quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

7 029 - O estranho e audaz corte de cabelo de 4 furriéis de Zalala! Expulsão de Agostinho Neto do MPLA!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, todos furriéis milicianos atiradores de Cavalaria e todos com grandes
«peitaças» e penteados muito «especiais» e ao tempo originais: Américo Rodrigues, Eusébio Martins e Jorge
 Barata (já todos falecidos) e Plácido Queirós
Cavaleiros de Norte de Zalala, todos furriéis milicianos
 e em Junho de 2012. Em cima, Américo Rodrigues, Mota
 Viana, Eusébio Martins e Manuel Pinto. Sentados Bar-
reto, Queirós e João Dias


O sábado angolano de há 48 anos, dia 28 de Dezembro de 1974, foi tempo de diferenças internas do MPLA, que levaram à expulsão do presidente Agostinho Neto, anunciada pela Facção Chipenda. 
Valesse isso o que valesse. E valeu.
Hoje, pegamos numa crónica do furriel miliciano Américo Rodrigues, que foi Cava-
leiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e que prematuramente já partiu deste mundo físico, vítima de doença, a 30 de Agosto de 2018.
A crónica do repórter Américo Rodrigues é esta, em tempos de guerra e historiando um momento de estranheza capilar:
Portas de Zalala e o Quijoão. À frente, os furriéis
milicianos Nascimento e, já falecidos, Rodrigues e
M. Dias. Ao meio, o 1º. cabo Ferreira e os furriéis
Barata (falecido) e Louro. Quem identifica
os companheiros mais atrás?

Ida ao barbeiro

para cortes especiais


«Um dia, resolvemos cortar o cabelo. Claro que em Zalala, longe de um possível, imprevisível ou provável olhar do comandante Almeida e Brito, pois sabíamos perfeitamente a disciplina que nos era imposta e que tínhamos sempre de cumprir com aprumo na nossa apresentação.
Caso contrário, já podíamos contar as devidas sanções, já que ele não perdoava a ninguém, nem admitia desculpas. 
Olha se ele nos apanhava assim! Nem quero imaginar onde iríamos parar.
Como este foi um daqueles dias de liberdade, (sem serviços) e, como tal, dia para as respectivas e habituais «maluquices de Zalala», que fomentavam as amizades e a união, que nos ajudavam, a todos, a matar o tempo e a esquecer o resto, combinámos os quatro cortar o cabelo. 
Momento festivo: os furriéis
milicianos Rodrigues e Pinto

Corte sem catálogos
ou mostras de moda !

Solicitámos os serviços do barbeiro da companhia e da sua famosa máquina de cortar (máquina desse tempo, que era manual). Não lhe pedimos catálogos ou fotos de penteados da moda, porque isso não existia. Cada um foi designer a seu gosto. 
O Américo Joaquim da Silva Rodrigues optou por cortar o cabelo dos lados e a meio da cabeça.
O Eusébio Manuel Martins cortou o cabelo à Santo António, rapado por cima e deixando o resto por baixo.
O Jorge António Eanes Barata, já prevendo o desfecho desta iniciativa, rapou logo a cabeça. Todinha...
O Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós fez um corte de «apache»...
Assim passámos a tarde desse dia, porque, no final da dita, lá voltou o barbei-
ro, para nos fazer outro corte como o do Barata: cabeça rapada, não fosse o nosso capitão Castro Dias dar com a transformação dos cortes ou penteados e, por tabela da disciplina militar, nos aplicar os respectivos castigos.».
- NOTA: Aqui fica a nossa homenagem, em memória do querido amigo Américo Rodrigues, com uma sua crónica, escrita em 2011. Até já, amigo!

Barros de Zalala, 70
anos em Coimbra !

O 1º. cabo Rui Barros, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de  Zalala,  festeja 70 anos a 29 de Dezembro de 2018.
Rui António Ferreira Barros foi atirador de Cavalaria e integrou o 2º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Carlos João Sampaio, com os furriéis milicianos Eusébio Martins, Mota Viana (depois João Rito) e Plácido Queirós.
O seu nome não consta da relação da 1ª. CCAV. 8423 que a 9 de Setembro de 1975 desembarcou em Lisboa. Nem nas de qualquer uma das outras três Companhias do BCAV. 8423. Julgamos saber que residirá na área de Coimbra. Onde quer que esteja, para ele vão os nossos parabéns!

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