sábado, 31 de dezembro de 2022

7 032 - A bem passada e chuvosa noite de S. Silvestre da quitexana passagem de ano de 1974 para 1975!


Quitexe, na bem «regada» passagem de ano de 1974 para 1975, há 48 anos e todos furriéis milicianos na entrada da messe
 e bar de sargentos: Ribeiro e Fernandes (de mãos dadas), Viegas, Belo de óculos), Grenha Lopes (meio emcoberto), Costa
 (dos Morteiros) e Flora. À frente, Rabiço (enfermeiro, de bigode e cigarro na
mão), Graciano e Abrantes (de cachimbo na boca)

Jorge Grácio, o Spínola,
vencedor da S. Silvestre
do Quitexe de 1974

C. Pagaimo, o
2º. classificado

 



Há 48 anos, a noite de passagem do ano de 1974 para 1975 lá pelas do Uíge angolano, foi regada com fortes bátegas de água - ainda que muito rápidas. 
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 por lá jornadeavam, divididos pelos aquartelamentos do Quitexe, Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, ao longo da Estrada do Café, e foi tempo de Corrida de S. Silvestre.
O «rancho» do dia até foi foi melhorado e a malta fora das escalas de serviço procurou os melhores programas possíveis, dentro dos condicionalismos que se viviam numa guarnição militar em situação de zoma 100% operacional.
Havia, sempre, que ter cuidados!
Messes cheias, cantina e bares militares cheios, garrafas a abrir nas casernas da parada, onde quer que estivesse um soldado dos Cavaleiros do Norte, não faltou sede para «matar» nesse tempo de festa e de saudade dos chãos de Portugal.
A noite foi intensamente chuvosa, mas não suficientemente forte para atemorizar os valentes atletas-militares que se prepararam para «a tradicional corrida de S. Silvestre no Quitexe» - corrida que, como sublinha o livro «História da Unidade», procurava «marcar a passagem do ano de 1974/75 em convívio fraterno e de paz, tal como as famílias do Quitexe fizeram, tendo no seu seio as famílias de militares, aqui presentes, por impossibilidade de juntar todo o BCAV.».

O Pagaimo em Outubro de 2019, ladeado
 pelos furriéis Viegas, à esquerda, e Neto

Spínola e Pagaimo na frente
da Corrida de S. Silvestre!

A intensa chuva que caiu não foi. na verdade, suficientemente forte e continuada para que atemorizasse os atletas-militares que se prepararam para «a tradicional corrida de S. Silvestre no Quitexe» - corrida que procurava «marcar a passagem do ano de 1974/75 em convívio fraterno e de paz, tal como as famílias do Quitexe fizeram, tendo no seu seio as famílias de militares, aqui presentes, por impossibilidade de juntar todo o BCAV.».
Chuva civil não molha militar!
A prova viria a ser ganha, e com todo o mérito, por Jorge Custódio Grácio, soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e por lá (e depois pelo Quitexe, onde ao tempo já estava) imortalizado como Spínola. O segundo lugar foi do 1º. cabo Celestino Pagaimo, do Pelotão de Morteiros 4281.
O Jorge Grácio (Spínola) viria a ser vítima mortal de um trágico acidente de motorizada, quando, sozinho, embateu na rotunda da entrada de Carmona. Faleceu a 2 de Julho de 1975 e o seu corpo veio para Portugal no avião que transportou a 3ª. CCAV. 8423, a 11 de Setembro do mesmo ano. Está sepultado na sua terra natal, o Casal das Raposas, em Vieira de Leiria. 
Hoje, o recordamos com saudade. RIP!!!
O 1º. cabo Celestino de Jesus Pagaimo fez carreira militar nas Brigadas de Trânsito (BT) da GNR e, já aposentado, mora em Montemor-o-Velho.

O 1º. cabo Alfredo Coelho (o Buraquinho), que
 (não) venceu a S. Silvestre do Quitexe, de 1974
 para 1975. Na foto, com o maqueíro Joaquim
 Moreira (o Penafiel), um dos seus «cúmplices»
(com o 1º. cabo Gomes) da falsa corrida 

A (não) S. Silvestre
do Alfredo Buraquinho!


