quarta-feira, 19 de outubro de 2022

6 960 - O (não) castigo ao Marcos do PELREC ! O «pó do caraças ganho» ao alferes do castigo !

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, na vila do Quitexe e todos eles rádio-montadores: António
 Silva, o 
1º. cabo António Pais, o furriel miliciano António José Cruz e o 1º. cabo Rodolfo
Tomás (que hoje faz 70 anos em Lousada)

Cavaleiros do Norte do PELREC: Alberto Ferreira (atrás),
1º. cabo João Pinto, Francisco Madaleno e João Marcos,
todos atiradores de Cavalaria da CCS do BCAV. 8423


A ordem de serviço nº. 112 do BCAV. 8423, a de 19 de Outubro de 1974, deu conta de uma punição disciplinar ao soldado «pelrec» João Manuel Lopes Marcos, militar sem medos e sem indisciplinas. 
O que foi, ou o que não foi que se passou, então?
Natural e residente no Pego, em Abrantes, o Marcos foi Cavaleiro do Norte dos bons, dos valentes: disciplinado e sempre cortez, às vezes irreverente mas sempre cumpridor de deveres, sem quaisquer dúvidas, colaborante e activo, sempre disponível para o que necessário fosse. Pois, imagine-se, foi castigado com 20 dias de prisão disciplinar agravada, pelo Comando do BCAV. 8423, depois agravada pelo Comando da Zona Militar Norte (ZMN).
Perguntámos-lhe pela história, dela não lembrados. 
«Que crime cometeste tu, ó Marcos?», perguntámos nós.
«Eu não fiz nada, mas o alferes embirrou comigo e nem sequer cumpri prisão nenhuma. Ficou tudo em papéis...», disse-nos ele, a pergunta nossa e 43 anos depois do «incidente»
A história, na sua versão, passa pela saída do Bar do Topete, saída dele, do Florêncio, do Silvestre e de outros, de «beber uns copos». Ao entrar no quartel, em grande algazarra, e tanto tempo depois não vem mal ao mundo se falarmos dos nomes, o Florêncio terá mandado o alferes Rosa, que estava de oficial dia, para um certo sítio. Em linguagem de tropa, vernácula e usual.
O acusado foi o Marcos, vá lá saber-se porquê..., e nada e ninguém convenceu o oficial miliciano da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, da não culpa dele.
«A malta ia com os copos, eu estava à porta d´armas a substituir o Silvestre e fui acusado sem mais nem menos. Mas não fui eu e nunca estive na cadeia», contou o Marcos, desempoeirado sobre o caso de há 47 anos, mas sem deixar de dizer que «ainda hoje tenho um pó do caraças ao alferes». Na verdade, acrescentou o Marcos, «ninguém gosta de ser castigado sem razão».



Rodolfo Tomás,
1º cabo da CCS,
em 1974/1975
Rodolfo Tomás
civil e em 2019

Tomás. 1º. cabo do Quitexe,
65 anos em Lousada !

O 1º. cabo Rodolfo Hernâni Tavares Tomás, da CCS do BCAV. 8423, na saudosa vila do Quitexe uíjano, festeja 670anos a 19 de Outubro de 2021. Hoje! 
Rádio-montador de especialidade militar e natural da Cedofeita, na cidade do Porto, lá voltou a 8 de Setembro de 1975, depois de louvado pelo comandante Almeida e Brito, do BCAV. 8423, e por ser «militar disciplinado, correcto e inexcedível no zelo e eficiência postos no trabalho».
Trabalhou na Secção de Reabastecimentos e «dedicou todo o seu esforço na aprendizagem dessa missão, vindo a desempenhá-la com competência», acumulando-a com os serviços da sua especialidade técnica e «não se poupando a esforços nem a horários para solucionar avarias do material, chegando mesmo a colaborar em serviços de interesse público, de âmbito não militar, quer no Quitexe quer em Carmona». 
O louvor sublinha também que foi «militar excepcionalmente bem educado e bom camarada», um Cavaleiro do Norte que «granjeou a estima dos seus superiores e camaradas».
O Tomás vive em Lousada, onde faz rádio (com programas na estação local) e para lá e para ela vai o nosso grande e forte abraço de parabéns, embrulhado no desejo da rápida recuperação das suas debilidades físicss!
Eduardo B. Silva
Lucília e Adelaide, a
Lai-Lai de Luísa Maria


Neta de Bento de Luísa 
Maria em festa de 44 anos!

Eduardo Bento da Silva foi sócio-gerente da Fazenda Luísa Maria, lá pelas terras do Uíge angolano e onde por anos seguidos se aquartelaram destacamentos militares.
Combatentes do BCAV. 8423 também, entre 10 de Junho e 14 de Dezembro de 1974, por lá passaram vários grupos de combate do BCAV. 8423. Hoje, a sua neta Lucília faz 44 anos.
Ao tempo, na casa dos 44/45 anos, foi sempre franco, generoso e leal anfitrião dos Cavaleiros do Norte, partilhando-se abertamente com os jovens combatentes dos delicados tempos pré-independência de Angola. Regressou a Portugal e fixou-se em Condeixa-a-Nova, estabelecendo-se em Taveiro com um mini-mercado. Faleceu a 11 de Setembro e faria 81 anos a 10 de Outubro de 2011. 
A neta Lucília é filha de Adelaide, a Lai-Lai, e faz hoje 44 anos e, em memória do avô, aqui deixamos esta nota, com saudade dos tempos de Luí
sa Maria!
Adelaide (agora Almeida, pelo casamento), é irmã de Rosa e Eduardo Cocenas da Silva, e também mãe de Natacha, esta de 39 anos e todos moradores em Condeixa. Parabéns, pois!

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