CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!
CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!
CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
5 657 - Um Governo de Transição para a Angola Independente! Futebol no pelado do Quitexe!
A parada do BCAV. 8423, no Quitexe e vista do lado da porta d´armas |
José António Nascimento, furriel Cavaleiro do Norte de Zalala, mas aqui já em Vista Alegre |
A actividade fecharia o ano da sede do batalhão, em ambiente desportivo e no âmbito do plano de acção psicológica, coordenado pelo alferes miliciano José Leonel Hermida.
Os outros aquartelamentos, outras actividades de lazer tiveram.
Quanto ao dia a dia, ia igual e sem problemas. A grande novidade do de 30 de Dezembro desse já distante 1974, tinha a ver com a data (anunciada) da realização da Cimeira dos três movimentos de libertação com o Governo de Portugal: 10 de Janeiro de 1975 «algures, em Portugal». Até lá, disse Jonas Savimbi em Lusaka, UNITA, MPLA e FNLA «realizarão uma cimeira para concordarem numa plataforma comum, para apresentarem nas conversações com o Governo Português». Isto, numa altura em que, segundo as agências noticiosas France Press e a Reuters, se registavam «progressos recentes na melhoria das relações entre os três movimentos de libertação angolanos, através da assinatura de acordos».
Um Governo de Transição
para a Angola Independente!
Observadores internacionais, em Lusaka e citados pelo Diário de Lisboa, afirmaram que
«essa cimeira apresenta-se como uma gigantesca evolução no caminho do entendimento dos três movimentos, para se encontrar a adequada solução angolana de independência».
«O nosso objectivo é ter em Angola um Governo de Transição antes do fim de Janeiro e a independência dentro de 9 a 12 meses», afirmou Jonas Savimbi, o presidente da UNITA- enquanto o Diário de Lisboa escrevia que «foi dado um passo em frente pela solução do problema de Angola, o maior território colonial português em África».
Futebol no pelado do Quitexe
e na 1ª. divisão nacional !
O domingo de há 447anos foi tempo de futebol, no duro pelado do campo do Quitexe, e com um jogo entre pelotões da CCS. Quais? Sabe-se lá, hoje quais, já perdidos na memória.
O futebol era uma da «artes» da acção psicológica do BCAV. 8423, que, por essa altura festiva, também promoveu a projecção de filmes e também a já dita corrida de S. Silvestre, na noite de 31 de Dezembro.
Mais a sério e em Lisboa, o Sporting recebeu e venceu (1-0) o Belenenses, para o nacional de futebol de 1ª. divisão, enquanto o Porto foi ganhar (2-0) a Espinho e o Benfica empatou (0-0) em Tomar. Outros resultados: Oriental-Olhanense, 1-0; CUF-Académico(a) de Coimbra, 0-0; Boavista-Vitória de Guimarães, 3-0; Leixões-Vitória de Setúbal, 2-0; Farense-Atlético, 4-1.
Comandava o FC do Porto, com 26 pontos; 2º.-Benfica, 23; 3º.-V. Guimarães, 21; 4º.-Sporting, 20; 5º.-Boavista, 17; 6º.-Farense, 16; 7º.-Belenenses, 15; 8º.-Leixões, 14; 9º.-V. Setúbal e CUF, 13; 11º.-União de Tomar, 12; 14º.-Atlético e Olhanense, 11; 16º.-Espinho, 10; 17º.-Oriental, 9; 18º.-Académico de Coimbra (a actual Académica), 7.
e na 1ª. divisão nacional !
O domingo de há 447anos foi tempo de futebol, no duro pelado do campo do Quitexe, e com um jogo entre pelotões da CCS. Quais? Sabe-se lá, hoje quais, já perdidos na memória.
O futebol era uma da «artes» da acção psicológica do BCAV. 8423, que, por essa altura festiva, também promoveu a projecção de filmes e também a já dita corrida de S. Silvestre, na noite de 31 de Dezembro.
Mais a sério e em Lisboa, o Sporting recebeu e venceu (1-0) o Belenenses, para o nacional de futebol de 1ª. divisão, enquanto o Porto foi ganhar (2-0) a Espinho e o Benfica empatou (0-0) em Tomar. Outros resultados: Oriental-Olhanense, 1-0; CUF-Académico(a) de Coimbra, 0-0; Boavista-Vitória de Guimarães, 3-0; Leixões-Vitória de Setúbal, 2-0; Farense-Atlético, 4-1.
Comandava o FC do Porto, com 26 pontos; 2º.-Benfica, 23; 3º.-V. Guimarães, 21; 4º.-Sporting, 20; 5º.-Boavista, 17; 6º.-Farense, 16; 7º.-Belenenses, 15; 8º.-Leixões, 14; 9º.-V. Setúbal e CUF, 13; 11º.-União de Tomar, 12; 14º.-Atlético e Olhanense, 11; 16º.-Espinho, 10; 17º.-Oriental, 9; 18º.-Académico de Coimbra (a actual Académica), 7.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
5 656 - O Natal de 1974 do BCAV. 8423 e as botas emprestadas para jogar futebol !
Cavaleiros do Norte do Parque-Auto: NN (condutor) 1º. cabo Malheiro (com Ricardo, filho do alferes Cruz, ao colo), 1º. cabo Monteiro (Gasolinas), furriel Machado e Canhoto |
A 29 de Dezembro de 1974, há 47 anos e a um domingo, realizou-se no campo do Quitexe mais uma renhida partida de futebol, neste caso entre uma equipa da CCS e outra de civis da vila (e arredores).