A partida da corrida da S. Silvestre foi na Estrada do Café, para Carmona, onde se cortava para a picada de Zalala. Já no Quitexe, virou no Bar do Rocha, à esquerda e para a avenida - a Rua de Baixo. A meta estava instalada em frente à messe de oficiais.
Resolveu o 1º. cabo Alfredo Coelho (o Buraquinho) fazer das dele. E fazer o quê? Ele mesmo conta: «Como os enfermeiros tinham de acompanhar a corrida, combinei com o Gomes e Moreira (o Penafiel) que quando a corrida começasse, eu isolar-me-ia e entraria na ambulância, sem que fosse detetado».
Assim foi e ninguém deu por nada. As noites de África, como sabemos, são muito cerradas e a chuva «ajudou». Ao momento oportuno, o Buraquinho saltou da ambulância e começou a correr. «Íamos a passar próximo da casa do administrador, onde estava este e vários oficiais a verem a corrida, e, ao verem-me, entusiasmaram-me, gritando «força, Buraquinho, és o primeiro!!!...».
Era, mas não era e... fez-se justiça: «Cometi um erro, ao virar para a avenida, deveria ser na rua do Rocha e eu cortei antes», explicou ele, agora e lembrando que «cheguei à meta em primeiro, até fui vitoriado pelo capitão Oliveira, por eu ser da CCS, como ele, mas quando chegou o segundo classificado, este foi naturalmente o primeiro, o vencedor». Era o Grácio, mais conhecido por Spínola, da 3ª. CCAV. 8423 mas ao tempo já no Quitexe. 
«Denunciou a minha chegada forjada e, pronto, foi declarado vencedor, como tinha de ser», recorda o Alfredo Buraquinho, a sorrir-se desta sua «notável» proeza atlética de há precisamente 48 anos. 
Coisas à... Buraquinho!

A morte de Orlando,
o Almeida de Zalala !

O soldado Orlando Marques de Oliveira, na fot ao lado, foi Cavaleiro do Norte de Zalala e faleceu a 18 de Junho de 2022, vítima de doença hepática, em Almeida.
Condutor de especialidade militar, também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, por la popularizado como Almeida, por desta cidade ser natural. Foi «internacional» da equipa de futebol da subunidade comandada pelo capitão miliciano Castro Dias e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1075.
O furriel miliciano João Dias foi quem agora nos deu a notícia, particularizando  que o Almeida fez vida profissional como agente da PSP, em esquadras de Lisboa, e, já aposentado, regressou à sua terra natal.
Nascido a 20 de Janeiro de 1952, faleceu aos 69 anos e hoje o recordams cpm saudade!
RIP!!!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

7 031 - A Véspera do último dia de 1974, S. Silvestre e futebol pelas terras uíjanas de Angola!

Cavaleiros do Norte do Parque Auto. Atrás, NN, Canhoto, Miguel (NN (mecânico), Gaiteiro
  NN, Picote (de mãos nas ancas e a sorrir), Agostinho Teixeira (pintor), NN (mais trás),  
Serra (mãos no cinto), Pereira (mecânico),  1º. sargento Aires (de óculos), alferes Cruz 
(de branco), Celestino (condutor), furriel Morais (de óculos), NN e NN (condutores)  
e Vicente. À frente, Domingos Teixeira (estofador), Marques (o Carpinteiro, falecido a 1 de
 Novembro de 2011), Madaleno (atirador, de tronco nu) e  Esgueira. Quem identifica os NN?


 José A. Nascimento, furriel Cavaleiro do 
Norte de Zalala, aqui já em Vista Alegre

O dia 30 de Dezembro de 1974, há 48 anos e lá pelas terras uíjanas por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, foi tempo de preparar a corrida de S. Silvestre.
A actividade fecharia o ano da sede do batalhão, no Quitexe e em ambiente desportivo e no âmbito do plano de acção psicológica - que era coordenado pelo alferes miliciano José Leonel Hermida. 
Os outros aquartelamentos, outras actividades de lazer festa teriam - por Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange.
E tiverem.
Quanto ao dia a dia, ia igual e sem problemas. A grande novidade de 30 de Dezembro desse já distante 1974, tinha a ver com a data (anunciada) da realização da Cimeira dos três movimentos de libertação com o Governo de Portugal: 10 de Janeiro de 1975 «algures, em Portugal»
Até lá, disse Jonas Savimbi em Lusaka, UNITA, MPLA e FNLA «realizarão uma cimeira para concordarem numa plataforma comum, para apresentarem nas conversações com o Governo Português». Isto, numa altura em que, segundo as agências noticiosas France Press e a Reuters, se registavam «progressos recentes na melhoria das relações entre os três movimentos de libertação angolanos, através da assinatura de acordos».
Notícia do Diário de Lisboa de há 41 anos,
sobre a Cimeira dos movimentos angolanos
com Portugal
Observadores internacionais, em Lusaka e citados pelo Diário de Lisboa, afirmaram que «essa cimeira apresenta-se como uma gigantesca evolução no caminho do entendimento dos três movimentos, para se encontrar a adequada solução angolana de independência»
«O nosso objectivo é ter em Angola um Governo de Transição antes do fim de Janeiro e a independência dentro de 9 a 12 meses», afirmou Jonas Savimbi, o presidente da UNITA- enquanto o Diário de Lisboa escrevia que «foi dado um passo em frente pela solução do problema de Angola, o maior território colonial português em África».

Equipa do Pelotão-Auto. De pé e da esquerda para a direita,
1ºs. cabos Teixeira (estofador), Malheiro, Frangãos (Cuba)
 e Marques (Carpinteiro), Pereira (condutor), Gaiteiro e 1º.
 cabo Teixeira (pintor). Em baixo, 1º. cabo Monteiro (Gaso-
linas), Pereira (mecânico), Celestino Gomes (condutores),
1º. cabo Mendes e Miguel (condutor)
                                                        Futebol no pelado do Quitexe
e na 1ª. divisão nacional !


O domingo de há 48 anos foi tempo de futebol, no duro pelado do campo do Quitexe e com um jogo entre pelotões da CCS. Quais? Sabe-se lá, hoje quais, já perdidos na memória.
O futebol era uma da «artes» da acção psicológica do BCAV. 8423, que, por essa altura festiva, também promoveu a projecção de filmes e também a já dita corrida de S. Silvestre, na noite de 31 de Dezembro.
Mais a sério e em Lisboa, o Sporting recebeu e venceu (1-0) o Belenenses, para o nacional de futebol de 1ª. divisão, enquanto o Porto foi ganhar (2-0) a Espinho e o Benfica empatou (0-0) em Tomar. Outros resultados: Oriental-Olhanense, 1-0; CUF-Académico(a) de Coimbra, 0-0; Boavista-Vitória de Guimarães, 3-0; Leixões-Vitória de Setúbal, 2-0; Farense-Atlético, 4-1.
Comandava o FC do Porto, com 26 pontos; 2º.-Benfica, 23; 3º.-V. Guimarães, 21; 4º.-Sporting, 20; 5º.-Boavista, 17; 6º.-Farense, 16; 7º.-Belenenses, 15; 8º.-Leixões, 14; 9º.-V. Setúbal e CUF, 13; 11º.-União de Tomar, 12; 14º.-Atlético e Olhanense, 11; 16º.-Espinho, 10; 17º.-Oriental, 9; 18º.-Académico de Coimbra (a actual Académica), 7.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

7 030 - Futebol no pelado e a «psico» no Natal quitexano de há 48 anos!


Futebol no Quitexe, há 48 anos, equipa da CCS. Em cima e da esquerda para  direita, o furriel
 Lopes (enfermeiro), 1º.s cabos Gomes e Grácio, furriel Mosteias, Alves (morteiros)  e NN. Em
baixo: furriel Monteiro, Covilhã (condutor dos morteiros), 1º. cabo Teixeira (estofador), Miguel
 (furriel  paraquedista) e Jorge Botelho

Pelotão de Sapadores da CCS do BCAV. 8423. De pé e da
esquerda para a direita: Irineu. Afonso Henriques, NN, Sousa
 e Américo. Em baixo, Amaral, Calçada, 1º. cabo Grácio, NN
e Coelho (falecido a 13/05/2007, de doença e em Penafiel)

Os dias de Dezembro de há 48 anos corria mais ou menos tranquilos pelas terras do Uíge angolano e a notícia maior do dia 29 de Dezembro de 1974, um domingo..., chegou pelas nas ondas da rádio e de Lusaka: a cimeira dos movimentos de libertação com o Governo de Portugal estava marcada para o dia 10 de Janeiro de 1975 e... «algures em Portugal».
O anúncio foi feito por Jonas Malheiro Savimbi, presidente da UNITA, precisando que os três movimentos, antes disso, «realizarão uma cimeira, a fim de concordarem uma plataforma comum para apresentarem nas conversações com o Governo Português».
«O nosso objectivo é ter em Angola uma Governo de Transição, antes do fim de Janeiro e a independência dentro de 9 a 12 meses», disse Jonas Savimbi, numa altura em que, e citamos o Diário de Lisboa, esta situação «segue-se a progressos recentes na melhoria das relações entre os 3 movimentos de libertação de Angola, através da assinatura de acordos».

O 1º. cabo Gabriel em Angola (1974)
e, ao lado, no encontro de 2023 

Sapador Gabriel, 70 
anos na Covilhã!

O 1º. cabo Gabriel Alves Mendes, da CCS do BCAV. 8423, festeja 70 anos a 29 de Dezembro de 2022. Hoje mesmo.
Sapador de especialidade militar e Cavaleiro do Norte combatente do pelotão do alferes miliciano Jaime Ribeiro, serviu também no balcão do bar/cantina dos praças e regressou a Portuga no dia 8 de Setembro - à sua terra de Cortes do Meio na Covilhã.
Esteve muitos anos emigrado em França e, agora já aposentado, voltou aos bons ares natais, tendo participado no encontro da CCS este ano, em Braga. E será um dos organizadores (com o Francisco Madaleno) do encontro de v2023, lá para os lados da Covilhã.
Os nossos parabéns!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

7 029 - O estranho e audaz corte de cabelo de 4 furriéis de Zalala! Expulsão de Agostinho Neto do MPLA!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, todos furriéis milicianos atiradores de Cavalaria e todos com grandes
«peitaças» e penteados muito «especiais» e ao tempo originais: Américo Rodrigues, Eusébio Martins e Jorge
 Barata (já todos falecidos) e Plácido Queirós
Cavaleiros de Norte de Zalala, todos furriéis milicianos
 e em Junho de 2012. Em cima, Américo Rodrigues, Mota
 Viana, Eusébio Martins e Manuel Pinto. Sentados Bar-
reto, Queirós e João Dias


O sábado angolano de há 48 anos, dia 28 de Dezembro de 1974, foi tempo de diferenças internas do MPLA, que levaram à expulsão do presidente Agostinho Neto, anunciada pela Facção Chipenda. 
Valesse isso o que valesse. E valeu.
Hoje, pegamos numa crónica do furriel miliciano Américo Rodrigues, que foi Cava-
leiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e que prematuramente já partiu deste mundo físico, vítima de doença, a 30 de Agosto de 2018.
A crónica do repórter Américo Rodrigues é esta, em tempos de guerra e historiando um momento de estranheza capilar:
Portas de Zalala e o Quijoão. À frente, os furriéis
milicianos Nascimento e, já falecidos, Rodrigues e
M. Dias. Ao meio, o 1º. cabo Ferreira e os furriéis
Barata (falecido) e Louro. Quem identifica
os companheiros mais atrás?

Ida ao barbeiro

para cortes especiais


«Um dia, resolvemos cortar o cabelo. Claro que em Zalala, longe de um possível, imprevisível ou provável olhar do comandante Almeida e Brito, pois sabíamos perfeitamente a disciplina que nos era imposta e que tínhamos sempre de cumprir com aprumo na nossa apresentação.
Caso contrário, já podíamos contar as devidas sanções, já que ele não perdoava a ninguém, nem admitia desculpas. 
Olha se ele nos apanhava assim! Nem quero imaginar onde iríamos parar.
Como este foi um daqueles dias de liberdade, (sem serviços) e, como tal, dia para as respectivas e habituais «maluquices de Zalala», que fomentavam as amizades e a união, que nos ajudavam, a todos, a matar o tempo e a esquecer o resto, combinámos os quatro cortar o cabelo. 
Momento festivo: os furriéis
milicianos Rodrigues e Pinto

Corte sem catálogos
ou mostras de moda !

Solicitámos os serviços do barbeiro da companhia e da sua famosa máquina de cortar (máquina desse tempo, que era manual). Não lhe pedimos catálogos ou fotos de penteados da moda, porque isso não existia. Cada um foi designer a seu gosto. 
O Américo Joaquim da Silva Rodrigues optou por cortar o cabelo dos lados e a meio da cabeça.
O Eusébio Manuel Martins cortou o cabelo à Santo António, rapado por cima e deixando o resto por baixo.
O Jorge António Eanes Barata, já prevendo o desfecho desta iniciativa, rapou logo a cabeça. Todinha...
O Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós fez um corte de «apache»...
Assim passámos a tarde desse dia, porque, no final da dita, lá voltou o barbei-
ro, para nos fazer outro corte como o do Barata: cabeça rapada, não fosse o nosso capitão Castro Dias dar com a transformação dos cortes ou penteados e, por tabela da disciplina militar, nos aplicar os respectivos castigos.».
- NOTA: Aqui fica a nossa homenagem, em memória do querido amigo Américo Rodrigues, com uma sua crónica, escrita em 2011. Até já, amigo!

Barros de Zalala, 70
anos em Coimbra !

O 1º. cabo Rui Barros, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de  Zalala,  festeja 70 anos a 29 de Dezembro de 2018.
Rui António Ferreira Barros foi atirador de Cavalaria e integrou o 2º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Carlos João Sampaio, com os furriéis milicianos Eusébio Martins, Mota Viana (depois João Rito) e Plácido Queirós.
O seu nome não consta da relação da 1ª. CCAV. 8423 que a 9 de Setembro de 1975 desembarcou em Lisboa. Nem nas de qualquer uma das outras três Companhias do BCAV. 8423. Julgamos saber que residirá na área de Coimbra. Onde quer que esteja, para ele vão os nossos parabéns!

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

7 028 - O Natal de 1974 do BCAV. 8423 e o nascer de um país novo de expressão portuguesa!

Combatentes do BCAV. 8423 em dia de Natal de 1974, todos furriéis milicianos. Atrás, Francisco Bento,
Nelson Rocha, Viegas, António Flora, António Lopes (enfermeiro), Luís Capitão e Delmiro Ribeiro. À
frente e sentados, José Fernando Carvalho, Agostinho Belo, Grenha Lopes e Armindo Henriques
 Reino, que amanhã festeja 71 anos, no Sabugal! Parabéns!
Os furriéis milicianos Bento, Reino e Viegas no dia
de Natal de 1974. No Quitexe de há 48 anos!

Há 48 anos, e por terras do norte uíjano de Angola, a mensagem de Natal do Comando do Sector do Uíge (CSU), sublinhou «a festa de família, época em que é mais viva a saudade dos parentes e amigos», embora não sendo, como podemos reportar do livro «História da Unidade», «para nós, neste Natal de 1974, que terminará a velada de armas iniciada há 14 anos em Angola».
A mensagem deixou «a
O Comando do Sector do Uíge. Carmona, 1975
 consolação de encontrar no seio do Exército numa segunda família, a mesma camaradagem diária de combatente para combatente, comungando os mesmos princípios, vivendo os mesmos bons e maus momentos», o que era evidentemente verdade, para além de que, também naturalmente muito importante, havia «a certeza de estar a cumprir uma alta missão, ajudando a construir em paz um país novo de expressão portuguesa».
O Comando do Sector do Uíge (CSU), na sua mensagem às tropas, destacava que «nesta quadra em que todo o mundo se deseja PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE, juntemos os nossos esforços para que em ANGOLA se consiga essa paz e, indiferentes a ofensas e calúnias, com a consciência tranquila, prossigamos confiantes e serenos ate ao fim, para que possamos dizer com satisfação e orgulho: MISSÃO CUMPRIDA!».
«Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, com esta saudação a todos os Oficiais, Sargentos e Praças do Sector, envio os meus votos de Boas Festas e Feliz Natal», concluía o Comando do Sector do Uíge, na sua mensagem de 1974, que respigamos do livro «História da Unidade».
Armindo Reino

Reino, furriel de Santa Isabel,
71 anos no Sabugal !


O furriel miliciano Armindo Henriques Reino, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Santa Isabel, festeja 71 anos a 28 de Dezembro de 2022. Amanhã!
Especialista de Operações Especiais, os Rangers, em curso tirado no CIOE de Lamego, o Reino tem dois dias de aniversário: o do nascimento propriamente dito (28 de Dezembro de 1951) e o do registo oficial, que é datado de 1 de Janeiro de 1952. O que não é para todos!
Foi este último que vigorou, em termos de recenseamento militar, carreira que o levou ao 3º. curso, o de 1973, do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, à Aldeia do Bispo, no concelho de Sabugal - a terra da sua naturalidade. Profissionalmente, fez carreira na GNR, força militar de que há vários anos está aposentado. 
É lá pelo Sabugal que continua a viver e é para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns!


segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

7 027 - Almeida e Brito no Sector do Uíge e Zona Militar Norte e comando da PM!

