quinta-feira, 25 de agosto de 2022

6 905 - MPLA denunciou armamento para a FNLA em Carmona! Situação caótica Nova Lisboa !

O BC 12, na saída de Carmona para o Songo, a 24 de Setembro de 2019, quando por lá
passou o furriel Viegas da CCS. Agora, ampido.éua escola militar angolana
Os furriéis milicianos Viegas, Mosteias (falecido a 5  de Fevereiro de
2013, de doença e em Santo André) e Neto, na messe de sargentos
de Carmona, no Bairro Montanha Pinto


A actualidade de 25 de Agosto de 1975, há 47 anos e sobre Angola, apontava para Carmona, de onde tínhamos saído no dia 4 anterior. Três semanas antes.
O Uíge, de que Carmona era capital (e Uíge se chama logo depois da independência), continuava a ser o principal reduto da FNLA e lá, segundo o MPLA, chegava armamento transportado por aviões americano de bases da Alemanha Federal.
O movimento de Agostinho Neto, em comunicado desse dia, denunciava que «aviões do tipo Skymaster estariam a realizar um vaivém entre Kinshasa (Zaire) e Carmona, onde estão concentradas importantes tropas» do ELNA - o Exército de Libertação Nacional de Angola, braço armado da FNLA. 
Dias antes, seria descarregado na base aérea do Negage, a 40 quilómetros, e o armamento incluía canhões de longo alcance.
O MPLA, no mesmo comunicado, denunciou «a presença de 200 instrutores chineses, perto do Caxito» - a uns 80 quilómetros a norte de Luanda. Além disso e ainda segundo o MPLA, «mercenários do Zaire, da Tunísia e afro-americanos combateriam ao lado da FNLA».
Notícia do Diário de Lisboa
de 25 de Agosto de 1975

Facção Chipenda e situação
caótica em Nova Lisboa !

A situação no território angolano continuava periclitante e a imprensa dava conta que continuavam os «confrontos armados de Nova Lisboa, especialmente conduzidos por elementos da Facção Chipenda» e registavam-se «perseguições a militantes e simpatizantes do MPLA», atingindo «enorme violência».
Os seus tropas e dirigentes «refugiaram-se nos quartéis portugueses,
aguardando que um contacto entre MPLA e UNITA permita a sua saída da cidade e a troca de prisioneiros»
.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam no campo Militar do Grafanil e, no meu caso (editor do blog) imensamente preocupado com a situação de familiares e amigos que lá viviam. Na então Nova Lisnoa!
A cidade capital do Huambo, na verdade, «encheu» com 70 000 refugiados oriundos de várias partes do território de Angola (40 000 brancos e 30 000 africanos) e rebentava pelas costuras. A maioria deles «exigia embarque Portugal». Isto, numa altura em que as evacuações a partir de Nova Lisboa e para Portugal ocorriam à média de «4000 pessoas por semana».
«Situação caótica em Nova Lisboa», titulava o «Diário de Lisboa», que citamos (ver imagem)
A cidade tinha falta de electricidade e produtos alimentares e era deficiente a assistência médica. Por esse tempo e a partir de Luanda, dezenas de vezes tentei contactos telefónicos com os familiares e amigos civis que lá viviam - e outros que lá chegaram da Gabela -, sem, porém, ter qualquer êxito. Não havia comunicações e já só em Portugal deles soubemos.
 Uíge.
José Craveiro
Carlos Craveiro

Craveiro, de Luísa Maria,
62 anos em Tomar !

O uíjano Carlos Laranjeira Craveiro, da Fazenda Luísa Maria, festeja 62 anos a 25 de Agosto de 2022.
Natural de Maçãs de D. Maria, em Alvaiázere, é filho de José Dias Craveiro, que foi encarregado da fazenda no tempo do Destacamento do BCAV. 8423 (e outros). E para lá fpo ele, ainda criança e nos braços da mãe.
Ainda criança, voltou a Maçãs de D. Maria, estudou, licenciou-se e, sendo professor, «fez-se» escritor, com obra feita, A 28 de Junho de 2015, apresentou o livro «Cartas de chamada para regresso anunciado», fazendo memória da epopeica aventura africana do pai e numa cerimónia que teve presença do Pai José e várias intervenções, entre as quais a do editor deste blogue.
Professor da Escola de Santa Maria do Olival, mora em Tomar e para lá, e para ele, vai o nosso abraço parabéns!



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