quinta-feira, 31 de agosto de 2023

7 279 - A evacuação do soldado Raposo para Lisboa! Greve do... mar e Cavaleiros de avião!


O soldado TRMS Rogério Silvestre Raposo e o furriel miliciano Plácido Queirós, com
um outro Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala (à direita, quem
será?). O Raposo foi evacuado para Lisboa há precisamente 48 anos

Sala de Operações do BCAV. 8423, na vila do
Quitexe: 1º. cabo Emanuel Santos, 1º. sargento
João Barata e alferes miliciano António Garcia
(falecido a 2/11/1979)
Rogério Silvestre Raposo,
TRMS da 1ª. CCAV. 8423

O soldado Rogério Silvestre Raposo, especialista de transmissões, foi evacuado de Luanda para Lisboa a 31 de Agosto de 1975. 
Há 48 anos!
Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, jornadeou pela mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, seguindo-se Vista Alegre/Ponte do Dange e Songo, antes de Carmona e depois do Campo Militar do Grafanil. Tinha sido internado no Hospital Militar de Luanda «com problemas nas pernas»
Antecipou-se ao regresso dos Cavaleiros do Norte e pôde reencontrar a filha Ana, que deixara bebé. Morava nas bandas de Sintra e ainda teve um casal de gémeos (o Ludjero e a Marisa, que viria a ser tenente da Força Aérea), tendo voltado a Angola para trabalhar como carpinteiro numa firma angolana de empresários portugueses.
O porto de Luanda (imagem da net)

Greve do... mar e
Cavaleiros de avião!


O dia 31 de Agosto de há 48 anos foi um domingo e tempo de se saber da continuada luta reivindicativa dos trabalhadores dos portos, através do Federação dos Sindicatos do Mar, exigindo «subsídio de guerra a 100% do vencimento, proteção militar, subsídio de viagem superior a 60 dias e seguro de vida de 1000 contos por trabalhador».
O Ministério dos Transportes e Comunicações respondeu: «Não ao subsídio de guerra, sim à proteção militar, talvez ao subsídio de viagem e nunca ao seguro de vida». E justificava que «o Governo Português não reconhece Angola como zona de guerra» e que «o subsídio constituiria uma injustiça face ao povo angolano e à sua luta de libertação e aos portugueses que lá continuam a trabalhar sem para tal receberem qualquer subsídio».
Mal sabiam os Cavaleiros do Norte - não sabiam, de todo... - quanto isso iria influenciar o seu regresso a Portugal. Era para ser de barco, no «Niassa» a galgar o Atlântico fora, acabou por ser de avião.

Chegada dos Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423
à Fazenda Santa Isabel, a 11 de Junho de 1974

Brito de Santa Isabel,
71 anos em Lisboa!


O Brito de Santa Isabel, soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, está hoje em festa: comemora 70 anos.
António Joaquim Faria Bacelar de Brito tem história curiosa, enquanto Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel pois, e citando o libvro «História da Unidade»,: «(...) passa(ou) à situação de desertor» a 8 de Março de 1974, porque, segundo a Ordem de Serviço nº. 60 do RC4 (da véspera) «se encontra(va) na situação de ausência ilegítima sem licença desde 28 de Fevereiro de 1974».
O que se passou, entretanto, não sabemos, mas o o certo é que embarcou para Angola a 5 de Junho desse ano e de lá regressou a 11 de Setembro de 1975 - ao Pátio da Torrinha, em Lisboa (Avenida 24 de Junho). 
Tanto quanto julgamos saber, mora(rá) agora nas Mercês (na Cruz de Morais) e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

7 278 - A morte do furriel miliciano Américo Rodrigues, Cavaleiro do Norte de Zalala!



Cavaleiros do Norte TRMS da 1ª. CCAV. 8423, a
 de Zalala: Fernando Coelho, Jorge Manuel Silva
(que hoje festeja 71 anos) e António Lago
Furriel Américo Rodrigues


O dia 30 de Agosto de  2018, há 5 anos, foi 
tragicamente assinalado com a morte, por doença, do furriel miliciano Rodrigues, que foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala.
Américo Joaquim da Silva Rodrigues foi atirador de Cavalaria de especialidade tiradas, tirada na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém e depois da recruta, e notabilizou-se na 1ª. CCAV. 8423 como gestor da vagomestria zalaliana, que assumiu de «maneira eficiente e dedicada», como se lê no louvor do comandante do BCAV. 8423, apesar de serem «funções que estavam fora da sua especialidade, mas para as quais houve que ser nomeado».