O comandante Almeida e Brito ladeado pelo capitão José Manuel Cruz, à esquerda, e pelos alferes  milicianos João Machado e Jorge Capela,  da 2ª. CCAV. 8423. No almoço de Natal de 1974
 em Aldeia Viçosa, no Uíge do norte angolano!

Notícia do Diário de Lisboa
de 26 de Dezembro de 1975

O general Carlos
Almeida e Brito


O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Carmona no dia 26 de Dezembro de 1974, onde reuniu com outros comandos militares da Zona Militar Norte (ZMN) e, noutro âmbito, mais operacional..., com responsáveis do Comando do Sector do Uíge (CSU).
Coincidência das coincidências, exactamente 2 anos depois e em Lisboa assumiu o comando do Regimento de Polícia Militar - a PM.
Há 48 anos e lá pelo Uíge do norte angolano, no entanto, a oportunidade foi tempo para o en tão tenente-coronel de Cavalaria que liderava os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 agradecer pessoalmente a mensagem de Natal do comandante do CSU, que nos sensibilizara para «a consolação de encontrar no seio do Exército Português uma segunda família, a mesma camaradagem diária de combatente para combatente, comungando os mesmos princípios, vivendo os bons e os maus momentos».
Na verdade, assim era! E já lá vão 48 anos!!

Ornelas Monteiro
A. Brito no Comando
da Polícia Militar - PM!


O tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito assumiu a 26 de Dezembro de 1975, há 47 anos, o comando do Regimento de Polícia Militar (RPM).
A unidade estava aquartelada em Lisboa, no Regimento de Lanceiros 2,  e, por curiosa coincidência, o 2º. comandante era o também já tenente coronel José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que, então como major, em Maio de 1974, era o 2º. comandante do BCAV. 8423 tendo, nas vésperas da partida para Angola, sido chamado pelo MFA a integrar este movimento na Guiné. Para onde se deslocou e onde fez a sua comissão de serviço. A equipa de comando do RPM incluía os majores de Cavalaria Ayalala Botto, Mamede e Rúben.


Martins de Zalala
faleceu há 18 anos!

O soldado Fernando Martins, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8412, faleceu há 18 anos e na Lousã, onde residia.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, jornadeou pela mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e passou também por Vista Alegre/Ponte do Dange e depois pelas cidades de Songo e Carmona, antes do «estágio» final do Campo Militar do Grafanil - nos arredores de Luanda.
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se no lugar e freguesia de Ermida, no concelho da Sertã. Pouco mais sabemos dele, a não ser que, infelizmente, já faleceu, a 26 de Dezembro de 2004, já lá vão 18 anos. Hoje o recordamos cm saudade. RIP!!!

domingo, 25 de dezembro de 2022

7 026 - O Dia de Natal de 1974 no Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange!

A consoada de Natal no Quitexe de 1974. Sentados, o capitão Fernandes, furriel Reino, comandante Almeida
e Brito, clarim Armando e capitães Falcão e Oliveira (na mesa). De frente e à esquerda, os alferes milicianos
Hermida e Cruz, com as esposas e a esposa do tenente Mora. Em primeiro plano e de cigarro na mão, sargento
 ajudante Machado, o neto e a filha do capitão Oliveira, NN, esposa do capitão Oliveira, NN e tenente Mora

Consoada do Natal de 1974. Na fila de trás, Gaiteiro, Serra, 1º.
cabo Malheiro, Aurélio (Barbeiro), 1º. cabo Mendes (de óculos),
 Miguel (condutor) e NN. Na 2ª. fila, 1º. Monteiro (de bigode). 
Cabrita, Calçada, NN, NN, Florêncio (de bigode) e NN. E quem
  são, em primeiro plano, estes 4 Cavaleiros do Norte?

