Grupo de furriéis milicianos à porta da (sua) casa, no Quitexe, em 1975: Aldeagas, Cruz (de
óculos), Graciano, Rocha (boina na mão), Letras (?), Monteiro e Carvalho. De lado e à frente, o
José Pires /TRMS), de Bragança
Capa do Diário de Lisboa de 9 de Janeiro de 1975, há 47 anos, sobre a cimeira do Governo Português com o MPLA, a FNLA e a UNITA |
Quinta-feira, dia 9 de Janeiro de 1975, há 47 anos: a grande notícia do Portugal que (ainda) ia do Minho a Timor, era ser o anúncio da próxima chegada a Lisboa das delegações do MPLA (liderada por Agostinho Neto), da FNLA (por Holden Roberto) e da UNITA (por Jonas Savimbi) para a Cimeira do Alvor.
«(...) é a consagração de 13 anos de luta armada dos movimentos de libertação de Angola», escrevia o Diário de Lisboa desse dia - numa edição que dedicou toda a sua primeira página (e parte da 19) ao acontecimento, acrescentando, nomeadamente, que (a cimeira) «não resolverá todos os problemas relacionados com a independência de Angola».
O dia já era o de véspera mas ainda nenhuma das três delegações angolanas tinha chegado ao Algarve. O avião da Air Zaire, que transportava a comitiva da FNLA, desde Tunes, tinha sofrido uma avaria (presumia-se) e a chegada das do MPLA e da UNITA estava previstas para a manhã, ou princípio da tarde, ao aeroporto de Faro, mas «a hora incerta».
O Uíge, por onde jornadeava o Batalhão de Cavalaria 8423, só ao outro dia (ou depois) saberia destas diligências e os Cavaleiros do Norte expectavam sobre os efeitos da cimeira: anteciparia o nosso regresso a Portugal? Mal sabíamos que tal apenas aconteceria em Setembro, daí a 8 longos meses. Por lá, continuavam os patrulhamentos, apeados ou auto e por norma ao longo do alcatrão - o mesmo quer dizer, ao longo da Estrada do Café, que ainda hoje liga as cidades de Luanda a Carmona (que depois da independência é Uíge). Já não se realizavam operações militares nas matas.
O furriel Graciano, o alferes Simões e os furriéis Carvalho e, à frente, Luís Capitão - que hoje faria 70 anos mas faleceu, de doença, a 5/11/2010 |
Comissão do MFA do BCAV. 8423
para «obter o melhor rendimento»
O comandante Almeida e Brito, nesse mesmo dia de há precisamente 41 anos, reuniu, no Quitexe, com a comissão do MFA/BCAV. 8423, com o fim de «obter da sua actividade o melhor rendimento».
Comissão que, na CCS, integrava os milicianos alferes António Garcia (Rangers) e furriéis Cruz (rádio-montador) e Viegas (Rangers).
Um ano depois (há 46!...), já na Angola independente, admitia-se que Portugal reconhecesse o Governo de Luanda, liderado (até hoje) pelo MPLA. Portugal, recordemos, não tinha reconhecido a independência de Angola - devido ao contencioso militar entre os três movimentos, que os levou, de resto, a cada qual declarar a independência: o MPLA em Luanda (a República Popular de Angola, a designação que continuou até hoje), a FNLA no Ambriz ( a República Popular e Democrática de Angola), acordada com a UNITA em Nova Lisboa (também República Popular e Democrática de Angola).
Um ano depois (há 46!...), já na Angola independente, admitia-se que Portugal reconhecesse o Governo de Luanda, liderado (até hoje) pelo MPLA. Portugal, recordemos, não tinha reconhecido a independência de Angola - devido ao contencioso militar entre os três movimentos, que os levou, de resto, a cada qual declarar a independência: o MPLA em Luanda (a República Popular de Angola, a designação que continuou até hoje), a FNLA no Ambriz ( a República Popular e Democrática de Angola), acordada com a UNITA em Nova Lisboa (também República Popular e Democrática de Angola).
Os furriéis milicianos Luís Capitão (que hoje faria 70 amps) e João Cardoso |
Furriel Luís Capitão nasceu
há 70 e faleceu há 12 anos!
O saudoso furriel miliciano Luís Ribeiro Capitão, da 3ª. CCAV. 8423, nasceu a 9 de Janeiro de 1952 - há 70 anos, que hoje faria. Faleceu há 12, de doença, a 5 de Janeiro de 2010.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi combatente dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, os do capitão miliciano José Paulo Fernandes, primeiramente na Fazenda de Santa Isabel e depois na vila do Quitexe, antes de rodar para a cidade de Carmona.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi combatente dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, os do capitão miliciano José Paulo Fernandes, primeiramente na Fazenda de Santa Isabel e depois na vila do Quitexe, antes de rodar para a cidade de Carmona.
Regressou a Portugal no final da sua (e nossa) jornada africana do nortenho Uíge angolano e no dia 11 de Setembro de 1975, fixando-se em Mata do Norte, lugar de Caxarias, freguesia de Urqueira, no município (Vila Nova de) Ourém - a que pertence a cidade e Santuário de Fátima.
Profissionalmente, trabalhou como maquinista da CP e hoje o recordamos com imensa saudade, fazendo memória de um bom e grande companheiro que a norte nos «roubo» muito cedo. RIP!!!
Profissionalmente, trabalhou como maquinista da CP e hoje o recordamos com imensa saudade, fazendo memória de um bom e grande companheiro que a norte nos «roubo» muito cedo. RIP!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário