sábado, 7 de maio de 2022

5 795 As bananeiras e bananas de Zalala angola! Mudança de comandantes no RC4 de Santa Margarida!

A Fazenda Maria João, a de Zalala, «a mais rude escola de guerra».  Por lá se
aquartelou a 1ª. CCAV. 8423, entre 7de Junho e 25 de Novembro de 1974

O furriel  Américo  Rodrigues a apanhar
 bananas em Zalala, no ano de 1974 !

A jornada africana do norte angolano do Uíge foi tempo de muitas histórias e memórias e onde, por vezes, a fome apertava. E tempo houve, por exemplo por Zalala, em que a ementa não era a melhor coisa e as horas não passavam. 
A saída para a «crise» era... comer bananas. 
«Quando a fome apertava, o intervalo das refeições e as sobras de ração de combate já tinham esgotado, acalmava o estômago com bananas. Era a única alternativa e lá ia eu por trás das casernas, a enfermaria e padaria, entre estas e o «campo de futebol» procurar o sustento», contou-nos o furriel Rodrigues, infelizmente falecido, de doença, a 30 de Agosto de 2018.
As bananeiras eram poucas, no aquartelamento de Zalala, mas «sempre foram generosas». O truque, por lá aprendido, tinha a ver com o método de produção. «Sempre que cortávamos o cacho já maduro, tínhamos de fazer o mesmo à bananeira, porque esta voltava a reproduzir-se, numa nova planta. Conheci esta técnica numa das muitas vezes que fomos abastecer-nos de bananas a uma fazenda das redondezas», recorda o Rodrigues.
«Levem as bananas que quiserem, mas nunca se esqueçam de cortar o cacho. Dá pouco trabalho e se não o fizerem, a bananeira só cresce e nunca mais dá bananas em condições», aconselhou o fazendeiro, dando conta que «o melhor é aplicarem os dois cortes porque se o não fizerem, ficam sujeitos a que, na próxima vez, só encontrem grandes bananeiras e minúsculas bananas».
Tal e qual, lembrou-nos o Rodrigues. Só que «nós queríamos era bananas e não trabalho” e, por isso, «cortávamos uns montes de cachos e uma meia dúzia de bananeiras e depois logo se via».
Assim se agia, porque a fartura era grande e, se não fosse nessa fazenda, havia bananas noutra. Lá por Zalala é que a coisa fiava mais fino: «Tínhamos que aplicar a regra, porque as bananeiras eram escassas e a fome, por vezes, era muita».

Coronel Luís MS
Campeão Gouveia
Coronel João
Craveiro Lopes
Comandantes Craveiro Lopes
e Campeão Gouveia no RC4 !

O dia de Maio de 1974, já lá vão 48 anos, foi tempo de, «em cerimónia muito simples», se realizar a cerimónia oficial de transição de comando do RC4, a unidade mobilizadora do BCAV. 8423.
O coronel Luís Maria de Sousa Campeão Gouveia tomou posse  assumiu o comando do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), substituindo o também coronel João Carlos Craveiro Lopes - que era filho de Marechal Craveiro Lopes, antigo Presidente da República. O BCAV. 8423 «somente tomou parte», na cerimónia, o comandante Carlos Almeida e Brito, ao tempo tenente-coronel de de Cavalaria de patente militar.
Os futuros Cavaleiros do Norte do norte uíjano de Angola continuavam, a esse tempo,  a sua IAO na Mata do Soares, nos arredores do Campo Militar de Santa Margarida, e preparando-se para a jornada africana de Angola - ainda sem saber para que zona e muito menos para que localidade.


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