sábado, 15 de outubro de 2022

6 956 - - O cessar fogo oficial de MPLA, FNLA e UNITA... A independência do MPLA, aconteça o que acontecer!


Cavaleiros do Norte do PELREC, da CCS do BCAV. 8423: 1º. cabo Augusto Hipólito, José Augusto Monteiro (furriel),
 Joaquim Almeida (1º. cabo, falecido a 28/02/2009)  e Jorge Vicente (1º. cabo, falecido a 29/01/1977). Em baixo,
António Garcia (alferes, falecido a 2 de Novembro de 1979), Manuel Leal (falecido a 18/06/2007), Francisco Neto 
(furriel) e Aurélio Júnior (Barbeiro) 

os furriéis António Carlos Letras de António
Chitas, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa,
no dia de um passeio às Quedas do
Duque de Bragança

O dia 15 de Outubro de 1974 foi assinalado como o dia do cessar fogo oficial, anunciado pela FNLA. 
Os Cavaleiros do Norte do Quitexe, de Zalala, de Aldeia Viçosa e de Santa Isabel - onde se aquartelavam as quatro companhias do Batalhão de Cavalaria 8423 - receberam a notícia com satisfação. Pudera!!! 
Não imaginavam, todavia, o que estava pela frente! Não podiam imaginar!!!!
O MPLA não participara nas negociações de Kinshasa e rejeitava o acordo lá feito com Daniel Chipenda. Tais conversações, segundo o MPLA «só poderão ser consideradas como troca de impressões, uma vez que Chipenda não estava mandatado para estabelecer quaisquer negociações», disse um dirigente do MPLA. Considerava que o negociado por Chipenda «não obriga(va) o MPLA».
A UNITA, no mesmo dia 15 de Outubro de 1974, abriu delegação em Luanda, com quadros políticos chegados da Suíça, onde tinham frequentado cursos superiores. Estiveram no Palácio do Governo e avistaram-se com Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa, trocando «impressões sobre a política actual em Angola».
A UNITA, ao tempo, era acusada pelo MPLA de, e citamos o Diário de Lisboa, «colaboracionista com as autoridades colonialistas e fascistas do Governo de Caetano». Por isso não concordava que, tal qual a Frente de Unidade Angolana (FUA) «fosse(m) privilegiada(s)» nos contactos com o Governo de Portugal, no processo de descolonização.
O MPLA garantia, há 47 anos, que
proclamaria a independência, «aconteça o
que acontecer», como noticiava o
Diário de Lisboa de 15 de Outubro de 1975

A independência do MPLA,
aconteça o que acontecer !

Um ano depois, a 15 de Outubro de 1975 - e a 
menos de um mês do dia anunciado para a declaração de independência (11 de Novembro) - fontes das Forças Armadas Portuguesas anunciaram em Luanda que «as forças da FNLA estão a prosseguir o seu avanço para a capital, encontrando-se agora a 25 quilómetros». Na véspera «mantinham-se ainda na frente do Caxito e da Barra do Dande, a mais de 50 quilómetros de Luanda».
Noutros pontos do território, «registaram-se importantes combates entre o MPLA e a FNLA, a nordeste de Luanda, próximo do nó rodoviário de Samba Caju», como noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «na frente Leste, registaram combates entre o MPLA e a UNITA, nas imediações da cidade do Luso». Em Benguela, «retiraram-se todas as forças de Portugal, de acordo com o plano de evacuação militar que deverá estar concluído até 10 de Novembro».
Do Uíge, é que não havia notícias. Apenas uma breve linha, no noticiário: a Comissão de Reconciliação da ONU iria visitar Carmona no dia seguinte. Mas, em Luanda, Agostinho Neto não só afirmava que o MPLA proclamaria a independência a 11 de Novembro «aconteça o que acontecer», como referia que era «impossível a conciliação com a FNLA e a UNITA».
«São movimentos fantoches, alimentados e manipulados fora do país e totalmente estranhos ao nosso povo», disse Agostinho Neto.

Fernando Lopes,
cozinheiro de Zalala

A morte do cozinheiro Lopes
dos Cavaleiros de Zalala !


O soldado cozinheiro 
Fernando Manuel da Conceição Lopes, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, nasceu a 17 de Outubro de 1952 e  hoje faria 70 anos. Faleceu a 12 de Julho de 1983, há 39 anos.
Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423 jornadeou 15 meses, no âmbito a sua comissão africana do norte uíjano de Angola. Também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e cidade de Carmona - de onde saiu a 3 de Agosto de 1975, para o Campo Militar do Grafanil, em Luanda, e depois para Lisboa - a 9 de Setembro do mesmo ano,
Era natural da Póvoa do Forno, da freguesia do Troviscal, no concelho de Oliveira do Bairro, em pleno coração da Bairrada - onde nasceu a 17 de Outubro de 1953.
Lá voltou no final da sua missão angolana e trabalhava na Cooperativa Agrícola de Oliveira do Bairro quando faleceu, vítima de acidente, quando seguia numa motorizada e embateu com uma carrinha.
Hoje o recordamos com saudade, dele fazendo memória! RIP!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário