sexta-feira, 29 de julho de 2022

5 878 - Reunião do Estado Maior Unificado de Carmona! A tropa anunciou, oficialmente, que ia sair..

Rotunda Rimaga, em Carmona e em 1974/1975 Por aqui passámos várias vezes, há
precisamente 37 anos, em «pic-nic» militar. O edifício verde era de José Craveiro
 (gerente da Fazenda Luísa Maria), agora esquadra da Polícia Nacional de Angola (PNA)
Os alferes milicianos Ribeiro e Garcia e os tenentes
Acácio Luz e João Mora, que hoje faria 96 anos, mas
faleceu aos 77, a 21 de Abril de 2003. RIP!


Aos 30 dias de Julho de 1975 passei eu algum tempo no torreão frontal do BC12, do lado de Carmona, a «cortar na casaca» de um sargento por quem não nutria afeição especial. Eu e o furriel Pires, o de Bragança, que me ouvia sempre muito preocupado pelo eco da minha voz, que por certo chegaria ao gabinete de operações - que ficava numa sala mesmo mesmo abaixo.
O pormenor, que vou dar de barato, só aqui vem ao blogue porque, nesse entretém de «costura» verbal, andaram a procurar-me no quartel, sem me verem por lado nenhum. Nem no bar, que era um pouso considerado certo; nem nas camaratas do PELREC, por onde passava muito do meu tempo.
Os milicianos alferes Sampaio (oficial de dia) e
Garcia e o furriel Viegas, no Quitexe e em saída
para uma operação militar
O que se passava, então? 
Foi o alferes Garcia quem narrou, porque o pelotão ia entrar de prevenção: o comandante Almeida e Brito, acompanhado de alguns oficiais, ia formalizar a comunicação de saída dos Cavaleiros do Norte, no Estado Maior Unificado, que incluía oficiais da FNLA.
O que o alferes Garcia nos disse, com aquele ar por vezes enigmático que o caracterizava, sempre sorridente, era que, aprudentando qualquer situação menos agradável, parte da guarnição entrava de prevenção. E que o nosso grupo de combate (o PELREC) ia «passear para a cidade»
Estou certo que usou expressão do género: «Vamos dar um passeio e fazer um pic-nic...».
E que pic-nic!!!
Passámos pelo (nosso) Bairro Montanha Pinto (onde morávamos, na antiga messe de oficiais), no Popular, pelos lados de piscina, bairro industrial, ruas do Comércio e Capitão Pereira, praça principal da cidade - a da ZMN/CSU e dos Correios - e com várias voltas à rotunda da RIMAGA. Sempre de arma com bala na câmara, alguns com dilagramas e sem faltarem granadas defensivas. Nada de especial aconteceu, felizmente, e voltámos ao BC12!
Sabíamos que no dia seguinte iria chegar tropa de Luanda, para apoiar a retirada dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 para a mesma capital angolana. E assim foi! Já era oficial: a 
tropa portuguesa anunciou, definitivamente, que ia sair do Uíge angolano.
Tenente João Mora,
em 1974 e no Quitexe


Tenente João Mora
faria hoje 96 anos !

O tenente João Eloy Borges da Cunha Mora faria 96 anos a 30 de Julho de 2022. Hoje. Faleceu aos 77, a 21 de Abril de 2003.
Oficial do SGE, foi 2º. comandante da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, adjunto do capitão António Martins de Oliveira, regressando a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975.
Era o tenente Palinhas, assim popularizado entre a guarnição (por sempre «obrigar» a que lhe fosse prestada - ou se antecipava ele, para npos «obrigar».
Era casado com uma senhora de origem indiana - que o acompanhou na jornada africana da Angola de 1974 e 1975, por terras do Uíge. Natural de Pombal, continuou a sua carreira militar, fixando residência em Lisboa (à Lapa), onde faleceu, vítima de doença. 
Hoje, o recordamos com saudade. RIP!!!

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