domingo, 29 de maio de 2022

5 817 - O dia da partida para Angola, há 48 anos e num voo de estreia, nos TAM...

A Avenida do Quitexe no dia 24 de Setembro de 2019. À direita, o edifícios do comando, secretaria e casa dos
furriéis (telhado vermelho escuro), messe de oficiais (parede cor de laranja e carina branca à frente) e, ao fundo,
a messe e bar de sargentos. Ao fundo e à esquerda, de azul a casa da enfermaria. À esquerda, mas em primeiro
plano o bar dos soldados (cantina)
Cavaleiros do Norte da CCS, reunidos a 29 de Maio de
de 2010, em Ferreira do Zêzere e nos 38 anos da partida

A 29 de Maio de 1974, hoje se completam 48 anos, saíram os futuros Cavaleiros do Norte (da CCS) de Santa Margarida e do Regimento de Cavalaria nº. 4 (RC4), rumo a Lisboa e ao aeroporto, de onde voaríamos para Luanda. 
A esmagadora maioria nunca tinha passado numa auto-estrada e muito menos entrado num aeroporto.
Menos ainda algum de nós tinha viajado de avião. Era a estreia para muitos de nós. Não arriscando nós dizer que todos!
A viagem tinha sido adiada por 2 dias esta programada para 27, a segunda-feira anterior) e chegou a passar pela cabeça da alguns de nós que já... não iríamos.
Claro que íamos. E fomos!
Chovia torrencialmente, de Santa Margarida a Lisboa, fizemos o compasso de espera habitual dos aeroportos e lá nos acomodámos no avião dos Transportes Aéreos Militares (TAM), como pudemos e com o que nos deram para comer, nas 8 horas que nos separavam do aeroporto internacional de Luanda - depois de voarmos ao largo da costa africana, já que as aeronaves portuguesas estavam impedidas de passar pelo espaço aéreo de alguns países.
Há 12 anos, precisamente a 29 de Maio de 2010, fizemos a festa do dia, no encontro anual, em Ferreira do Zêzere - onde nos mostrámos para o futuro, com a imagem que aqui reproduzimos.
Já quase sessentões, é verdade, mas com o entusiasmo e a alegria dos 21 para 22 anos, a idade da nossa partida para terras angolanas.
Há poucos dias, ligou-me o furriel Machado, que é o mordomo do encontro deste ano (marcado para 10 de Setembro), dando conta das suas preocupações e entusiasmo pm que, seguramente, nos iremos lembrar da grande aventura que foi a nossa jornada africana por terras uíjanas do norte de Angola.
Já se sabe de alguns que não vão, porque não podem, e de outros que não faltam, porque não querem faltar, dê lá pelo que der. É sempre assim. Até 10 de Setembro, malta!
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Cavaleiros do Norte do PELREC. À esquerda, Marcos,
Madaleno e Ferreira (garrafa na mão). Depois, Botelho
(de bigode), Aurélio, Florêncio (bigode), Messejana, 1ºs.
cabos Soares e Vicente (ambos de bigode), Leal (boina
no ombro), 1º. cabo Almeida (atrás do Leal). NN e NN, 
1ºs. cabos Silvestre e Cordeiro (os 2 de bigode), Gomes
 e alferes Garcia. Quem conhece o trio à direita, atrás? 

Comandante e oficiais
já em Angola e no Uíge!

O comandante Carlos Almeida e Brito e o capitão José Paulo Falcão já 2 dias antes tinham ido ao Quitexe, via Negage e em avião da Força Aérea.
Foram recebidos pelo comandante do BCAÇ. 4211, «que iria ser substituído na ZA pela nossa Unidade» - o BCAV. 8423. Isto, depois de, em Carmona, terem passado pela Zona Militar Norte (ZMN) e pelo Comando do Sector do Uíge (CSU).
Os contactos no Quitexe «foram muito superficiais» para Almeida e Brito, já que, como major de Operações, lá tinha estado em 1968, enquanto «oficial adjunto do BCAV. 1917».
A CCS voou durante a noite de 29 para 30 de Maio de há 48 anos e aterrou no aeroporto internacional de Luanda às primeiras horas da manhã desse 30 de Maio de 1974 e, dali, viajou, de imediato, em Berliets militares para o Campo Militar do Grafanil - nos arredores da capital angolana. Ali esteve até 6 de Junho, quando rodou para o Quitexe.

Armando Gomes

Gomes, do PELREC da CCS,
faria 70 anos. Faleceu há 33!

O soldado Armando Domingues Gomes, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faria 70 anos a 1 de Junho de 2022. Faleceu a 3 de Setembro de 1989. Há quase 33 anos!
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, exerceu também, e voluntariamente, as funções de padeiro de «maneira eficiente e dedicada (...), sem que para tal tivesse conhecimentos profissionais, nunca se poupando a esforços», o que lhe valeu louvor do comandante Almeida e Brito, por proposta do capitão António Oliveira, comandante da CCS.
O louvor, publicado na OS nº. 165, acrescenta que foi «militar muito correcto de trato, disciplinado e bom camarada».
O Gomes regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se em A-dos-Cunhados, no concelho de Torres Vedras. Faleceu aos 37 anos e hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

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