Não faço a menor ideia de qual foi o resultado (ganharam os militares...) mas é seguro que nesse já longínquo dia fui «internacional» com umas botas emprestados pelo José Canhoto Pereira, irmão do Alípio Canhoto Pereira.
O Alípio era condutor da CCS e companheiro quitexano da nossa jornada africana do Uíge. O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, rodada para o Quitexe a 10 de Dezembro imediatamente anterior.
O melhor que recordo desse jogo (em que alinhei a defesa central, o lugar da minha formação futebolística) foi de o José, através do Alípio, me ter emprestado as botas e de ter como adversário directo um possante civil, com rótulo de craque e fama de marcador de golos, que me deu baba pela barba mas que exemplarmente «sequei», não sem levar e dar umas valentes pantufadas. Estes jogos, diria, eram pouco «amigáveis».
A história foi-me lembrada pelo Alípio Canhoto Pereira, que vive em Colmeal da Torre (em Belmonte), de onde é natural, e lá trabalhou numas bombas de gasolina. Agora já aposentado, depois de, há uns pares de anos, ter sido notícia televisiva - devido a um assalto em que foi vítima.
«Pedi-as ao meu irmão, para você jogar...», recordou-me ele.
Não faço a menor ideia de qual foi o resultado (ganharam os militares...) mas é seguro que nesse já longínquo dia fui «internacional» com umas botas emprestados pelo José Canhoto Pereira, irmão do Alípio Canhoto Pereira.
O Alípio era condutor da CCS e companheiro quitexano da nossa jornada africana do Uíge. O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, rodada para o Quitexe a 10 de Dezembro imediatamente anterior.
O melhor que recordo desse jogo (em que alinhei a defesa central, o lugar da minha formação futebolística) foi de o José, através do Alípio, me ter emprestado as botas e de ter como adversário directo um possante civil, com rótulo de craque e fama de marcador de golos, que me deu baba pela barba mas que exemplarmente «sequei», não sem levar e dar umas valentes pantufadas. Estes jogos, diria, eram pouco «amigáveis».
A história foi-me lembrada pelo Alípio Canhoto Pereira, que vive em Colmeal da Torre (em Belmonte), de onde é natural, e lá trabalhou numas bombas de gasolina. Agora já aposentado, depois de, há uns pares de anos, ter sido notícia televisiva - devido a um assalto em que foi vítima.
«Pedi-as ao meu irmão, para você jogar...», recordou-me ele.
Alípio Pereira e furriel Viegas em 2018 e em Belmonte |
dos Cavaleiros do Norte
Os irmãos Canhoto Pereira são nativos de Colmeal da Torre, em Belmonte - o José e o Alípio (o mais novo).
Não era muito vulgar, pelo contrário, dois irmãos serem contemporâneos do mesmo batalhão da guerra colonial, mas era este o caso destes dois Cavaleiros do Norte.
O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Nascido em 1949, estava emigrado para França e, numa das visitas de férias, foi «apanhado» para o serviço militar. Cumprida a jornada africana, a 11 de Setembro de 1975, voltou a França e por lá fez vida. Teve duas filhas e separou-se, casando-se de novo - em Chaves. Faleceu «há uns 6 anos», vítima de doença cancerosa, disse-nos o Alípio.
O Alípio foi condutor-auto da CCS e também regressou a Colmeal da Torre, em Belmonte - a 8 de Setembro de 1975. Por lá fez vida e trabalhou numa estação de abastecimento de combustíveis - agora já aposentado, pai de duas raparigas e avô de dois netos.
Ambos, como se vê, Cavaleiros do Norte da BCAV. 8423, embora de Companhias diferentes - juntas, todavia, a partir de 10 de Dezembro, no Quitexe.
O 1º. cabo Gabriel Mendes |
Gabriel dos Sapadores
a festejar 69 anos !
O 1º. cabo sapador de infantaria Gabriel Alves Mendes está hoje em festa: comemora 69 anos.
Natural da Covilhã, regressou a a Portugal a 8 de Setembro de 1975 e logo voltou para França. «Já trabalhava antes da tropa, achei o blog na net e tive de vos ligar» disse-nos ele, depois, acrescentando de ter andado a «cuscar» este espaço de memórias dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
«Encontrei fotografias de tanta gente daquele tempo, ai quantas saudades eu sinto daquela malta toda...», disse ao blogger.
«Foi supervisor na Oxford, da Wagon, agora já estou aposentado», contou-nos, de sorriso rasgado e feliz, por reencontrar parte da sua família militar de Angola. Por lá e para além das funções de sapador de infantaria, as da sua especialidade militar, foi também padeiro e cantineiro, no bar dos praças. Além de tocador de viola, chegando a fazer coros instrumentais na Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, a do padre Albino Capela!!!
«Estou reformado e foi acabar os meus dias nas Cortes do Meio. Lá vou voltar», disse-nos o Gabriel Mendes.
Grande abraço! Parabéns!!!
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
5 655 - Tempos calmos no BCAV. 8423 de há 47 anos! Facção Chipenda expulsou Agostinho Neto do MPLA !
A 28 de Dezembro de 1974, um sábado de há 47 anos, soube-se pelas bandas da uíjana vila do Quitexe e outros chãos da terra nortenha de Angola, que a Facção Chipenda «decidira expulsar o dr. Agostinho Neto do MPLA».
Por lá jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e a afirmação foi de Luís de Azevedo, encarregado das Relações Exteriores da tendência liderada por Daniel Chipenda e no decorrer de uma conferência de imprensa em Paris, durante a qual também denunciou os acordos de cooperação assinados no Luso pelos presidentes do MPLA (Agostinho Neto) e da UNITA (Jonas Savimbi) e censurou a posição do Alto Comissário Rosa Coutinho para a conclusão do acordo.
Recordemos que Daniel Chipenda tinha, tempos antes, sido expulso do MPLA, precisamente por Agostinho Neto. Mais tarde passaria para a FNLA e, já ma Angola independente, reingressou no MPLA (em 1992).
Antes da actividade política e enquanto estudante da Universidade de Coimbra foi titular da equipa principal de futebol da Associação Académica (anos de viragem da década de 50 para a de 60), distinguindo-se como ponta-de-lança e goleador. Antes jogara no Benfica.
Antes da actividade política e enquanto estudante da Universidade de Coimbra foi titular da equipa principal de futebol da Associação Académica (anos de viragem da década de 50 para a de 60), distinguindo-se como ponta-de-lança e goleador. Antes jogara no Benfica.
Campo de futebol do Quitexe, anos 70 do século XX, palco de grandes partidas entre Cavaleiros do Norte |
Tempos calmos
no BCAV. 8423
no BCAV. 8423
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por estes tempos finais de 1974, continuavam a sua jornada africana do Uíge angolano em tempos de acalmia - embora continuando as sempre delicadas missões de patrulhamentos e escoltas, nomeadamente ao longo da Estrada do Café - ora para o lado de Carmona, ora para Aldeia Viçosa.
A preparação da corrida de S. Silvestre era um dos assuntos da agenda do gabinete de acção psicológica do Batalhão, então ao cuidado do alferes miliciano José Leonel Pinto de Aragão Hermida, de Transmissões. Assim como a realização de jogos de futebol, entre pelotões e subunidades.
Realizavam-se no campo da vila e sempre muito disputados, por vezes até com excesso de entusiasmo mas sempre suscitando grandes rivalidades.
Barros de Zalala, 69
anos em Coimbra !
O 1º. cabo Barros, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, comemora 69 anos a 29 de Dezembro de 2021.
Rui António Ferreira Barros foi Cavaleiro do Norte do 2º. Grupo de Combate de Zalala, comandado pelo alferes miliciano Carlos Sampaio. O seu nome não consta da relação do pessoal da 1ª. CCAV. 8423 que a 9 de Setembro de 1975 desembarcou no aeroporto de Lisboa, vindo de Angola. Nem nas de qualquer uma das restantes três Companhias do BCAV. 8423. Desconhecemos as razões. Tanto quanto julgamos saber, residirá na área de Coimbra. Onde quer que esteja, para ele vão os nossos parabéns!
A preparação da corrida de S. Silvestre era um dos assuntos da agenda do gabinete de acção psicológica do Batalhão, então ao cuidado do alferes miliciano José Leonel Pinto de Aragão Hermida, de Transmissões. Assim como a realização de jogos de futebol, entre pelotões e subunidades.
Realizavam-se no campo da vila e sempre muito disputados, por vezes até com excesso de entusiasmo mas sempre suscitando grandes rivalidades.
Barros de Zalala, 69
anos em Coimbra !
O 1º. cabo Barros, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, comemora 69 anos a 29 de Dezembro de 2021.
Rui António Ferreira Barros foi Cavaleiro do Norte do 2º. Grupo de Combate de Zalala, comandado pelo alferes miliciano Carlos Sampaio. O seu nome não consta da relação do pessoal da 1ª. CCAV. 8423 que a 9 de Setembro de 1975 desembarcou no aeroporto de Lisboa, vindo de Angola. Nem nas de qualquer uma das restantes três Companhias do BCAV. 8423. Desconhecemos as razões. Tanto quanto julgamos saber, residirá na área de Coimbra. Onde quer que esteja, para ele vão os nossos parabéns!
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
5 654 - O alferes miliciano capelão José Ferreira de Almeida deixou o Quitexe há 47 anos!
O capelão militar José Ferreira de Almeida, nos anos 1978/79, já depois da sua jornada angolana |
BCAV. 8423 |
O padre capelão José Ferreira de Almeida, alferes miliciano dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, deixou o Quitexe nos últimos dias de 1974.
Há 47 anos. Como o tempo voa!!!
Sacerdote católico, era natural de Vila, lugar da freguesia de Silvã de Cima, no município de Sátão, Diocese de Viseu, onde nasceu a 13 de Julho de 1944.
Era filho do segundo casamento de Firmino Seixas de Almeida, viúvo, e de Maria do Carmo Ferreira.
Estudou e foi ordenado sacerdote católico a 23 de Julho de 1967, aos 22 anos e por D. José Pedro da Silva, ao tempo Bispo da Diocese de Viseu.
Oficial miliciano no tempo da sua jornada africana por terras do Uíge, com a patente de alferes miliciano, foi capelão militar de várias unidades que serviram no norte de Angola e, a partir de Junho de 1974, do BCAV. 8423, sediado no Quitexe, até Dezembro do mesmo ano, quando, em final de comissão, regressou a Portugal.
