Vista aérea do BC12, em Carmona, na estrada para o Songo,
em imagem de 1975. Porta d´armas no bloco de cima
Os furriéis milicianos Plácido Queirós e Américo Rodrigues e o 1º. sargento Fialho Panasco com um elemento da Administração Civil de Vista Alegre e o filho, em 1975 |
A 21 de Julho de 1975 celebrou-se em Carmona o Dia da Cavalaria, em Carmona, e, pela segunda vez, um MVL foi impedido de fazer viagem para Luanda. A primeira, fora a 13.
O brigadeiro Tomás Correia Leitão, comandante do Comando Territorial de Carmona, presidiu à efeméride, assinalada com «a maior singeleza».
O brigadeiro Tomás Correia Leitão, comandante do Comando Territorial de Carmona, presidiu à efeméride, assinalada com «a maior singeleza».
Celebrou-se missa na capela da unidade e com uma mensagem na Ordem de Serviço do Dia, dando enfâse ao Dia da Cavalaria, mas frisando que «na tradição, era uma data comemorada» em todas as unidades mas que «contudo, o momento presente não permite pensar em festas». E não era mesmo.
Nesse mesmo dia, e pela segunda vez, a coluna do MVL (de viaturas militares e civis) que se aprontava a fazer transporte de bens e equipamentos da Unidade para Luanda, foi impedida pela FNLA de fazer tal viagem - o que criou grandes constrangimentos na guarnição, que, legitimamente, invocava o uso da força para continuar. No que era «proibida« pelo Comando Operacional de Luanda (COPLAD).
A situação era tanto mais tensa quanto, no Negage e a 13 de Julho, a FNLA cercara o quartel e exigira armas e, em Carmona, num comício, a mesma FNLA e o ELNA tinham feito afirmações graves e desabonatórias da tropa portuguesa. A 15, exigiram armas em Carmona (das que estavam em espólio, ao cuidado do BCAV. 8423) .
A guarnição desde o dia 12 que estava de prevenção simples, o primeiro grau de gravidade de segurança. Aproximava-se o dia da retirada e a tensão era cada vez maior. A FNLA, dona e senhora da guerra no Uíge, ressacava nos Cavaleiros do Norte os desaires sofridos em Luanda, Salazar e Malange.
Nesse mesmo dia, e pela segunda vez, a coluna do MVL (de viaturas militares e civis) que se aprontava a fazer transporte de bens e equipamentos da Unidade para Luanda, foi impedida pela FNLA de fazer tal viagem - o que criou grandes constrangimentos na guarnição, que, legitimamente, invocava o uso da força para continuar. No que era «proibida« pelo Comando Operacional de Luanda (COPLAD).
A situação era tanto mais tensa quanto, no Negage e a 13 de Julho, a FNLA cercara o quartel e exigira armas e, em Carmona, num comício, a mesma FNLA e o ELNA tinham feito afirmações graves e desabonatórias da tropa portuguesa. A 15, exigiram armas em Carmona (das que estavam em espólio, ao cuidado do BCAV. 8423) .
A guarnição desde o dia 12 que estava de prevenção simples, o primeiro grau de gravidade de segurança. Aproximava-se o dia da retirada e a tensão era cada vez maior. A FNLA, dona e senhora da guerra no Uíge, ressacava nos Cavaleiros do Norte os desaires sofridos em Luanda, Salazar e Malange.
O antigo quartel do BCAV. 8423, em Vista Alegre e no dia 24 de Setembro de 2019., quando por lá passou o furriel Viegas da CCS |
Fugitivo do IN entregou
arma em Vista Alegre
arma em Vista Alegre
O dia de um ano antes foi particularmente assinalado, em Vista Alegre, pela «apresentação de um elemento fugido do IN, antigo GE raptado na área de Bolongongo».
O livro «História da Unidade» refere que «fez entrega de uma espingarda semi-automáticas Simonov», que era «a primeira arma do BCAV.» e também que «conseguiu furtar-se a um grupo inimigo em trânsito».
Vista Alegre era onde se aquartelava a CCAÇ. 4145, uma da sub-unidades agregadas ao BCAV. 8423 e que era comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte Real.
Em tempos nada fáceis para este oficial que, para além do comando de CCÇ. 4145 - cerca de 200 jovens... - ainda tinha de permanentemente lidar o administrador (e os seus milícias), fazendeiros, sobas e populações.
Vista Alegre era onde se aquartelava a CCAÇ. 4145, uma da sub-unidades agregadas ao BCAV. 8423 e que era comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte Real.
Em tempos nada fáceis para este oficial que, para além do comando de CCÇ. 4145 - cerca de 200 jovens... - ainda tinha de permanentemente lidar o administrador (e os seus milícias), fazendeiros, sobas e populações.
«E mais os que não gostavam de nós, como alguns camionistas, fazendeiros e IN´s. Havia muitos para quem não dava mesmo sorrir muito», comentou Raúl Corte Real, na sua página de facebook.
A BCAÇ. 4245 foi substituída em Vista Alegre pelos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias. AEntre os dias 19 e 2 de Novembro de 1974.
Fernando Vieira em festa
F. Vieira há 48 anos! |
de 68 anos na Amadora !
O civil Fernando Antunes Vieira, funcionário camarário em Carmona, foi contemporâneo dos Cavaleiros do Norte na capital uíjana, em 1975 - há 47 anos! Hoje mesmo, dia 21 de Julho de 2022, festeja 68 anos.
Atento leitor deste blogue (e já nele colaborador), tinha ao tempo da jornada nortenha de Angola do BCAV. 8423, a facilidade de acesso ao BC12 - onde levava e de onde trazia bens dos civis seus amigos que lá se refugiaram nos dramáticos dias da primeira semana de Junho de 1975. E ali estavam protegidos e apoiados pelos Cavaleiros do Norte.
O civil Fernando Antunes Vieira, funcionário camarário em Carmona, foi contemporâneo dos Cavaleiros do Norte na capital uíjana, em 1975 - há 47 anos! Hoje mesmo, dia 21 de Julho de 2022, festeja 68 anos.
Atento leitor deste blogue (e já nele colaborador), tinha ao tempo da jornada nortenha de Angola do BCAV. 8423, a facilidade de acesso ao BC12 - onde levava e de onde trazia bens dos civis seus amigos que lá se refugiaram nos dramáticos dias da primeira semana de Junho de 1975. E ali estavam protegidos e apoiados pelos Cavaleiros do Norte.
Cidadão civil (ele e muitas centenas, ou milhares de pessoas...), foi um dos integrantes da epopeica saída de Carmona da coluna militar para Luanda, evacuada da capital do Uíge às 5 horas da manhã de 4 de Agosto de 1975. Com proteção das Forças Armadas Portuguesas e, nomeadamente, do BCAV. 8423.
Trabalhou na Maternidade Alfredo da Costa e, já aposentado, mora na cidade da Amadora, para onde, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
Trabalhou na Maternidade Alfredo da Costa e, já aposentado, mora na cidade da Amadora, para onde, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
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