segunda-feira, 24 de julho de 2023

7 241 - O inaceitável ultimato da FNLA e uma coluna militar poderosa para operação de grande envergadura!


Cavaleiros do Norte da CCS na parada do Quitexe. Atrás, de pé, José Rebelo, Wilson Moreira (?), furriéis
Mosteias (de cabelo rapado, já falecido), Neto (de bigode), José Pires e Rocha (de boina), dra.
 Graciete Hermida, NN, alferes Hermida (de bigode e quico, já falecido) e... Os 3 últimos da direita são os
1ºs. cabos Pires (Fecho-eclair, mais atrás), Oliveira (de boina e braços esticados) e o soldado
Couto Soares (de quico). Na segunda fila, o Madaleno, um sapador (?), o 1º. cabo Luciano
(rádio-montador), 1ºs. cabos Coelho (Buraquinho) e Gomes (à civil) e..., quem? À frente, o 1º.
cabo Florindo (depernas para a frente) e Costa (?, rádio-telegrafista), NN, Cabrita, NN, furriel
furriel Cândido Pires e... quem é? Quem ajuda a identificar os não identificados?

O alferes miliciano João Machado e os capitães
José Paulo Falcão e José Diogo Themudo (2º.
coman
dante do BCAV. 8423) na varanda do
BC12, em Carmona e em 1975

A situação militar em Carmona, há 48 anos, evoluiu de forma rápida, na sequência das posições da FNLA, cada vez mais extremistas e de dedos apontados às tropas portuguesas.
E, em particular, aos Cavaleiros do Norte do BCAV.  8423, no caso do Uíge.
Santo António do Zaire, na fronteira com o Zaire de Mobutu Sese Seko - a actual República Democrática do Congo -, já era considerada indefensável e, relativamente a Carmona e Negage, consueravam as autoridades que seria «imperioso desencadear uma operação de grande envergadura» que permitisse às NT «controlar as duas cidades».
O livro «Segredos da Descolonização de Angola», de Alexandra Marques, que citamos, refere que, quanto às três localidades, a opção seria «abandono ou reforço de posições», pois os efectivos eram manifestamente «insuficientes para atender a todos os pontos importantes».
A guarnição do Uíge, de todo o Uíge..., estava praticamente reduzida aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e a pouco mais de meia-dúzia de especialistas, não operacionais, que «sobravam» no edifício da Zona Militar Norte (a ZMN) e Comando do Sector do Uíge (CSU). Para se ter uma ideia, de comparação, não seriam mais de 500 homens para uma área de 58 698 quilómetros, bem mais de metade de Portugal.
A 24 de Julho, o Presidente da República Costa Gomes recebeu uma sintomática mensagem de Silva Cardoso, o Alto Comissário de Portugal em Angola: era «absolutamente necessário evacuar, também e em simultâneo (com Santo António do Zaire), a tropa e a população de Carmona e Negage, pela força, se necessário fosse».

Furriéis milicianos de Zalala: Eusébio, Queirós
 e Victor Costa (de pé), Rodrigues, Barata,
José Louro e Manuel Dias. Eusébio, Dias,
Barata e Rodrigues já faleceram! RIP!!!

O ultimato inaceitável e uma
coluna militar poderosa !


Costa Gomes, ainda segundo Alexandra Marques, considerou «inaceitável» os termos do «ultimato relativo às condições de saída» de Carmona e do Negage, mas aceitava que «uma coluna militar poderosa», envolvendo «tropas especiais, artilharia, blindados e todo o apoio aéreo possível» evacuasse as duas cidades. 

A operação deveria processar-se com «algum tempo e demora».
A FNLA era a «senhora do Uíge» e queria forçar a entrada em Luanda. A 24 de Julho de há 46 anos, tomou a Barra do Dande e Caxito, mas continuava cercada no Forte de S. Pedro da Barra e no Cazenga. Luanda, aliás, acordara na véspera com combates nos bairros da CUCA e Cazenga. E prosseguiam os do Caxito, a 50 quilómetros, e especulava-se sobre a eventualidade de Daniel Chipenda estar à frente de uma coluna de blindados para forçar a reentrada na capital. Chipenda, recordemos, estava há vários dias em Carmona.
Os Cavaleiros do Norte continuavam de armas aperradas, prontos para tudo o que desse e viesse, sem se deixarem intimidar pelas permanentes ameaças da FNLA. A reunião da véspera, entre os Comandos Militares portugueses e os responsáveis da FNLA, tinha sido muito tensa - numa altura em que as NT encaravam, também, a continuada e crescente hostilidade de grande parte da população civil branca.

João P. Silva
Silva de Zalala, 71
anos em Vila Verde!


O soldado João Pereira da Silva, combatente da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, festeja 71 anos a 24 de Julho de 2023. Hoje mesmo!
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi Cavaleiro do Norte também da vila de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona,tudomterrasndoUíge angolano, e por lá conhecido como João Pereira.
Regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do norte de Angola, por terras do Uíge, e fixou-se em Assento, lugar da freguesia de Lage, em Vila Verde. Sabemos que esteve alguns anos emigrado em França e agora reside em Moure, também no minhoto município vilaverdense.
É para lá e para ele que vai o nosso abraço de parabéns!
Manuel Lopes

Lopes de Aldeia Viçosa,
71 anos em Alcanede !


O soldado atirador de Cavalaria Lopes, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423 do BCAV. 8423, festeja 71 anos a 25 de Julho de 2023. Amanhã, dia 25 de Julho de 2013.
Manuel Fernando de Jesus Lopes, de seu nome completo, foi combatente da vila de Aldeia Viçosa e depois da cidade de Carmona. Ao tempo, era residente (e ainda actualmente morador) na Aldeia de Além, freguesia de Alcanede, no concelho de Santarém. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975, depois de cumprir a sua (e nossa) comissão militar no nortenho Uíge de Angola, dividida entre Aldeia Viçosa e a cidade de Carmona.
Parabéns! E que a data se repita feliz, por muitos e bons anos, lá pelo ninho familiar da sua Praceta da Minho do Vento!

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