Casamento com Angelina,
a 10 de Julho de 1977
Américo e Angelina
no ano de 2018

Furriel atirador a facilitar
acção do comando!

O louvor ao furriel Américo Rodrigues foi publicado na OS nº. 165 e precisa que «impôs-se à consideração da subunidade, o que leva a afirmar ter sido preciosa a sua colaboração, pelo muito que contribuiu para facilitar a acção do comando» - a do capitão miliciano Castro Dias.
«Apreciado pela colaboração prestada aos seus superiores, não é menos verdade que de igual modo viu os seus serviços serem sempre desejados e compreendidos pelos seus subordinados, razões estas que, na mais elementar justiça, conduzem a público apreço das suas actividades militares», conclui o louvor do comando do BCAV. 8423.
Companheiro maior da jornada africana do Uíge angolano e dinamizador per-
manente e activo encontros anuais da 1ª. CCAV. 8423, o Rodrigues foi vítima de doença e faleceu há precisamente 4 anos, no dia 30 de Agosto de 2018.
Hoje, aqui e sempre, o recordamos com saudade. RIP!!!

Jorge Silva no posto
de rádio de Vista Alegre
Jorge Silva 2019

Silva, 1º. cabo TRMS, 71
anos em Cacém/Ericeira!


O 1º. cabo Jorge Manuel da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 71 anos a 30 de Agosto de 2023.
Rádio-telegrafista de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se no lugar de Corvo, freguesia de Carquerê, no município de Resende, de onde é natural. A vida profissional e familiar levou-o para Lisboa e por lá, e por mais de 30 anos, trabalhou como recepcionista-chefe da Messe de Sargentos, na Rua Luciano Cordeiro.
Aposentado, divide o seu tempo entre o Cacém e Ericeira, entregando-se aos prazeres do cuido dos seus dois netos. Parabéns!


Atirador Mendes de Zalala, 
festeja 71 anos em Oleiros !

O soldado Mendes, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 71 anos a 30 de Agosto de 2019.
Carlos Alberto Lopes Fernandes Mendes foi atirador de Cavalaria e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, quando terminou a sua comissão militar em Angola - também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona - fixando-se em Quartos, povoação da freguesia de Álvaro, no município de Oleiros - onde supomos que ainda viverá. Nada mais sabemos dele.
Onde quer que esteja, para ele aqui fica o nosso abraço de parabéns!

terça-feira, 29 de agosto de 2023

7 277 - Comissão Local de Contra-Subversão do Quitexe e UNITA a pedir diálogo político para resolver problema de Angola!

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, da da Fazenda Santa Isabel e todos furriéis milicianos: José
 Querido, Victor Guedes (falecido, de doença, a 16/04/1998), António Fernandes, Agostinho Belo (de
 óculos) e Ângelo Rabiço
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423.
 De pé, furriel João Dias, alferes Lains
dos Santos e furriel Évora Soares. Em
baixo, Carlos Costa, que hoje faria 71
 anos e faleceu a 24/04/2015, de doença
e em Azeitão, e Fernando Silva
BCAV. 8423


A quinta-feira de 29 de Setembro de 1974, há 49 anos, foi tempo de, de novo, a Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe voltar a reunir e de novo no Clube do Quitexe. 
Um ano depois, precisamente, a UNITA anunciava-se como «um movimento de libertação tranquilo» e sublinhando que «o Governo de Transição não acabou».
O movimento de Jonas Savinbi apresentou-se em Lisboa, em conferência de imprensa, por, disse José N´dele, «falta de acessos aos órgãos de comunicação angolanos» e desmentindo um acordo de cessar-fogo com o MPLA e também acções integradas com a FNLA.
José N´Dele era o 1ºº. ministro do Governo de Transição de Angola, que na prática já não existia, e deslocou-se a Lisboa para, segundo disse, «esclarecer pontos escuros» com o Governo Português. 
As «diferenças» entre os três movimentos angolanos de libertação eram enormes e José N´Dele advogou «o diálogo com representantes dos reais interesses do povo para resolver o problema de Angola». Para a UNITA, era tempo de achar e desenvolver «soluções políticas».
Manuel Vilaça
apont. de Zalala

Vilaça de Zalala, faz 71
anos em Famalicão !


O soldado Vilaça, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 71 anos a 29 de Agosto de 2023.
Manuel Joaquim Vilaça da Silva, é este o seu nome completo, foi apontador de morteiros de especiaidade militar e integrou o Grupo de Combate comandado pelo alferes miliciano Pedro Rosa - que também jornadeou por Vista Alegre/Ponte do Dange e cidades do Songo e Carmona. 
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar do norte angoano e fixou residência na sua natal terra da Barroca, lugar de freguesia de Outriz, em Vila Nova de Famalicão.
Aposentado, lá continua a residir e é frequentador permanente e sempre animado dos encontros dos «zalalas». 
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns! 
Carlos Costa, de
Zalal, o Alfama

Costa, o Alfama de Zalala,
faria 71 anos. Morreu em 2015!


O soldado Carlos Alberto dos Santos Costa, Cavaleiro do Norte da  da 1ª. CAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, faria 71 anos a 29 de Agosto de 2023. Hoje mesmo.
Infelizment3, já faleceu: a 24 de Abril de 2015.
Especialista de transmissões, o Costa, por lá popularizado como Alfama, também fez parte do Grupo de Combate do alferes miliciano Pedro Rosa e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do norte de Angola. E à sua casa da Avenida 24 de Julho, da então freguesia de Santos, em Lisboa.
O pouco que sabemos dele é de informação do furriel miliciano João Dias, responsável pelas Transmissões da 1ª. CCAV. 8423. Vivia em Azeitão, onde faleceu há pouco mais de 8 anos. 
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!! 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

7 276 - Cavaleiros do Norte a dias do regresso a Portugal! Angola invadida, a norte e a sul!

Futebol no Quitexe, equipa do Pelotão de Sapadores. De pé, Irineu (clarim), Afonso Henriques,  NN, 
Jerónimo Sousa e Américo Oliveira. Em baixo, António José da Silva Amaral (que hoje festeja 71 anos,
em Lordelo do Douro), António Calçada, 1º. cabo Fernando Grácio, NN e José Coelho (falecido
a 13/05/2007, de doença e em Penafiel)
Cavaleiros do Norte, furriéis milicianos à entrada da Casa
 dos Furriéis do Quitexe: Grenha Lopes, Viegas, António
Fernandes (de bigode) e Delmiro Ribeiro (de óculos)

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a 28 de Agosto de 1975 e a poucos dias de regressarem a Portugal, continuavam como «unidade de reserva da RMA» e muito expectantes sobre a actualidade angolana. 
O dia foi tamb+em tempo de o MPLA denunciar a invasão de Pereira d´Eça por forças militares sul-africanas.
«Forças sul-africanas continuam a violar o território angolano», acusava o movimento presidido por Agostinho Neto, dando conta que a chegada a Pereira d´Eça acontecia depois de «terem destruído completamente um centro populacional civil».
A invasão passou pelo posto fronteiriço de Santa Clara, no dia 21 e repetido a 26, neste caso continuando em Namacunde, em direcção ao Chieve.
«O que acontece neste momento na fronteira Sul não difere, na essência, do que acontece na fronteira Norte, nas fronteiras do Zaire e do Uíge», referia o MPLA, aludindo, implicitamente, «a ingerências da República do Zaire nos assuntos internos de Angola».
O comunicado do MPLA chamava, depois, «a atenção das autoridades políticas e militares portuguesas para as responsabilidades que ainda lhe cabem, na condução conjunta do país» e protestava a África do Sul «por esta violação e agressão», exigindo das suas autoridades «a retirada imediata de quaisquer efectivos militares que se encontrem abusivamente em território angolano».

Notícia do Diário de Lisboa
de 28 de Agosto de 1974

Angola poderia alimentar
50 milhões de pessoas !


Os arranjos da rede estradal do Uíge, e particularmente na ZA dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, continuava um ano antes, pelos fins de Agosto de 1974.
A segurança dos trabalhadores da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA) era, recordemos e naquela área uíjana, assegurada «sob protecção de escoltas militares» dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
O dia 28 de Agosto de há 45 anos foi tempo de Tangisina Kuzayiladio, repre-
sentante da FNLA, considerar em Budapeste (capital da Hungria) que «as ri-
quezas de Angola e do seu território inexplorado poderão alimentar 50 milhões de pessoas». O que, precisou, não se poderia concretizar «enquanto Angola não se tornar independente».
 Tangisina Kuzayiladio falava na Conferência Sobre a População Mundial, onde admitiu, todavia, que «enquanto Angola não se tornar independente, esses problemas deverão passar para segundo plano, a fim de que todos os esforços sejam desenvolvidos no sentido da obtenção da liberdade».

O sapador Amaral
em 1974/1975
O 1º. cabo Vasco Vieira e o António
Amaral, que hoje festeja 71 anos

Amaral, sapador da 
CCS, 71 anos em 
Lordelo do Douro !

O soldado sapador Amaral, da CCS do BCAV. 8423, festeja 71 anos a 28 de Agosto de 2023.
Hoje mesmo!
António José da Silva Amaral foi Cavaleiro do Norte do pelotão do alferes miliciano Jaime Ribeiro e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se na Rua do Agra, freguesia da Foz do Douto, no Porto. Fez vida profissional na área da construção civil e, já aposentado, mora agora no Bairro Nuno Pinheiro Torres, em Lordelo do Ouro, do mesmo município do Porto.
Habitual e activo participante dos encontros anuais da CCS, para ele vai o grande nosso abraço de parabéns!
IP!!! 
Tarciso Rebelo

Tarciso Rebelo faria 
71 anos! Faleceu em 
Novembro de 2021!

O soldado Tarciso Manuel da Costa Rebelo, da 1ª. CCAV. 8423, faria hoje 71 anos, dia 28 de Agosto de 2023, mas faleceu a 26 de Novembro de 2021.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala, apresentara-se no RC4 a 26 de Feverero de 1974, rodando do RI 18 (de Viaseu) a foi condutor-auto de especialidade militar e era natural de Arcos de Valdevez. Por terras uíjanas do  norte de Angola, também jornadeou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona - antes do definitivo regresso a Portugal.
Pelo Alto Minho natal, fez a sua vida pessoal e profissional e faleceu a 7 de Novembro de 2021, aos 69 anos, estando sepultado no Cemitério Municipal de S. Bento, em Arcos de Valdezes.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

domingo, 27 de agosto de 2023

7 275 - Tribunal popular do MPLA mandou fuzilar 11 elementos das FAPLA´s

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na piscina da cidade de Carmona, em 1975 e todos milicianos: alferes
Pedrosa de Oliveira e furriéis Manuel Afonso Machado (que amanhã festeja 71 anos em Braga), José
Lino, Nelson Rocha e António José Cruz

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, em momento de
lazer, no Songo e ambos furriéis milicianos: Manuel
Pinto (à viola) e João Aldeagas


Há 48 anos, a quarta-feira de 27 de Agosto de 1975 e por terras de Angola, continuou tempo de os Cavaleiros do Norte continuarem aquartelados no Campo Militar do Grafanil.
Foi tempo, também, de se saber que o MPLA, em tribunal popular, julgou e executou 6 elementos das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA´s).
As FAPLA´s eram o braço armado do movimento de Agostinho Neto e o julgamento decorreu no bairro popular do Sambizanga, suburbano de Luanda, sendo os 6 executados, e citamos o Diário de Lisboa, «acusados de roubarem, violarem e assassinarem 11 pessoas».
«O tribunal popular pronunciou-se contra os réus, que foram fuzilados em público», noticiava o jornal vespertino de Lisboa.
O Estado Maior das FAPLA´s, depois disso, emitiu um comunicado em que alertava os militantes do MPLA para «a necessidade de cumprirem, integral e conscientemente, as disposições contidas na lei disciplinar» do movimento, reafirmando «mais uma vez que toda a infracção a essa lei será punida com a justiça e a rigidez que ela permite e a gravidade que o caso impuser».
Assim iam os tempos da Angola de há 48 anos!

Notícia do «Diário de Lisboa» de
há 48 anos e sobre os fuzilamentos
de militantes do MPLA

Apelo da FNLA a favor
da união do MPLA !


