quinta-feira, 11 de novembro de 2021

5 610 - Uíge angolano calmo, há 47 anos, mas mais 50 mortos e mais de 100 feridos em Luanda!


O capitão José Paulo Falcão, que há 43 anos comandava interinamente o
 BCAV. 8423, o soldado clarim Armando Mendes da Silva (da 3ª. CCAV. 8423)
 e o comandante Carlos Almeida e Brito (então tenente-coronel)
Cavaleiros do Norte da CCS, todos condutores: Vicente Alves,
 António Gonçalves, Brites da Costa (de bigode), José Gomes
e Manuel Alves. Em baixo, Delfim Serra, NN e Miguel
Ferreira. Quem é o NN
?



Os dias do Uíge, há 47 anos e na ZA dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, continuavam calmos, então sob o comando interino do capitão José Paulo Falcão, a substituir o tenente-coronel Almeida e Brito, de férias em Lisboa.
A rotação do dispositivo militar estava em marcha e sabia-se que a CCAÇ. 4145/72, a de Vista Alegre, iria rodar para Luanda. 
Há aqui uma curiosidade: esta CCAÇ. viria a partir no dia 21
Capitão Raúl Corte-Real
de Novembro e 2 dias antes (a 19) chegou a Vista Alegra a CCAÇ. 4145/74, que de lá saiu no dia seguinte (20). Seria a 1ª. CCAV. 8423 a aquartelar-se na vila - que fica a uns 60 quilómetros do Quitexe, na Estrada do Café, entre o Quitexe e Luanda.A CCAÇ. 4145/72 era comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte Real e chegou a Vista Alegre no dia 1 de Abril de 1973 - mais de ano e meio antes. Na altura da chegada da 1ª. CCAV. 8423, a 25 de Novembro de 1974, estava envolvida numa grande operação - a «Turbilhão», no Quanza Norte -, e o capitão Raúl Corte Real comandava a única Zona de Intervenção (ZI) do Uíge.
Os «caçadores» da 4145/72 rodaram para Luanda e por lá se aquartelaram, no Campo Militar do Grafanil, até à sua partida para Portugal, em data que desconhecemos.
Notícia do Diário de Lisboa, de há 47
 anos, sobre os incidentes de Luanda

50 mortos e mais de 100
feridos em Luanda!

Calmos pelas bandas dos Cavaleiros do Norte, os dias de há 47 anos continuavam trágicos em Luanda, onde se registaram pelo menos 50 mortos.
«A anarquia continua a dominar esta capital, após dois dias de tiroteio, lançamento de granadas, esfaqueamentos e fogos postos que provocaram pelo menos 50 mortos e mais de 100 feridos», reportava o Diário de Lisboa, na sua edição de 12 de Novembro de 1974.
Um comunicado militar dava conta que «quase todos os mortos são negros» e o jornal «O Comércio», de Luanda, noticiava que «uma família de 7 pessoas estava a ser tratada na sala de observações» do Hospital de S. Paulo, «após ter sido espancada e anavalhada no seu lar, por assaltantes».
Alguns dos desordeiros, de acordo com o comunicado militar, «estavam a usar armas automáticas sofisticadas de origem soviética» e sublinhava que «a responsabilidade pelos incidentes não podem ser atribuídas a uma só parte da população».
«Registaram-se actos de insubordinação da parte das populações branca e negra e de alguns soldados», referia o comunicado militar, enquanto o coronel Ferreira Dinis, comandante das Forças Especiais de Segurança Militar, admitia que «os responsáveis pelos incêndios e pilhagens são criminosos e antigos presos políticos amnistiados pelas autoridades militares portuguesas após o 25 de Abril».
A FNLA, o MPLA e a UNITA «condenaram os incidentes» e rejeitaram «quaisquer responsabilidades neles».
Fernando Santos,
clarim de Zalala

Santos, clarim de Zalala, 
69 anos em Ourém!

O soldado Santos, da 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte a mítica e saudosa Fazenda Maria João, a de Zalala, comemora 69 anos a 13 de Novembro de 2021.
Fernando Manuel Dias dos Santos, de seu nome completo,  foi clarim na mítica fazenda uíjana, a dos combatentes comandados pelo capitão miliciano Davide Castro Dias, e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975. A Resouro, lugar de freguesia de Urqueira, no município de (Vila Nova de) Ourém. Trabalhou na área da construção civil, esteve emigrado em França e está aposentado. 
Hoje e na antevéspera do seus 69 anos de vida, para lá e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!

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