sábado, 8 de abril de 2023

7 131 - Viagem de prazeres pelos chãos do Huambo angolano! O espirito do Acordo do Alvor!


O furriel Viegas, da CCS e em Nova Lisboa, no mês de Abril de 1975, há 48 anos e com a madrinha 
Isolina Pinheiro das Neves (viúva do padrinho Arménio Tavares) e duas das suas netas:
netas dela: Fátima e Idalina, adolescentes ao tempo e hoje mães e avós

O furriel Viegas em frente ao ex-Hotel Bimbe, na Avenida
da República, em Nova Lisboa (agora cidade do Huambo),
em Outubro de 2019



Aos 8 dias de Abril de 1975, uma terça-feira de há precisamente 48 aos, os furriéis milicianos Cruz e Viegas, ambos da CCS do BCAV. 8423 e então de passeio civil pelos chãos angolanos, voaram de Luanda para Nova Lisboa, num voo da TAAG, em busca prazerosa de continuadas férias e, no meu caso, ao encontro (de surpresa) de gente do meu sangue. Dito isto, já lá vão 46 anos!
Lá chegámos e, de táxi, fomos do aeroporto até à avenida da
Um jardim de Nova Lisboa em 1975
 República, onde ficava o Hotel Bimbe. Ali estava  a família da matriarca Isolina 
Pinheiro das Neves, filha de minha tia-bisavó Rosa e, por coincidência, viúva de meu padrinho Arménio Pires Tavares. Perceberam?
A surpresa não poderia ter sido mais afectuosa e festiva. Fomos excepcionalmente bem anfitrionados e (eu e o Cruz) logo ficámos hóspedes reais do casal Cecília Neves/Rafael Polido. E dos filhos Valter, Idalina, Fátima e Saudade. E de minha (por afinidade) madrinha Isolina. 
Nova Lisboa, cidade ainda nova e do interior angolano, surpreendeu-nos: pela modernidade urbana e pelas avenidas e jardins, mas principalmente pelo afecto que nela tivemos da tanta gente que, familiares e amigos, por lá nos recepcionaram de forma fidalga: a família Neves/Polido, o clã Viegas (o Manuel, o Aníbal e o José, avô de Edson - o actual vice-presidente da Câmara Municipal de Águeda), Orlando Rino e Figueiredo, os Mirandas, qual deles a ser mais afectuoso e companheiro.
A cidade era a calma total. Não se ouvia por lá qualquer som de guerra, não se sentia qualquer medo, a população circulava e fazia a sua vida na serenidade dos deuses. E deslumbrava-nos: pela grandiosidade da sua massa urbana, pelo desenho arquitectónico, pela grandeza dos edifícios, pela sua própria europeização. Iríamos ter, nos dias seguintes, oportunidade para a conhecer por dentro.
A revista «Notícia», de Luanda (uma capa,
na imagem), foi suspensa pela Comissão
Nacional de Defesa, há precisamente 48 anos
!


Artigos contra o espírito
do Acordo do Alvor !

Luanda tinha ficado para trás e escaparam-nos as notícias de expulsão de 12 jornalistas e da suspensão da revista «Notícia», esta por «agressão ideológica ao MFA».
As emoções do dia permitiam expectar «climas de excitação nas Forças Armadas portuguesas e incompreensão das comunidades civis e dos movimentos de libertação em relação às mesmas Forças Armadas», como reportava o Diário de Lisboa. 
Não por acaso, dois dos 12 expulsos eram João Fernandes (director) e Sousa Oliveira (autor do artigo) - ambos da «Notícia». Os restantes eram da revista «Vida Portuguesa», que circulava na África do Sul e Rodésia mas era editada em Angola, dirigida por Jorge Coutinho e suportada por empresários portugueses daqueles dois países.
Além do director, o rol incluía Carlos Bártolo, Bela Jardim, Penteado dos Reis, Domingos de Azevedo, Hamilton Moreira, Reinaldo Silva, Hélder Martins, Jill Young e Júlio Marques. 
Os artigos eram «contrários ao espírito do Acordo da Penina (Alvor) e tendentes a provocar a discórdia no seio das Forças Armadas portuguesas e entre estas e os movimentos de libertação e o povo angolano», na opinião da Comissão Nacional de Defesa, presidida pelo Alto Comissário, o general Silva Cardoso

Cavaleiros do Norte de Zalala, todos furriéis
milicianos: Jorge Barata (que hoje faria
71 anos e faleceu a 11/10/1997, em Alcains),
Queirós e 
Nascimento. Em baixo, Américo
Rodrigues (f. a 30/08/2018, de doença e em 
VN de Famalicão) e Eusébio Martins (f. a
16/4/2014, de doença e em Belmonte)



Furriel Barata de Zalala 
faria 71 anos, mas faleceu 
em 1997!

O furriel miliciano Jorge António Eanes Barata, C avaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, faria 69 anos a 8 de Abril de 2021. Infelizmente, faleceu no já distante dia 11 de Outubro de 1997, vítima de doença súbita.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, integrou a guarnição da mítica fazenda Maria João (a de Zalala) e depois as de Vista Alegre/
Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressando a Portugal e a Alcains no dia 9 de Setembro de 1975 - concluída que estava sua jornada africana fo nortenho Uige de Angola.
Contabilista de profissão, foi também futebolista do Desportivo de Castelo Branco (um excelente defesa-central) e do Cube Desportivo de Alcains, o clube da sua terra natal.
A 10 de Outubro de 1997, já noite fora e depois do treino de futebol, jantou, sentiu-se mal, seguiu de ambulância para o hospital e faleceu no dia seguinte, às 7 horas da manhã. Deixou viúva Graciosa Dias e dois filhos, o Vitor (então com 17 anos) e a Eduarda (com 12). 
Hoje o recordamos com saudade.  Até um estes dias, companheiro Barata! RIP!!!

A. Lucas e esposa no encontro de 2016

Lucas de Zalala faz 71 anos
em Castanheira do Ribatejo !

O soldado Lucas foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, a Maria João, e hoje festeja 71 anos em Castanheira do Ribatejo.
António Filipe Louro Lucas, de seu nome completo e mecânico-auto de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, ao seu natal lugar das Cardosas, freguesia do município de Arruda dos Vinhos, onde então residia. Mora agora em Castanheira do Ribatejo, freguesia do concelho de Vila Franca de Xira, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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