590 - O desarmamento dos milícias não foi bem aceite pelos povos angolanos do Uíge!


Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 em Carmona, todos milicianos: furriel Nelson Rocha,
 alferes Luís António Pedrosa de Oliveira (que hoje faz 69 anos), Manuel Machado, José Lino
 e António José Cruz
Entrada do Quitexe, do lado de Carmona,
agora cidade do Uíge

O desarmamento dos milícias, zona do Uíge angolano, começou a 21 de Outubro de 1974, ontem, se passaram 47 anos, mas, de acordo com o livro «História da Unidade», «não teve boa aceitação por parte dos povos, nomeadamente dos postos da sede (Quitexe) e Aldeia Viçosa».
Sabia-se, ao tempo, que «os apresentados e a FNLA vivem em contacto permanente, quase geral há largos anos» e o livro «História da Unidade» recorda mesmo que «poucas vezes, e salvo honrosas excepções, as milícias não tiveram actuações de vulto em defesa dos seus aldeamentos».
Tal facto comummente conhecido entre os militares, mas, mesmo assim, «argumentam(ram) os povos que que esses núcleos armados são a sua melhor defesa às acções de depradação e exigência do IN», argumento que, ainda segundo o livro «História da Unidade», que continuamos a citar nesta memória de Angola, «é difícil de contrariar».
O dia 2 de Outubro de 1974 foi tempo, também, para mais uma reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU), na cidade de Carmona, na qual participou o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, com sede aquartelada na vila do Quitexe. Certamente, fez-se acompanhar de oficiais Cavaleiros do Norte da Unidade, como era habitual e convencional.

O 1º. cabo Victor Cunha e o furriel
Mota Viana, ambos de Zalala 

Mota Viana de Zalala

para o Luvuei !

A 22 de Outubro de 1974, há 47 anos, o furriel miliciano Mota Viana, da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala), rodou para Luvuei, no leste de Angola, onde passou a integrar a 1ª. CART do BART 6321.

Fernando Manuel Mota Viana tinha sido «apanhado» sem boina, na estrada do Quitexe, e foi castigado pelo comandante Almeida e Brito. Achou este que, por ser graduado e filho de um oficial do Exército (o capitão Viana) tinha mais obrigação de dar o exemplo quanto ao atavio militar, castigando-o com 15 dias de prisão disciplinar agravada, que o CSU aumentou para 20, o que implicou a sua rotação.
A transferência «na situação de diligência» (o que suavizou o castigo) teve despacho do Comandante da Região Militar de Angola, a 22 de Outubro de 1974 (hoje se fazem 43 anos), publicado na Nota 38364/1, de 28 de Outubro do mesmo ano e do Quartel General da RMA, depois replicada  na Ordem de Serviço nº. 265, de 13 de Novembro e do RC4 - a unidade mobilizadora.
Alferes Pedrosa 
 Oliveira, à direita,
como capitão J.
 P. Fernandes
O Mota Viana, com quem acabámos de falar, esteve em Luvuei até meados de 1975, rodando com a CART. 6321 para Luanda. Regressou a Portugal 6 ou 7 dias antes da independência de Angola - que foi a 11 de Novembro de 1975. Já depois regresso da CART. 6321.


Alferes Pedrosa, 69 anos
nos Marrazes de Leiria !

O alferes miliciano Pedrosa, da 3ª. CCAV. 8423, está hoje em festa, dia 22 de Outubro de 2017: faz 69 anos.
Luís António Pedrosa de Oliveira, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria de especialidade militar, cursada na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, sendo Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Por lá, pelo Quitexe e por Carmona cumpriu a sua jornada africana do Uíge angolano, regressando à sua Marrazes natal, e, Leiria, a 10 de Setembro de 1975.
Por lá continua, tendo-se dedicado a actividades empresariais ligadas ao comércio. E está de boa saúde. Para lá vai o nosso abraço de parabéns! 



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