AQUI o recordámos a 27 de Dezembro de 2017, ainda desconhecendo o que acima historiamos, mas evocando o seu recato sacerdotal e social e de ser relativamente jovem, talvez na casa dos 30 anos. E de muitas vezes termos em longas e avulsas conversas (nada de confissões...) com os jovens Cavaleiros do Norte, principalmente com os praças.
AQUI o recordámos a 27 de Dezembro de 2017, ainda desconhecendo o que acima historiamos, mas evocando o seu recato sacerdotal e social e de ser relativamente jovem, talvez na casa dos 30 anos. E de muitas vezes termos em longas e avulsas conversas (nada de confissões...) com os jovens Cavaleiros do Norte, principalmente com os praças.
Estávamos certos, sem saber : tinha mesmo 30 anos.
Conforto psicológico,
moral e religioso
As suas estadias no Quitexe eram alternadas com as três companhias operacionais do BCAV. 8423 - as de Zalala, de Aldeia Viçosa e e Santa Isabel, já capelão de outras, antecessoras, as do BCAÇ. 4211.
O alferes capelão José Ferreira de Almeida, no exercício da sua capelania militar, foi conforto psicológico e moral para muitos Cavaleiros do Norte que na fé procuravam respostas para as suas dúvidas e desassossegos. Muitas vezes o vimos na avenida do Quitexe, e na parada do quartel, fosse onde calhasse, a conversar com os rapazes da CCS.
Regressado a Portugal, no final da sua jornada africana do Uíge angolano, viria a abandonar o sacerdócio em 1978/1979 e casar em 1992 com Conceição Isabel Rodrigues da Silva, depois Conceição Isabel Rodrigues da Silva Ferreira de Almeida, que era técnica administrativa do Centro de Saúde de Viseu e agora tem 71 anos. Depois de um longo processo canónico.
Os caminhos da vida levaram a que enveredasse pelo ensino, tendo sido professor de Português em várias escolas do distrito de Viseu, cidade onde sempre viveu e onde está sepultado.
Faleceu quando se preparava para iniciar o doutoramento e foi sempre muito apaixonado pelo estudo da literatura, especialmente Aquilino Ribeiro e Miguel Torga, que, ironicamente, conheceu no IPO de Coimbra, quando ambos estavam às portas da morte.
O capelão que
chegou a capitão!
David José da Silva Ferreira de Almeida é filho de José Ferreira de Almeida e quadro superior da Direcção Geral de Cultura do Norte, na cidade do Porto, onde reside.
Falou-nos dele: «Lembro-me da minha Mãe dizer que o cantor Nuno da Câmara Pereira tinha cumprido o serviço militar com o meu Pai em Angola, mas não sei onde nem quando», acrescentando também se recordar de o pai «ter contado (divertido) que tinha ido ao DRM de Viseu e lhe terem anunciado que era capitão».
A situação teria a ver, naturalmente, com a sua passagem à reserva: «Julgo que teve a ver com isso e com alguma graduação final», comentou David Ferreira, fazendo memória de seu Pai e nosso capelão militar pelas terras nortenhas de Angola.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!
A torre da Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, vendo-se a vila em fundo |
Conforto psicológico,
moral e religioso
As suas estadias no Quitexe eram alternadas com as três companhias operacionais do BCAV. 8423 - as de Zalala, de Aldeia Viçosa e e Santa Isabel, já capelão de outras, antecessoras, as do BCAÇ. 4211.
O alferes capelão José Ferreira de Almeida, no exercício da sua capelania militar, foi conforto psicológico e moral para muitos Cavaleiros do Norte que na fé procuravam respostas para as suas dúvidas e desassossegos. Muitas vezes o vimos na avenida do Quitexe, e na parada do quartel, fosse onde calhasse, a conversar com os rapazes da CCS.
Regressado a Portugal, no final da sua jornada africana do Uíge angolano, viria a abandonar o sacerdócio em 1978/1979 e casar em 1992 com Conceição Isabel Rodrigues da Silva, depois Conceição Isabel Rodrigues da Silva Ferreira de Almeida, que era técnica administrativa do Centro de Saúde de Viseu e agora tem 71 anos. Depois de um longo processo canónico.
Os caminhos da vida levaram a que enveredasse pelo ensino, tendo sido professor de Português em várias escolas do distrito de Viseu, cidade onde sempre viveu e onde está sepultado.
Faleceu quando se preparava para iniciar o doutoramento e foi sempre muito apaixonado pelo estudo da literatura, especialmente Aquilino Ribeiro e Miguel Torga, que, ironicamente, conheceu no IPO de Coimbra, quando ambos estavam às portas da morte.
A Igreja do Quitexe e o furriel Viegas a 24/09/2019 |
O capelão que
chegou a capitão!
David José da Silva Ferreira de Almeida é filho de José Ferreira de Almeida e quadro superior da Direcção Geral de Cultura do Norte, na cidade do Porto, onde reside.
Falou-nos dele: «Lembro-me da minha Mãe dizer que o cantor Nuno da Câmara Pereira tinha cumprido o serviço militar com o meu Pai em Angola, mas não sei onde nem quando», acrescentando também se recordar de o pai «ter contado (divertido) que tinha ido ao DRM de Viseu e lhe terem anunciado que era capitão».
A situação teria a ver, naturalmente, com a sua passagem à reserva: «Julgo que teve a ver com isso e com alguma graduação final», comentou David Ferreira, fazendo memória de seu Pai e nosso capelão militar pelas terras nortenhas de Angola.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!
Isabel, nasceu por ... 2 vezes!
O furriel miliciano Reino, da 3ª. CCAV. 8423, faz 70 anos amanhã - dia 28 de Dezembro de 2017. Nasceu nesta data do já distante ano de 1952, mas só foi registado no dia 1 de Janeiro de 1953.
Dir-se-ia, afinal, que «nasceu» duas vezes.
O Reino foi furriel miliciano de Operações Especiais (Rangers) dos Cavaleiros do Norte da Fazenda de Santa Isabel e instruendo do CIOE, em Lamego, de outros «Rangers» do BCAV. 8423, que eram do curso anterior ao dele: o Monteiro, o Viegas e o Neto. E Cavaleiro do Norte continuou depois depois no Quitexe e em Carmona. Cumprida a sua jornada africana de Angola, regressou às suas origens - em Aldeia do Bispo, no Sabugal.
Profissionalmente fez carreira na GNR, de que está aposentado, e de novo voltou ao Sabugal, para onde vai o nosso abraço de parabéns. Pelo dia 28 de Dezembro de 2021, que é amanhã, e pelo dia 1 de Janeiro de 2022 - quando, em ambos, festejará 70 anos!
O Reino foi furriel miliciano de Operações Especiais (Rangers) dos Cavaleiros do Norte da Fazenda de Santa Isabel e instruendo do CIOE, em Lamego, de outros «Rangers» do BCAV. 8423, que eram do curso anterior ao dele: o Monteiro, o Viegas e o Neto. E Cavaleiro do Norte continuou depois depois no Quitexe e em Carmona. Cumprida a sua jornada africana de Angola, regressou às suas origens - em Aldeia do Bispo, no Sabugal.
Profissionalmente fez carreira na GNR, de que está aposentado, e de novo voltou ao Sabugal, para onde vai o nosso abraço de parabéns. Pelo dia 28 de Dezembro de 2021, que é amanhã, e pelo dia 1 de Janeiro de 2022 - quando, em ambos, festejará 70 anos!
Não é para todos. Parabéns!
domingo, 26 de dezembro de 2021
5 653 - A mensagem de Natal do Comandante do CSU! Comandante Almeida e Brito na Polícia Militar !
O 1º. cabo Carlos Alberto Serra Mendes, bate-chapas da CCS dos BCAV. 8423, na parada do BC 12, em Carmona. Faz hoje 69 anos, em Abrantes |
A 26 de Dezembro de 1974, pelas bandas da terra uíjana do Quitexe angolano, o comandante Almeida e Brito deslocou-se uma vez mais a Carmona, para reunião no Comando de Sector do Uíge (CSU) e Zona Militar Norte (ZMN).
Retribuía, pessoalmente, a mensagem de Natal do Comandante do CSU, publicada na ordem de serviço e lida em formaturas de parada, nomeadamente referindo que «não é ainda para nós que, neste Natal de 1974, terminará a velada de armas iniciada há 14 anos em Angola».
«Fiquemo-nos com a certeza de estar a cumprir uma alta missão, ajudando a construir, em paz, um novo país de expressão portuguesa», sublinhava a mensagem, que recordo do livro «História da Unidade».
O comandante do CSU era o coronel-tirocinado Carlos Maria Bastos Carreiras (falecido a 11/02/2012) e a mensagem frisava (...) «a consolação de encontrar no seio do Exército uma segunda família, a mesma camaradagem diária de combatente para combatentes, comungando os mesmos princípios, vivendo os mesmos bons e maus momentos».
Serra Mendes, 69
anos em Abrantes!
O 1º. cabo bate-chapas Mendes, da CCS do BCV. 8423, comemora 69 anos a 26 de Dezembro de 2021.
Carlos Alberto Serra Mendes, de seu nome completo, integrou a equipa do Parque-Auto comandado pelo alferes António Albano Cruz e é natural e então residente no Pátio Joaquim Pedro, da freguesia de S. João Baptista, em Abrantes. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão militar em Angola. Vive agora no Bairro Ca-
troga Gaio, também em Abrantes, para onde vai um abraço de parabéns!
Almeida e Brito
na Polícia Militar
O tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito foi comandante do BCAV. 8423 e regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975. A 26 de Dezembro do mesmo ano - hoje se fazem 47 anos! - foi colocado como comandante da Polícia Militar (PM) em Lisboa.
A nomeação foi conhecida em decreto lei dessa data e o 2º. comandante de Almeida e Brito, curiosamente (ou talvez não...) foi outro oficial do BCAV. 8423: o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que era o 2º. comandante (na formação do BCAV. 8423, em Santa Margarida) mas não chegou a partir para Angola, por ter sido «desviado» para a Guiné, por ordem do MFA.
«Fiquemo-nos com a certeza de estar a cumprir uma alta missão, ajudando a construir, em paz, um novo país de expressão portuguesa», sublinhava a mensagem, que recordo do livro «História da Unidade».
O comandante do CSU era o coronel-tirocinado Carlos Maria Bastos Carreiras (falecido a 11/02/2012) e a mensagem frisava (...) «a consolação de encontrar no seio do Exército uma segunda família, a mesma camaradagem diária de combatente para combatentes, comungando os mesmos princípios, vivendo os mesmos bons e maus momentos».
1º. cabo Serra Mendes |
Serra Mendes, 69
anos em Abrantes!
O 1º. cabo bate-chapas Mendes, da CCS do BCV. 8423, comemora 69 anos a 26 de Dezembro de 2021.
Carlos Alberto Serra Mendes, de seu nome completo, integrou a equipa do Parque-Auto comandado pelo alferes António Albano Cruz e é natural e então residente no Pátio Joaquim Pedro, da freguesia de S. João Baptista, em Abrantes. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão militar em Angola. Vive agora no Bairro Ca-
troga Gaio, também em Abrantes, para onde vai um abraço de parabéns!
Almeida e Brito |
Almeida e Brito
na Polícia Militar
O tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito foi comandante do BCAV. 8423 e regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975. A 26 de Dezembro do mesmo ano - hoje se fazem 47 anos! - foi colocado como comandante da Polícia Militar (PM) em Lisboa.
A nomeação foi conhecida em decreto lei dessa data e o 2º. comandante de Almeida e Brito, curiosamente (ou talvez não...) foi outro oficial do BCAV. 8423: o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que era o 2º. comandante (na formação do BCAV. 8423, em Santa Margarida) mas não chegou a partir para Angola, por ter sido «desviado» para a Guiné, por ordem do MFA.
Almeida e Brito, já com a patente de general, faleceu a 20 de Junho de 2003, subitamente e no decorrer de um passeio turístico a Espanha. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
sábado, 25 de dezembro de 2021
5 652 - O Natal 1974 dos Cavaleiros do Norte de Vista Alegre/Ponte do Dange e Aldeia Viçosa!
O Natal de 1974 em Vista Alegre e na 1ª. CCAV. 8423. O bolo-rei chegou de Luanda e, imagine-se, à... boleia! Levado pelos furriéis Américo Rodrigues e P. Queirós |
Oficial de Cavalaria e comandante do BCAV. 8423, o tenente-coronel Carlos Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Vista Alegre (com um «salto» a Ponte do Dange) e Aldeia Viçosa, onde almoçou e jantou, respectivamente, festejando o dia Natal de 1974 com os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 e da 2ª. CCAV. 8423.
Companhias operacionais dos Cavaleiros do Norte, respectivamente comandados pelos capitães Davide de Oliveira Castro Dias José Manuel Romeira Pinto da Cruz, ambos milicianos.
A noite da véspera, a da consoada, festejara-se no Quitexe e cheia do calor africano e embrulhada em recordações
dos frios e fogueiras da velha Europa, com duas Companhias dos Cavaleiros do Norte: a CCS e a 3ª. CCAV. 8423.
O almoço de Natal dos «zalalas» de Castro Dias incluiu uma deslocação ao Destacamento da Ponte do Dange, onde estava destacado um grupo de combate da 1ª. CCAV. 8423.
O almoço de Vista Alegre teve a particularidade de, à última da hora, se ter dado pela falta do bolo-rei. Havia o bacalhau e bom vinho, havia tudo... - quando o furriel Rodrigues (o homem da logística) deu por falta do... bolo-rei. E só havia bolo-rei na Intendência Militar, em Luanda.
Lá se tinha de ir, mas o capitão Castro Dias não autorizou que fossem em viatura militar e, recorda o Rodrigues (infelizmente falecido, de doença, a de Agosrto de 2018, em Vila Nova de Famalicão), «fomos à boleia» - ele e o Queirós. Arranjaram os bolos-reis e o regresso foi feito em cima da carga de um camião que ia para Carmona.
«Chegámos mesmo à queima-roupa, o bacalhau, as batatas e as hortaliças já estavam prontas e o pessoal preparado para a consoada, mas aguardaram a nossa chegada com bolo-rei», recorda o furriel Américo Rodrigues.
Jantar de Natal
em Aldeia Viçosa
O Natal da guarnição dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa foi «consoado» no jantar na cantina, com o comandante Carlos Almeida e Brito - que regressou ao Quitexe na mesma noite e sem escolta.
A partilha da consoada dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 foi íntima e participadíssima, em sentida e emotiva comunhão de afectos, entre oficiais, sargentos e praças! Cada qual a vivendo à sua maneira, na festa natalícia «matando» saudades próprias!
O então alferes miliciano João Machado - quem nos arranjou a foto de abertura deste post -, lembra-se que «a refeição foi servida no refeitório dos praças, com toda a companhia». Quanto à ementa é que, disse este oficial miliciano de Operações Especiais (Rangers), «não me recordo o que constava no menu, mas com naquela idade... tudo «marchava».
A noite da véspera, a da consoada, festejara-se no Quitexe e cheia do calor africano e embrulhada em recordações
Natal de 1974 na 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, mas aqui já em Vista Alegre. Há 47 anos! |
O almoço de Natal dos «zalalas» de Castro Dias incluiu uma deslocação ao Destacamento da Ponte do Dange, onde estava destacado um grupo de combate da 1ª. CCAV. 8423.
O almoço de Vista Alegre teve a particularidade de, à última da hora, se ter dado pela falta do bolo-rei. Havia o bacalhau e bom vinho, havia tudo... - quando o furriel Rodrigues (o homem da logística) deu por falta do... bolo-rei. E só havia bolo-rei na Intendência Militar, em Luanda.
Lá se tinha de ir, mas o capitão Castro Dias não autorizou que fossem em viatura militar e, recorda o Rodrigues (infelizmente falecido, de doença, a de Agosrto de 2018, em Vila Nova de Famalicão), «fomos à boleia» - ele e o Queirós. Arranjaram os bolos-reis e o regresso foi feito em cima da carga de um camião que ia para Carmona.
«Chegámos mesmo à queima-roupa, o bacalhau, as batatas e as hortaliças já estavam prontas e o pessoal preparado para a consoada, mas aguardaram a nossa chegada com bolo-rei», recorda o furriel Américo Rodrigues.
Furriéis de Aldeia Viçosa: Matos, Guedes e Melo (de pé), Letras, Gomes e Cruz |
Jantar de Natal
em Aldeia Viçosa
O Natal da guarnição dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa foi «consoado» no jantar na cantina, com o comandante Carlos Almeida e Brito - que regressou ao Quitexe na mesma noite e sem escolta.
A partilha da consoada dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 foi íntima e participadíssima, em sentida e emotiva comunhão de afectos, entre oficiais, sargentos e praças! Cada qual a vivendo à sua maneira, na festa natalícia «matando» saudades próprias!
O então alferes miliciano João Machado - quem nos arranjou a foto de abertura deste post -, lembra-se que «a refeição foi servida no refeitório dos praças, com toda a companhia». Quanto à ementa é que, disse este oficial miliciano de Operações Especiais (Rangers), «não me recordo o que constava no menu, mas com naquela idade... tudo «marchava».
Pudera! Era o que viesse, desde que bem regado. E assim fi!!!
Cavaleiros do Norte de Santa Isabel: Castelo e Cabecinha (de pé), Romão, Raúl Ferreira e Diamantino Tobias, que hoje festeja 69 anos em Leiria |
Tobias e António de Santa Isabel
festejam 69 anos em Dia de Natal !
Os Cavaleiros do Norte António e Tobias, ambos da 3ª. CCAV. 8423 e ambos atiradores da Cavalaria da Fazenda Santa Isabel, festejam 69 anos no dia de Natal de 2021. Hoje mesmo!!!
António Joaquim da Silva António regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, a Alfragide, no município de Oeiras. Julgamos saber que mora agora no Pragal, em Almada.
Diamantino Rodrigues Tobias também regressou no mesmo dia mas a Pernelhas, lugar da freguesia de Parceiros, em Leiria, onde ainda reside.
Sempre integrados na 3ª. CCAV. 8423, ambos passaram também pela vila do Quitexe (onde chegaram a 10 de Dezembro de 1974, rodando de Santa Isabel) e pela cidade de Carmona (onde chegaram a 8 de Julho de 1975), aquartgelano.se no BC12.
A sua jornada africana do Uíge angolano teve daqui saída a 4 de Agosto de 1975. quando, integrando famosa coluna militar e sempre sob o comado do capitão miliciano José Paulo Fernandes, rodaram para o Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda, até ao dia de volta a Portugal!
Parabéns para ambos!
Postado por Viegas (ex-furriel miliciano) às 09:
sexta-feira, 24 de dezembro de 2021
5 651 - A noite de Natal de 1974, no chão de Angola, lembrada 47 anos depois!
Amazonas do Quitexe, mães natais da consoada de 1974: Margarida Cruz, Graciete Hermida, a esposa e filha do capitão Oliveira e esposa do tenente Mora. Ao colo, está Ricardo, filho do alferes Cruz |
O inimitável e inesquecível Pires, o furriel Cândido dos Sapadores da CCS, acabou de nos ligar, saudando o Natal de amanhã e fazendo memória da noite de consoada de 1974, no Quitexe.
«Aquilo é que foi uma noite, pá...», lembrou-se. E acrescentou: «No fim, já todos mito bem tratados...,
ainda fomos beber e dançar com malta daquela família cabo-verdiana da avenida, em frente à messe».
O que não nos espantou nada!
A consoada natalícia de há 47 anos, por terras quitexanas do Uíge angolano - a nossa primeira única em tempos de guerra... -, teve participação activa das esposas e família dos oficiais da CCS, com a sua arte e saberes de cozinha, que surpreendeu toda a gente. E de que maneira!!!
As compridas mesas do refeitório encheram-se de regalos gastronómicos, saciando o apetite devorador dos jovens Cavaleiros do Norte da CCS (a do Quitexe) e da 3ª. CCAV. 8423 (a de Santa Isabel), então na força da sua juventude e ali
emocionados e cúmplices de momentos muito especiais.
A ementa foi carinhosamente tratada pelas Amazonas do Norte e doces e aletrias, rabanadas, mexidos e sopas, frutos secos, queijos, arroz-doce, leite creme e outros acepipes, tantos outros acepipes..., não faltaram na farta mesa do refeitório do Quitexe - onde comungaram, em partilha solidária, cúmplice e amiga, oficias, sargentos e praças das duas companhias, sem distinção..., todos irmãos da noite tão especial como aquela. Noite que nunca tínhamos vivido foram das nossas lareiras e do conforto e intimidade das nossas famílias.
As bebidas foram para todos os gostos, sem abusos, muito embora os bravos e emocionados, diríamos que nostálgicos Cavaleiros do Norte não se tenham feito rogados a... mais um gole. E, vamos lá, até um ou outro tenham abusado. Nada de mal ou execessivamente a mais. Ou talvez não!
