Um aerograma militar. Meio de comunicação escrita dos tempos da guerra colonial |
Os tempos de 1974/1975, em termos comunicacionais, nada tem a ver com os de hoje e toda a gama acelerada pela internet.
Escreviam-se cartas e os vulgaríssimos e populares aerogramas, carreados pelo Serviço Postal Militar (SPM) - do chamado continente (o Portugal europeu) para as várias frentes de combate, na Guiné, em Angola, em Moçambique e Timor. Porventura, não estamos certos, para C ao Verde e S. Tomé e Príncipe. Nada que se pareça com a velocidade com que, nos dias de hoje, se pega num telemóvel e/ou num computador e, no mesmo instante, se contacta quem quisermos e em qualquer parte do mundo.
Há 48 anos, chegavam as notícias da família e dos amigos das namoradas e/ou das mulheres «embrulhadas» nos aerogramas - por lá popularizados como «bate-estradas». E outros nomes tinham. Era uma espécie de carta que se enviava por correio aéreo, sem necessidade de sobrescrito e... selo.
Há 48 anos, chegavam as notícias da família e dos amigos das namoradas e/ou das mulheres «embrulhadas» nos aerogramas - por lá popularizados como «bate-estradas». E outros nomes tinham. Era uma espécie de carta que se enviava por correio aéreo, sem necessidade de sobrescrito e... selo.
Furriel Viegas lendo o «Expresso», no bar de sargentos do Quitexe |
Notícias que não
eram notícias!
O «Expresso», por exemplo, levou-nos desenvolvimentos dos SUV (Soldados Unidos Vencerão), em pleno 75 de convulsões e revoluções lisboetas. Coisas que nós, com formação militar pré-25 de Abril, tínhamos constrangimento em compreender. Alguns de nós, bem entendido! E os que de nós vinham de férias a Portugal, não levavam no bornal esclarecimentos que nos adequassem aos tempos que se viviam em Lisboa! Por outro lado, como já aqui contei, notícias havia do «Expresso» que não eram notícia.
A memória aviva-se-nos a para os primeiros dias de Maio de 1975, quando, desinformando, o jornal noticiava confrontos entre forças do MPLA e da FNLA na Ponte do Dange - que a teriam destruído. Não era verdade! Tínhamos estado lá na véspera, no ir-para-lá-e-para-cá dos patrulhamentos a Úcua, e nada se passara. A desinformação era clara.
O (não) levantamento
de rancho no Quitexe!
Um dia, na caserna do PELREC, ainda no Quitexe, pôs-se-nos um dilema: um protesto que levedava para um levantamento de rancho.
O caldo de notícias que nos chegavam entusiasmavam a tropa para assumir o levantamento (que era «cousa» pouco interessante e grave... ) e as fervuras eram, digamos, perigosas. Lembro-me que me socorri dessa não-notícia do Expresso, para «fazer-ver» aos irmãos soldados e cabos que nem tudo era o que se lia!
E não houve levantamento de rancho, coisa nenhuma.
A avidez das notícias, valha a verdade, eram muito mais pelo que tinha a ver com os futebóis! Mas eu, lembro-me bem, sempre ia a correr dar uma notícia qualquer, a um qualquer companheiro, sempre que fosse da terra dele, ou vizinhanças. Era um momento mágico, que na maior parte das vezes se regava com umas boas cervejas! Uns valentes canhângulos!
Irmã Maria Augusta
morreu há 15 anos!
A Irmã Maria Augusta Vieira Martins, da Congregação da Obra da Imaculada Conceição e Santo António, foi contemporânea dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe e faleceu a 21 de Junho de 2006, vítima de doença cancerosa.
Recordamos a bondade e a imagem de doçura e carinho que, como que em colo de afectos, se partilhava com a comunidade civil, nomeadamente com as crianças e as famílias africanas mais carenciadas - a partir da Missão dirigida pelo seu irmão, o padre Albino Capela.
Partilhou-se também com os Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, nomeadamente na consoada de 1974 - que ajudou a confeccionar com as mulheres dos oficiais. Continuou em Angola (e em Carmona) depois da independência e até 2006. Veio diversas vezes a Portugal e na última sentiu-se mal. Foi hospitalizada em Lisboa e faleceu passadas algumas semanas, de cancro. Hoje a recordamos com saudade! RIP!!!
O «Expresso», por exemplo, levou-nos desenvolvimentos dos SUV (Soldados Unidos Vencerão), em pleno 75 de convulsões e revoluções lisboetas. Coisas que nós, com formação militar pré-25 de Abril, tínhamos constrangimento em compreender. Alguns de nós, bem entendido! E os que de nós vinham de férias a Portugal, não levavam no bornal esclarecimentos que nos adequassem aos tempos que se viviam em Lisboa! Por outro lado, como já aqui contei, notícias havia do «Expresso» que não eram notícia.
A memória aviva-se-nos a para os primeiros dias de Maio de 1975, quando, desinformando, o jornal noticiava confrontos entre forças do MPLA e da FNLA na Ponte do Dange - que a teriam destruído. Não era verdade! Tínhamos estado lá na véspera, no ir-para-lá-e-para-cá dos patrulhamentos a Úcua, e nada se passara. A desinformação era clara.
de rancho no Quitexe!
Um dia, na caserna do PELREC, ainda no Quitexe, pôs-se-nos um dilema: um protesto que levedava para um levantamento de rancho.
O caldo de notícias que nos chegavam entusiasmavam a tropa para assumir o levantamento (que era «cousa» pouco interessante e grave... ) e as fervuras eram, digamos, perigosas. Lembro-me que me socorri dessa não-notícia do Expresso, para «fazer-ver» aos irmãos soldados e cabos que nem tudo era o que se lia!
E não houve levantamento de rancho, coisa nenhuma.
A avidez das notícias, valha a verdade, eram muito mais pelo que tinha a ver com os futebóis! Mas eu, lembro-me bem, sempre ia a correr dar uma notícia qualquer, a um qualquer companheiro, sempre que fosse da terra dele, ou vizinhanças. Era um momento mágico, que na maior parte das vezes se regava com umas boas cervejas! Uns valentes canhângulos!
Os 70 anos do Pires,
o 1º. cabo «Fecho-eclair»
O 1º. cabo Fernando Manuel Martinho Pires, da CCS do BCAV. 8423, dos Cavaleiros do Norte, festeja 70 anos no dia 21 de Junho de 2021. Hoje mesmo.
Escriturário de especialidade militar, colaborou na secretaria do Comando do BCAV. 8423 e popularizou-se no Quitexe como o «Fecho-eclair», por razões que a memória esqueceu. Alguma «diabrura» de tropa, que ele não «encaixava» muito bem! Ele, o 1º. cabo Pires, que era uma figura muito especial da CCS, diríamos que icónica.
o 1º. cabo «Fecho-eclair»
O 1º. cabo Fernando Manuel Martinho Pires, da CCS do BCAV. 8423, dos Cavaleiros do Norte, festeja 70 anos no dia 21 de Junho de 2021. Hoje mesmo.
Escriturário de especialidade militar, colaborou na secretaria do Comando do BCAV. 8423 e popularizou-se no Quitexe como o «Fecho-eclair», por razões que a memória esqueceu. Alguma «diabrura» de tropa, que ele não «encaixava» muito bem! Ele, o 1º. cabo Pires, que era uma figura muito especial da CCS, diríamos que icónica.
Morava em Odivelas e a Odivelas regressou a 8 de Setembro de 1975 e dele nada mais sabemos, sabendo, embora, que lá residirá na Rua Afonso de Albuquerque. Para ele vai o nosso abraço de parabéns!
Irmã Maria Augusta, com o Ricardo ao colo - filho do alferes Cruz e dra. Margarida. Ao fundo, vê-se a Capela do Quitexe |
Irmã Maria Augusta
morreu há 15 anos!
A Irmã Maria Augusta Vieira Martins, da Congregação da Obra da Imaculada Conceição e Santo António, foi contemporânea dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe e faleceu a 21 de Junho de 2006, vítima de doença cancerosa.
Recordamos a bondade e a imagem de doçura e carinho que, como que em colo de afectos, se partilhava com a comunidade civil, nomeadamente com as crianças e as famílias africanas mais carenciadas - a partir da Missão dirigida pelo seu irmão, o padre Albino Capela.
Partilhou-se também com os Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, nomeadamente na consoada de 1974 - que ajudou a confeccionar com as mulheres dos oficiais. Continuou em Angola (e em Carmona) depois da independência e até 2006. Veio diversas vezes a Portugal e na última sentiu-se mal. Foi hospitalizada em Lisboa e faleceu passadas algumas semanas, de cancro. Hoje a recordamos com saudade! RIP!!!
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