O 1º. cabo José Gomes e o furriel Francisco Neto (Rangers), ambos da CCS do BCAV. 8423, acharam-se ocasionalmente e fizeram história das nossas histórias da jornada angolana |
O dia de anteontem foi tempo de dois Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 se acharem nos camimhos da vida. Ocasionalmente: o furriel Francisco Neto e o 1º. cabo José Gomes.
O Neto, que por terras uíjanas de Angola foi furriel miliciano de Operações Especiais (os Rangers), andava nos seus negócios da China e toda a manhã a «embarcar» vinho, até que, na hora do almoço, em Penafiel, abancou em restaurante para confortar o estômago e descansar o corpo.
Estava boa a ementa e melhor ainda o bem regado acompanhamento, de tal forma que o entusiasmo nem deu por quem à volta estava.
Não deu até que deu e deu de caras com o Gomes, enfermeiro militar, que ao lado abancava também - de braço dado com a sua «mais-que-tudo». A ambos «cheirou» a Cavalaria e, reconhecendo-se, alargaram fartos e felizes sorrisos de prazer, desfiando memórias dos tempos da nossa épica jornada africana do Uíge angolano.
A fotografia, ao lado e acima, ilustra o momento de abraço destes dois Cavaleiros do Norte da CCS, para memória futura.
Memória dos tempos de há 47 anos foi a de quando a CCAÇ. 4145/74 chegou a Vista Alegre e, assim lá chegada, assim logo foi embora e assim não substituiu a CCAÇ. 4145 mas a de 1972. A Angola chegara esta em 1973 e, a esse tempo, em vésperas de voltar a Luanda para regressar a Portugal. Para lá acabaria por ir a 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala e do capitão miliciano Davide Castro Dias.
Os caçadores da 4145 chegaram
a Vista Alegre e foram... embora !
A CCAÇ: 4145/72, co capitão Raúl Corte Real, tinha chegado a Vista Alegre no dia 1 de Abril de 1973 (..., não, não foi engano, mentira muito menos), depois de uns dias de «estágio» no Campo Militar do Grafanil, assim que foi a sua chegada a Luanda - nos últimos dias de Março de 1973.
Os «caçadores» da 4145/74 é que nem o lugar aqueceram em Vista Alegre (e muito menos no Destacamento da Ponte do Dange) e, a 20 de Novembro de 1974, há precisamente 47 anos, voltaram a Luanda - onde, provavelmente, terão integrado as Forças Militares Mistas. Nada sobre isso sabemos.
A 4145/74 era, recordemos, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, oficial que tinha estado «implicado» no Golpe das Caldas (da Rainha), em 16 de Março de 1974.
A CCAÇ. 4145/72, a única da intervenção da zona, já agora e recordando, era comandada pelo capitão Raul Alberto Sousa Corte Real e tinha sido formada no Regimento de Infantaria nº. 1 (RI1), na cidade da Amadora. Regressou a Portugal em Dezembro de 1974.
Exército pagava o
transporte dos militares
Há algum tempo, encontrámos na net uma singular discussão sobre os custos das viagens da tropa colonial, nomeadamente no período de recruta e especialização, depois no de mobilização e embarque para os teatros operacionais - fosse para Angola, Moçambique e Guiné, ou Cabo Verde, Madeira, Açores, S. Tomé Príncipe, Macau e Timor.
As viagens de avião e/ou barco, eram naturalmente custeadas pelo Estado Português. Não havia dúvidas. Dúvidas havia (e em nós ficaram multiplicadas...) sobre quem pagava as deslocações internas, dentro do Portugal Metropolitano e de nossas casas para (e das) as unidades militares.
A argumentação era tão farta, de um lado e de outro - os que diziam que pagava o Estado (total ou parcialmente), ou pagava o militar. Tão farta e expressiva, que medraram as dúvidas e nenhuma certeza ganhámos quando, pelo telefone, perguntámos a meia dúzia de companheiros: pagávamos, ou não pagávamos os bilhetes da tropa? Ninguém se lembra bem!
Quis o destino que achasse, aqui por casa, um exemplar de uma requisição de transporte, em 2ª. classe, no caso à CP e da Estação de Águeda para a de Lamego Central, quando, já concluído o curso de Operações Especiais, lá fiquei colocado. Se repararam bem, verificarão que a requisição era do Ministério do Exército, via DL 2023, de 4 de Fevereiro de 1922, expressamente referindo, e citamos, «devendo a importância do mesmo transporte ser paga pelo Ministério do Exército».
Os «caçadores» da 4145/74 é que nem o lugar aqueceram em Vista Alegre (e muito menos no Destacamento da Ponte do Dange) e, a 20 de Novembro de 1974, há precisamente 47 anos, voltaram a Luanda - onde, provavelmente, terão integrado as Forças Militares Mistas. Nada sobre isso sabemos.
A 4145/74 era, recordemos, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, oficial que tinha estado «implicado» no Golpe das Caldas (da Rainha), em 16 de Março de 1974.
A CCAÇ. 4145/72, a única da intervenção da zona, já agora e recordando, era comandada pelo capitão Raul Alberto Sousa Corte Real e tinha sido formada no Regimento de Infantaria nº. 1 (RI1), na cidade da Amadora. Regressou a Portugal em Dezembro de 1974.
Requisição à CP de um bilhete de Águeda para Lamego Central, em 2ª. classe e, como se pode ler, ««devendo a importância do mesmo trans- porte ser paga pelo Ministério do Exército». |
Exército pagava o
transporte dos militares
Há algum tempo, encontrámos na net uma singular discussão sobre os custos das viagens da tropa colonial, nomeadamente no período de recruta e especialização, depois no de mobilização e embarque para os teatros operacionais - fosse para Angola, Moçambique e Guiné, ou Cabo Verde, Madeira, Açores, S. Tomé Príncipe, Macau e Timor.
As viagens de avião e/ou barco, eram naturalmente custeadas pelo Estado Português. Não havia dúvidas. Dúvidas havia (e em nós ficaram multiplicadas...) sobre quem pagava as deslocações internas, dentro do Portugal Metropolitano e de nossas casas para (e das) as unidades militares.
A argumentação era tão farta, de um lado e de outro - os que diziam que pagava o Estado (total ou parcialmente), ou pagava o militar. Tão farta e expressiva, que medraram as dúvidas e nenhuma certeza ganhámos quando, pelo telefone, perguntámos a meia dúzia de companheiros: pagávamos, ou não pagávamos os bilhetes da tropa? Ninguém se lembra bem!
Quis o destino que achasse, aqui por casa, um exemplar de uma requisição de transporte, em 2ª. classe, no caso à CP e da Estação de Águeda para a de Lamego Central, quando, já concluído o curso de Operações Especiais, lá fiquei colocado. Se repararam bem, verificarão que a requisição era do Ministério do Exército, via DL 2023, de 4 de Fevereiro de 1922, expressamente referindo, e citamos, «devendo a importância do mesmo transporte ser paga pelo Ministério do Exército».
Está todo esclarecido: pagava o Estado.
Viegas, furriel do Quitexe,
69 anos em Águeda !
O furriel miliciano Viegas, do PELREC da CCS do BCAV. 8423, festeja 69 anos a 21 de Novembro de 2021.
Cavaleiro do Norte do Quitexe, e especialista de Operações Especiais (Rangers), concluiu o curso no Centro de Instrução de Operacionais (CIOE) e lá ficou como instrutor - tal qual o Monteiro e o Neto.
Mobilizado para Angola, o trio apresentou-se no RC4, em Santa Margarida e a 24 de Dezembro de 1973, véspera da Natal, de lá «arrancando» ao fim da tarde para os seus natais de família.
Jornadeou o trio pelo Quitexe e por Carmona e regressaram a Portugal a 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana por terras do Uíge angolano. O Viegas fixou-se em Óis da Ribeira, a sua terra natal do concelho de Águeda, e trabalhou nas áreas administrativa, jornalística e bancária. Já aposentado, mora na mesma localidade e amanhã ficará ele com os parabéns em casa. É (sou) o editor deste blogue!
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