Noite de emoções
e lágrimas de saudade
Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Albano Cruz recordam-se bem dessa saudosa e sentida noite de Natal de há 47 anos e lembram que «era tanta a quantidade e a variedade» de comidas e de... bebidas, que «alguns até entraram de gatas nas suas casernas e quartos».
«Acho que isto tudo, esta vivência muito particular, afinal, até nos ajudou a criar a nossa personalidade, a nossa maneira de ser e estar e a ter forças nos momentos difíceis que por lá atravessámos, tanto jeito ou falta nos faziam», comentou o alferes Cruz, que teve a mulher, a dra. Margarida, médica, como um das cozinheiras.
José Alberto Almeida, o alferes miliciano de reabastecimentos, recorda ter encontrado o alferes Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers), recolhido no canto do bar de oficiais, em momento de choradas saudades da família, enquanto no refeitório o «povo» do BCAV. 8423 continuava a festejar a data e fartava a fome das ementas de época, bem regadas a cerveja e também vinho - que vinho houve, sem faltas..., nessa nossa consoada de há 47 anos!!! Vinho e mimos, muitos mimos..., que nos encheram o corpo e o espírito! E parece que tudo isso foi ontem à noite!!!
Três furriéis «Ranger´s» da
CCS e apresentados no RC4!
Um ano antes, precisamente, a uma segunda-feira de véspera de Natal de 1973, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4, os três futuros furriéis milicianos de Operações Especiais (Rangers) da CCS do BCAV. 8423.
emocionados e cúmplices de momentos muito especiais.
A ementa foi carinhosamente tratada pelas Amazonas do Norte e doces e aletrias, rabanadas, mexidos e sopas, frutos secos, queijos, arroz-doce, leite creme e outros acepipes, tantos outros acepipes..., não faltaram na farta mesa do refeitório do Quitexe - onde comungaram, em partilha solidária, cúmplice e amiga, oficias, sargentos e praças das duas companhias, sem distinção..., todos irmãos da noite tão especial como aquela. Noite que nunca tínhamos vivido foram das nossas lareiras e do conforto e intimidade das nossas famílias.
As bebidas foram para todos os gostos, sem abusos, muito embora os bravos e emocionados, diríamos que nostálgicos Cavaleiros do Norte não se tenham feito rogados a... mais um gole. E, vamos lá, até um ou outro tenham abusado. Nada de mal ou execessivamente a mais. Ou talvez não!
Noite de emoções
e lágrimas de saudade
Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Albano Cruz recordam-se bem dessa saudosa e sentida noite de Natal de há 47 anos e lembram que «era tanta a quantidade e a variedade» de comidas e de... bebidas, que «alguns até entraram de gatas nas suas casernas e quartos».
«Acho que isto tudo, esta vivência muito particular, afinal, até nos ajudou a criar a nossa personalidade, a nossa maneira de ser e estar e a ter forças nos momentos difíceis que por lá atravessámos, tanto jeito ou falta nos faziam», comentou o alferes Cruz, que teve a mulher, a dra. Margarida, médica, como um das cozinheiras.
José Alberto Almeida, o alferes miliciano de reabastecimentos, recorda ter encontrado o alferes Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers), recolhido no canto do bar de oficiais, em momento de choradas saudades da família, enquanto no refeitório o «povo» do BCAV. 8423 continuava a festejar a data e fartava a fome das ementas de época, bem regadas a cerveja e também vinho - que vinho houve, sem faltas..., nessa nossa consoada de há 47 anos!!! Vinho e mimos, muitos mimos..., que nos encheram o corpo e o espírito! E parece que tudo isso foi ontem à noite!!!
Os furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto apresentaram-se no RC4 na véspera do Natal de 1974 |
Três furriéis «Ranger´s» da
CCS e apresentados no RC4!
Um ano antes, precisamente, a uma segunda-feira de véspera de Natal de 1973, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4, os três futuros furriéis milicianos de Operações Especiais (Rangers) da CCS do BCAV. 8423.
A Ordem de Serviço nº. 301, do RC4, de 26 de Dezembro de 1974, dá conta que a 24 de Dezembro (desse ano), às 11 hora, se apresentaram, «vindos do CIOE,
Ordem de Serviço do RC4, de 26/12/1973, com a apresentação, no RC4, dos futuros furriéis Neto, Monteiro e Viegas, |
por terem sido nomeados para servir no ultramar, com destino às companhias que se indicam, do BCAV. 8423/73/RC4/RMA».
E lá estão os nomes: Neto, Monteiro e Viegas, «pagos até 22 de Dezembro e abonados de alimentação até 23 de Dezembro, portadores da relação modelo 9 de fardamento e aumentados ao Regimento e ao BCAV. 8423». Nem mais! O oficial de dia ainda «brincou» connosco - teríamos de «entrar de serviço às 14 horas», o que significava lá passarmos a noite de Natal. O Neto, porém, logo «sentenciou» o nosso destino próximo: «Vamos embora, castigo maior que o de ir para Angola, já não nos pode acontecer».
Saímos do RC4, no SIMCA 1100 dele, chegámos a Águeda e o Monteiro telefonou para Fornos, em Marco de Canaveses, para um irmão o ir buscar ao Porto. Em Águeda, ainda chegou a tempo de apanhar a carreira para a capital do norte e foi passar a noite de Natal a casa.