domingo, 4 de dezembro de 2022

7 005 - Cinema como acção psicológica no Quitexe, Aldeia Viçosa e Vista Alegre! Angola na ONU!

Os alferes milicianos Pedrosa de Oliveira, da 3ª. CCAV. 8423, e, da CCS, António Albano 
Cruz, António Manuel Garcia (falecido a 2 de Novembro de 1979) e José Leonel Hermida, 
que foi oficial de transmissões e de ação psicológica do BCAV. 8423

O Clube do Quitexe, à esquerda (cor de rosa) e a 24 de
Setembro  de 2019, olhado pelo condutor Nogueira, do
Liberato, e o furriel Viegas, da CCS

O oficial de transmissões do BCAV. 8423 era o alferes José Leonel Hermida, que, por este tempo de há 48 anos e pelas bandas dos chãos uíjanos de Angola, acumulava com as funções de responsável pela ação psicológica. 
A tarefa era levada a preceito e, nesse âmbito e faz hoje precisamente 48 anos, foi projetado um filme no Clube do Quitexe, também para a comunidade civil. Filme que, igualmente, foi alegrar os companheiros das guarnições militares e as comunidades civis de Aldeia Viçosa e Vista Alegre - por onde jornadeavam a 2ª. CCAV. 8423 e a 3ª. CCAV. 8423,  respectivmente.
A projeção estava a cargo do 1º. cabo Rodolfo Tomás, que era rádio-montador de especialidade militar mas que também, por competência profissional civil e disponibilidade próprias, sacerdotalmente acumulava essa tarefa.
Assim começavam e se viviam os primeiros dias de Dezembro do Quitexe! Há 48 anos! Como o tempo «voou»!
O furriel miliciano Armindo Reino, o
comandante Almeida e Brito, o soldado
clarim Armando Silva e o capitão
José Paulo Falcão

Reunião em Carmona e
independência de Angola 
na «ONU»

O mesmo dia 4 de Dezembro de 1974 foi tempo de o capitão José Paulo Falcão, comandante interino do BCAV. 8423, voltar reunir com os comandantes de outras unidades e no Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona. 
O comandante Almeida e Brito estava a chegar de férias em Lisboa e o livro «História da Unidade», que agora mesmo consultámos, refere que «o estreitamento de contactos entre comandos (eram) necessários, mais do que necessários, dada a constante evolução dos acontecimentos». Que realmente... evoluíam.
Por exemplo e no mesmo dia, o ministro da Coordenação Interterritorial, António Almeida Santos, assegurava nas Nações Unidas, em Nova York, que «Portugal esperava conceder a independência total de Angola em fins de 1975».
«Espera-se que se consiga (...), depois de uma forma de consulta popular democrática. A alternativa para uma solução deste género é o risco de uma guerra civil», afirmou Almeida Santos.
Foi profeta, como hoje sabemos.
Os três movimentos não se entenderam e já nessa altura, como leio no «Diário de Lisboa» de há precisamente 48 anos, «Portugal espera resolver os problemas inerentes à independência, por meio de uma reunião, ainda este mês, com os representantes dos três movimentos de libertação de Angola».
Esperar, esperava, mas não conseguiu.
Furriel Gordo,
em 1974/75

Gordo, furriel de Santa Isabel,
70 anos em Alter do Chão !


O furriel miliciano 
António Luís Barradas Mendes Gordo, da 3ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 4 de Dezembro de 2022, em Alter do Chão. 
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e Cavaleiro do Norte da da Fazenda Santa Isabel - e depois do Quitexe e de Carmona -
 Gordo regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e fixou-se na alentejana vila de Alter do Chão, a sua terra natal e onde, vida fora, fez carreira profissional como funcionário da Câmara Municipal.
Aposentado, lá continua a viver as emoções da idade (e já lhe cantam 70 ani hos...) e o afecto da família, feliz da vida e saudoso dos seus tempos da jornada africana do Uíge angolano. 
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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