quarta-feira, 26 de abril de 2023

7 149 - O dia seguinte ao 25 de Abril de 1974! O adeus a Aldeia Viçosa e visitas ao Songo!

Os alferes milicianos João Machado e Carvalho de Sousa com o 1º. sargento Fernando Norte, chefe
 da secretaria da 2ª. CCAV. 8423 (já falecido), a do capitão miliciano José Manuel Cruz, que há
precisamente 48 anos deixou o quartel de Aldeia Viçosa e rodou para Carmona 
Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro,
do PELREC da CCS do BCAV. 8423, já no
Quitexe, há quase, quase... 49 anos!

A sexta-feira de há 49 anos foi o dia seguinte ao da revolução do 25 de Abril e os (futuros) Cavaleiros do Norte do BCAV-. 8423 foram dispensados para fim de semana, depois do almoço.
Rapidamente viajámos para Águeda, no SIMCA 1100 do Francisco Neto - que em Coimbra «apanhou» um manifestação de milhares de pessoas, entre a ponte do rio Mondego e a avenida Fernão de Magalhães, a  certo ponto o povo conseguindo mesmo levantar a viatura,
O Diário de Lisboa de há 46 anos,
 dia 26 de Abril de 1974, anunciando
 a libertação dos presos da PIDE/DGS
quando nela descobriram militares. Nós, ali e quase envergonhados, ali transformados em heróis da revolução!!! Mal imaginávamos a popularidade ganha de um dia para outro!
Aqui, na aldeia e procurando minha mãe, achei-a a trabalhar na sacha de um campo.
«Estás cá, rapaz?!...».
Estava, claro que estava. 
«O que é que se passou lá por Lisboa? Vocês sempre vão lá para fora?...», perguntou-me.
A euforia popular levara a que muita gente pensasse, crédula..., que mais ninguém iria para a guerra colonial. Fora o que ela ouvira falar, nas vozes da rua - pois, ao tempo, muito pouca gente tinha televisão, poucos tinha rádio e não havia as modernidades comunicacionais de hoje. 
«Segunda-feira, volto para o quartel. Vou na mesma para Angola...», respondi eu.
Ouviu-me em silêncio e sem retirar os olhos da sacha, continuou o trabalho e mandou-me ir ao cabeceiro da terra, buscar uma qualquer alfaia agrícola.

O comandante Almeida e Brito e
o capitão José Paulo Falcão (1995)



Adeus a Aldeia Viçosa
e visitas ao Songo !

Um ano depois, foi a vez e o dia do adeus definitivo a Aldeia Viçosa - onde a 2ª. CCAV. 8423, de lá saída a 11 de Março, ainda mantinha um pequeno grupo operacional, nesta data definitivamente se desactivando o quartel.
«Só a partir dessa data se completou a remodelação do executivo, que se julga ser a última até o terminar da comissão», anota o livro «História da Unidade», sobre a rotação da subunidade comandada pel
o capitão miliciano José Manuel Cruz,
O dia foi também tempo para o comandante Carlos Almeida e Brito, tenente coronel de Cavalaria, visitar a 3ª. CCAV. 8423, que no dia 24 anterior tinha rodado de Vista Alegre e Ponte do Dange para a cidade do Songo.
O tenente-coronel de Cavalaria fez-se acompanhar, nesta jornada uíjana, pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto do BCVA. 8423. E lá voltou dois dias depois, a 28 de Abril de 1975.
Ambos já faleceram: Almeida e Brito, já general aposentado e a 20 de Junho de 2003, subitamente e no decorrer de um passeio em Espanha; José Paulo Falcão, tenente-coronel aposentado, após doença prolongada e a 9 de Dezembro de 2019,, em Coimbra. 
Serra, Joaquim Celestino (que hoje faz 71 anos),
furriel Morais e Gomes, cavaleiros do Norte
do Parque-Auto da CCS

Celestino, condutor da CCS,
71 anos em Leça do Balio !


O condutor Joaquim Celestino Gonçalves da Silva, da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, comemora 71 anos a 26 de Abril de 2023.
Hoje mesmo e já parcialmente recuperado de problemas de saúde que o «atiraram» para sucessivos internamentos hospitalares
Condutor-auto de espacialidade militar, foi louvado porque «além de ter desempenhado os serviços da sua especialidade com a melhor eficiência, ainda se creditou como precioso auxiliar do pessoal encarregado da escrituração da secretaria do parque-auto». O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 181 e acrescenta que foi «militar muito disciplinado e correcto», o que o creditou como «merecedor de ser distinguido» por também «ser merecedor da estima de quem com ele privou». 
Joaquim Celestino regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua casa de Perafita, em Matosinhos. Mora agora em Leça do Balio, para onde, e para ele, um forte abraço de parabéns!

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