O dia de Natal  de 1974, há 48 anos e no uíjano Quitexe dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, foi passado com emoção, alguns choros de saudade, muita alegria e a certeza de que esse sacrifício que era estar longe das famílias e dos chão natais valia a pena: desenvolvia-se o processo de descolonização de Angola e éramos actores desse momento histórico.
Relembro o aerograma da senhora min
Natal de 1974 em Vista Alegre. Atrás, o furriel
 Queirós (de pescoço esticado) e o 1º. cabo
Ferreira (de óculos). Quem identifica os
restantes Cavaleiros do Norte?
ha mãe, recebido dias antes: «Vais estar por aí não sei onde, nem sei como estás, pois não acredito em tudo o que me dizes, e eu estou para aqui com o coração negro. Desejo que estejas bem como dizes e recebe a benção de tua mãe, que se assina Maria Dulce».
Há 4 anos e na noite de consoada, aos 97 anos e ainda de raciocínio muito lúcido e ágil, faleceu em 2021 e con mais de 100 anos, mandou-me calar, já que «essas coisas não são para aqui chamadas».
Mandou-me calar, literalmente com todas as letras e sem permitir quaisquer trocos, que entendeu serem desnecessários. Sabe-se lá quanto sofria ela, e todas as Mães!... dos combatentes de 1974, por esse tempo nunca esquecido da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Correio idêntico terão recebido muitos outros, ou quase todos os Cavaleiros do Norte, da CCS e das e companhias operacionais, num tempo em que não havia as facilidades de comunicação de hoje, quase instantâneas, e o aerograma era a forma e o meio mais fácil de comunicar.
Almoço de Natal de Aldeia Viçosa, em 1974: furriel Melo,
alferes Capela e Machado, comandante Almeida e Brito
e capitão José Manuel Cruz

Almeida e Brito em Aldeia Viçosa,
Vista Alegre e Ponte do Dange !


O dia de Natal de 1974 e depois da consoada do Quitexe, na véspera e envolvendo a CCS e a 3ª. CCAV. 8423, que já reportámos, foi tempo de o comandante Carlos Almeida 
Natal de 1974 na escola do Quitexe, onde professorava
 a dra. Margarida Cruz, médica e esposa do alferes
miliciano António Albano Cruz
e Brito ir consoar em Aldeia Viçosa e a Vista Alegre e Ponte do Dange.
Almoçou em Vista Alegre, onde se aquartelava a 1ª. CCAV. 8423, a do capitão Davide Castro Dias, que tinha rodado da Fazenda de Zalala (a 21 de Novembro), e ainda visitou o grupo de combate que estava no Destacamento da Ponte do Dange (da mesma 1ª. CCAV. 8423), regressando no mesmo dia à vila do Quitexe mas só depois do jantar em Aldeia Viçosa, onde estava a 2ª. CCAV. 8423, a do capitão José Manuel Cruz e dos seus garbosos militares/combatentes, com eles partilhando o espírito de Natal. Por outras palavras fazendo a história desse dia, e de acordo com o livro «História da Unidade», «assim se consagrando período de Natal». Foi isso há 44 anos, mas parece que foi ontem.
Serra Mendes


Mendes, 1º. cabo da CCS,
70 anos em Abrantes !


O 1º. cabo Mendes, bate-chapas de especialidade militar da CCS, a do Quitexe, a companhia do Quitexe, festeja 70 anos a 26 de Dezembro de 2022.
Cavaleiro do Norte do parque-auto, Carlos Alberto Serra Mendes integrou o Parque-Auto da CCS do BCAV. 8423 (comandado pelo alferes miliciano António Albano Cruz) e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se em Abrantes, na freguesia de S. Vicente, a sua terra natal. Por lá continua(rá a viver, tanto quanto supomos saber agora morando no Bairro Catroga e Gaio, e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

sábado, 24 de dezembro de 2022

7 025 - A consoada de Natal de 1974 dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 em terras do Uíge angolano!


Cavaleiros do Norte na Consoada de Natal de 1974, no refeitório do Quitexe: furriel miliciano Armindo Reino,
tenente-coronel Almeida e Brito (comandante do BCAV. 8423), soldado clarim Armando Silva e capitães José
Paulo Falcão (oficial adjunto e de operações) e António Oliveira (comandante da CCS)
Amazonas do Norte da CCS, Mães Natal da Consoada de 1974
da CCS e 3ª. CCAV. 8423: Margarida Cruz, Graciete Hermida
(com Ricardo Cruz ao colo), esposa e filha do capitão António
António Oliveira e esposa do tenente João Elói Mora. A elas
elas de deveu a belíssima ceia de há 48 anos!


