domingo, 30 de outubro de 2022

6 971 - Programas de rádio luandinos suspensos «por infracções ao processo de descolonização»!


Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, no Quitexe, todos furriéis milicianos. De frente,
Rocha e Fonseca (ambos de bigode), Viegas, Belo (de óculos), Flora e Pires (TRMS). De
costas, Monteiro, Pires (Cândido), Machado e Dias (de óculos)

Notícia do Diário de Lisboa sobre o comício, em Lisboa,
de apoio ao MPLA, a 30 de Outubro de 1974


A Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe reuniu há 48 anos, no dia 30 de Outubro de 1974, dia em que se soube que a Junta Governativa de Angola suspendera dois programas de rádio, de Luanda, «por infracções ao processo de descolonização».
S. Nicolau: libertação de presos a 3 
de Maio de 1974 (imagem da net)
Os programas eram o «Contacto Popular» e o «A Voz Livre do Povo» e ficaram suspensos por dois dias, por proposta da Comissão Ad-Hoc dos Meios de Comunicação, mas o «Diário de Lisboa» desse dia, jornal de que nos socorremos, não diz quais foram as infracções. Diz, isso sim, é que «o Governo anunciou o encerramento do campo prisional de S. Nicolau, que era utilizado pela PIDE/DGS antes do 25 de Abril».
A imprensa portuguesa desse dia deu atenção ao comício lisboeta de apoio ao MPLA. «O imperialismo tenta desesperadamente perpetuar a exploração do nosso povo» - o povo angolano, reportou o mesmo «Diário de Lisboa».
O comício decorreu no Pavilhão dos Desportos, organizado pela Casa de Angola, com uma mensagem de Agostinho Neto e críticas à «repressão violenta da PM e da PSP a manifestações pacíficas», os exércitos secretos da FRA e ENSINA, «a soldo dos colonialistas»,  também à «falta de medidas repressivas contra elementos da PIDE/DGS», ou o acordos apadrinhados por Mobutu, com a UNITA e Daniel Chipenda, chamados de «traidores e fantoches» - tudo, entre outras coisas, para «criar um clima de confusão política e isolar o MPLA». 
Mobutu, presidente do Zaire, foi considerado «fiel guarda dos interesses colonialistas» e não foram poupadas a FUA (outra «organização colonialista») e a FLEC, considerada um dos «movimentos fantoches e neo-colonialistas».


Horácio Carneiro
(1ª. CCAV. 8423)

Carneiro de Zalala
em festa de 69 anos!

O soldado Horácio do Sacramento Lopes Carneiro, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, está hoje em dia de «rancho melhorado»: festeja 70 anos!
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, iniciou a sua jornada africana do norte de Angola pela Fazenda de Zalala e passou também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de, passando ainda pelo Campo Militar do Grafanil, em Luanda, regressar a Portugal.
Natural de Pousadela, na Póvoa do Lanhoso, lá voltou a 9 de Setembro de 1975 e lá vive, depois de estar muitos anos emigrado na Suíça.
Para ele vai o nosso abraço de parabéns.

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