sexta-feira, 24 de junho de 2022

5 843 - Juras e verdades d' amor do Quitexe para Portugal! Cartas e cassetes de cavaleiros do Quitexe!

 

Furriéis Neto e Viegas, da CCS e a gravar cassetes no seu quarto (comum) do Quitexe:
 «Olá amor, olá Ni...», diria o Xico Neto!!! Amor até aos dias de hoje! Ah, não olhem
para a decoração (a)fixada nas paredes!!!

 Furriéis Monteiro e Viegas a gravar «mentiras»
d´amor para Nani (Fernanda Queirós Monteiro)
no quarto do Quitexe

Os primeiros tempos do chão angolano do Uíge angolano foram tempos de crescente  levedar de saudades e multiplicar de fartas e fortes paixões.
Saudosos tempos!
O acaso trouxe-me hoje a frescura de lembrar a Nani e a Ni, as duas meninas da foto ali mais abaixo, aqui com cara de quase cinquentonas mas notoriamente muito, muito bem conservadas.
Aos tempos de 1974/1975, foram, deixem lembrar, foram duas das maiores «vítimas» da implosão romântica de dois furriéis milicianos, dois Cavaleiros do Norte do Quitexe do meu tempo. Do Monteiro e do Xico Neto, bem entendido! E respectivamente! Eram, ao tempo, as doces e apetitosas namoradas deles. Hoje, suas amadas e desejadas mulheres de muitos anos! 
O que (ar)rimava hoje um, de juras de amor eterno e promessas de fidelidade total e absoluta, caprichava o outro no momento seguinte - renovando e multiplicando votos.
Era um ver-se-te-declaras-meu-amor permanente!
Um «ver-se-te-avias» de doçuras epistolográficas, cheiinhas de palavras de mel e de garantias de eterníssimas fidelidades. Qu o tempo confirmou e já lá v ai quase, quase... meio século de tempo.  
Um dia, o Monteiro descobriu que o Xico Neto, por cassetes gravadas no nosso quarto, romanceava grandes e quentes juras de amor para a sua Ni! Juras que ele mandava para Portugal em repetidos sacos de açúcares de paixão (as cassetes).
Fernanda Queirós (Nani) e Eunice
Neto (Ni), aí pelos meados da década
 de 90 do século XX

As saudades das muitas 
nossas noites nuas !

A Ni era (e é!) a Eunice dos seus desejos, que pelo Beco de Macinhata (em Águeda) se deitava em sonhos e pesadelos de saudades do seu mais que tudo! 
«Então, olha lá... e a minha Nani?!....», interrogou um dia o Monteiro, a deitar suores de saudade por tudo quanto eram poros do seu corpo quente, nostálgico da ao tempo jovem professora primária que assinava Fernanda Queirós. Como hoje, mas já avó! A Nani!
«Também quero mandar-lhe uma cassete!...», proclamou o apaixonado e delirado Monteiro!
Então, mas qual é o problema? Grava-se uma cassete para a Nani! E para a Ni! Tudo foi estudado ao pormenor: a força da rima do verso de paixão, a quadra de piedosa (digo eu!...) e generosa promessa de amor eterno, «ó minha isto, ó minha aquilo, ó meu sonho de todas noites, ó meu corpo de desejos, ó minha mulher de Canaveses (ou do Beco) que me sensualizas os sonhos, ó coisinha q´adormeces as minhas noites do Quitexe!». Tão a ver? É evidente que, hoje - 48 anos depois... - eu não me lembro bem, nem aqui poderia repetir a hora e meia da cassete, cheiinha da conversa fiada de juras que se faziam amoras e amores destes jovens furriéis de Abril, armados em cavaleiros do Quitexe. Mas sei, tenho a certeza, 48 anos passados, que não cometi sacrilégio nenhum sempre que palavreei o mais fácil e adocicado que soube e me dispus a «coordenar» e acicatar as declarações destes dois furriéis do Quitexe - um de Águeda ( o Neto), outro de Vila Boa de Quires, de Marco de Canaveses (o Monteiro). 
 Estas cachopas que tantas «mentiras» leram e ouviram, agora já felizes e realizadas sexYgenárias, corariam de certeza, ainda hoje, se, num qualquer madrigal de serenata, agora lhe cantássemos ao ouvido estas juras lavradas nas noites de cio e romance do Quitexe. 
Sorriria, certamente, a doce Nani! A Nani que ali está na foto, com o cestinho de afectos pendurado na mesma mão direita que tantos corações traçou de setas, em nostálgicas cartas/aerogramas para o Quitexe! 
Sorriria, seguramente, a amada Ni!: «Vocês são uns malucos!...»
Olhem lá, digo-vos eu: portem-se bem e amem os vossos desejados maridos, meus amigos e antigos furriéis de Abril e do Quitexe! E de Carmona. E de Angola! E de Portugal!!!


Furriel J. Cardoso
Cardoso, furriel de Santa
Isabel, 70 anos em Coimbra !

O furriel miliciano João Augusto Martins Cardoso, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 24 de Junho de 2022. Hoje mesmo e cheio de saúde e bom humor!
Especialista de transmissões, jornadeou pela Fazenda Santa Isabel, também se aquartelou na vila do Quitexe (onde chegou a 10 de Dezembro de 1974) e também na cidade de Carmona, actual Uíge. Aqui «assentou praça no dia 8 de Julho de 1975.
Natural de Arganil, regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, fixando-se na vila de Arganil, onde residia.
Funcionário público de carreira profissional, radicou-se na cidade de Coimbra - onde mora, agora já aposentado e dali se «dividindo» pela Arganil natal e as praias da Figueira da Foz, onde tem casa de veraneio e lazer.
Parabéns, onde quer que esteja neste dia de festa dos 70 anos!!! Em Coimbra, na Figueira da Foz, em Arganil, ou mais para o norte, no conforto do lar de alguma das herdeiras?

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