A consoada natalícia dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, em 1974 e a única vivida em terras do norte de Angola, foi vivida em ambiente de família, com ementas tradicionais da Europa.
Que é como quem diz: das nossas casas e famílias. 
Tal se deveu ao empenhamento, partilha e afecto das esposas dos oficiais que viviam no Quitexe, que tão carinhosamente
Natal do Quitexe de 1974. À esquerda, os furriéis milicianos
 Rocha, Fonseca (a fumar), Viegas, belo (de óculos), Ribeiro
e... À direita, Monteiro (em primeiro plano), Cândido Pires,
Costa e Machado (a fumar) e o soldado Lajes
confecionaram os acepipes de época.
A expectativa sobre um Natal africano - que seria o primeiro e foi o único... - era grande, sendo vivido longe dos frios e das neves da Europa e dos chãos e conforto das nossas casas. Sem os afectos familiares, a missa do galo, o beijar do Menino, as rabanadas e as filhós, todas as iguarias de época. Mas tudo tiveram os Cavaleiros do Norte, por obra das mãos de ouro das Amazonas do Norte, que capricharam na cozinha e esmeraram ementas: a esposa e a filha do capitão António Martins de Oliveira, comandante da CCS, e a esposa do tenente João Elói Mora, adjunto do comando da CCS (cujos nomes lamentamos não  recordar, já esquecidos na memória dos 48 anos que se passaram) e das esposas dos alferes milicianos António Albano Cruz e José Leonel Hermida - as dras. Margarida Cruz e Graciete Hermida. Que se vêem na foto. E também, lembra o alferes Cruz, a esposa do sargento ajudante Machado e a Irmã Maria Augusta, «todas empenhadas em ajudara a preparara a ceia e os doces de natal!».
O 1º. cabo Rodolfo Tomás recordou-nos o quanto de «fascinante foi vermos que, ao princípio da tarde, muitos de nós passavam junto do refeitório para se deliciarem com os cheiros a doces, canela, limão, açúcar torrado, enfim..., todos os cheiros que nos eram familiares das nossas casas». E as carnes, o bacalhau, o polvo, aletria, rabanadas, mexidos e sopas secas, até leite creme, queijo e arroz doce, tudo como devia ser..E bebidas de todos os paladares!
«Foi uma noite inesquecível, que muito se deveu à senhoras», rematou o Tomás.
Há 48 anos!
A Ordem de Serviço 301, do RC4, com a apre-
sentação, em véspera do Natal de 1973, dos futuros
furriéis Queirós, Pinto, Monteiro, Viegas e Neto

Monteiro, Viegas, Neto,
Queirós e Pinto no RC4, 
há 49 anos !

O dia 24 de Dezembro, véspera de Natal de 1973, há precisamente 49 anos!!!..., foi tempo de apresentação de 5 futuros furriéis milicianos do BCAV. 8423 «nomeados para servir no Ultramar» e em Angola. 
O primeiro grupo chegou ao RC4 às 9,30 horas, oriundo do Regimento de Infantaria 8 (RI 8), aquartelado em Braga, um duo destinado à 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Zalala:
1 - Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós, atirador de Cavalaria,  natural e residente em Braga. Está aposentado do sector comercial automóvel.
2 - Manuel Moreira Pinto, especialista de Operações Especiais (Rangers), então residente em Penafiel, agora em em Paredes.
E um trio de Operações Especiais (Rangers) e para a CCS, oriundos do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego, às 11 horas:
3 - José Augusto Guedes Monteiro, de Marco de Canaveses e agora, aposen-
tado dos Serviços de Transportes Colectivos do Porto, residente em Paredes.
4 - Celestino José Pinheiro Morais Viegas, de Águeda, que trabalhou na área administrativa e jornalística, agora já aposentado e lá residente.
5 - José Francisco Rodrigues Neto, de Águeda, que foi empresário do sector industrial e já está aposentado, continuando em Águeda.

Tobias de Santa Isabel,
Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de
Santa Isabel Raúl Ferreira, Carlos Carvalho,
Diamantino Tobias (que amanhã faz 70
anos) e Elvino Romão
70 anos em Leiria!

O soldado Diamantino Rodrigues Tobias, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Santa Isabel, festeja 70 anos no dia de Natal de 2022. Amanhã!
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, cumpriu a sua comissão militar angolana entre Santa Isabel, a vila do Quitexe e a cidade de Carmona, regressando a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 - depois de um mês no Campo Milittar do Grafanil.
O Tobias fixou-se na sua natal terra de Pernelhas, lugar da freguesia de Parceiros, em Leiria, e por lá fez toda a sua vida profissional e familiar e para ele vai o nosso abraço de parabéns!