Um ano antes, em 1974 e rigorosamente, a FNLA, pela voz do presidente Holden Roberto, fez um apelo ao MPLA para que «cessem sem demora os conflitos internos que só podem ser servir para os interesses daqueles que se opõem à independência imediata de Angola».
Os dirigentes do MPLA, nesse tempo de há 49 anos, estavam reunidos em Lusaka (na Zâmbia) e divididos em três tendências - a do presidente Agostinho Neto, a de Daniel Chipenda (futura Revolta do Leste) e a de Joaquim Pinto de Andrade (Revolta Activa).
As três facções, segundo Holden Roberto, «estavam longe de se entenderem e de constituírem uma única direcção que faria, com a nossa, uma única frente comum» - conclusão a que chegou em função de «fontes que nos chegam da capital zambiana», a cidade de Lusaka, onde estavam reunidos os altos dirigentes do MPLA. 
«Esquecida» estava a UNITA de Jonas Savimbi.

O Doutor Manuel
Afonso Machado

O furriel Machado organizou o
encontro 2020 da CCS. Atrás,
 1º cabo D.Teixeira e Albino Dias
Machado, furriel da CCS,
faz 71 anos em Braga !


O furriel miliciano Manuel Afonso Machado, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 71 anos a 28 de Agosto de 2023.
Mecânico de armamento de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, ao Covelo do Gerez, freguesia do concelho de Montalegre, depois louvado pelo «zelo e aptidão» com que desempenhou as suas funções de especialidade, para além de ser «militar correcto, disciplinado e disciplinador, colaborando em todos os serviços que lhe foram pedidos e granjeando a estima dos seus superiores, camaradas e inferiores».
Quadro superior da EDP, é doutorado em Ciências Empresariais pela Univer-
sidade Fernando Pessoa, desde Dezembro de 2014. Também tem o grau de mestre pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), do qual é docente convidado, e é licenciado em Contabilidade, pós-graduado em Higiene e Segurança do Trabalho, especialista em Gestão de Empresas Profissionalmente, é também Técnico Superior de Higiene e Segurança do Trabalho, acreditado pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT).
Mora na cidade de Braga e organizou o encontro da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 de 2020. Parabéns!

sábado, 26 de agosto de 2023

7 274 - A rede estradal da ZA do BCAV 8423! Uma vala comum cheia de cadáveres em Luanda!

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Reconhecem-se, em baixo, os furriéis milicianos
Amorim Martins (o quarto a contar da esquerda) e Abel Mourato (o segundo, da direita). De pé, o terceiro
da direita é o condutor Aniano Tomás. Alguém ajuda a identificar os restantes companheiros da
jornada africana do Uíge angolano?!

Militares da CCAÇ. 209, do RI/21 e última guarnição da 
Fazenda do Liberato. Aqui, na picada que hava acesso ao
Quitexe e há 49 anos começou a ser requlLificada


O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Carmona o dia 26 de Agosto de 1974, há 49 anos, onde uma vez mais participou na reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU).
O objectivo do então oficial de Cavalaria e comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 foi «estabelecer contactos operacionais» com os comandantes das outras unidades que operavam na zona, como, de resto, já acontecera nos dias anteriores 12, 14, 20 e 24 de Junho e 14, 17 e 31 de Julho, também a 5 de Julho em Sanza Pombo - onde se aquartelava a CCS do BCAV. 8324. Não confundir com o BCAV. 8423.
O capitão Victor Correia com a
esposa e o furriel José Oliveira
O dia de há 49 anos foi também data do início do «arranjo da picada do Liberato», no âmbito do plano de requalificação dos vários itinerários da rede estradal da ZA do BCAV. 8423 e que eram executados pela Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), com «protecção de escoltas militares», neste caso por Grupos de Combate dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
A Fazenda do Liberato era onde se aquartelava a CCAÇ. 209/RI 21, do capitão miliciano Victor Correia e que de lá saiu, em final de comissão, a 8 de Novembro de 1974, rodando para a unidade mobilizadora, em Nova Lisboa (agora Huambo).
Quado por lá passámos, foi.nos dito, e, Adeia Viçosa, que a picada para a Fazenda doibertao estava intrasitável. Que mais valia não arriscarmos fazer a viagem. E não fomos.
A 24, como se pode ler no livro «História da Unidade», tinham acabado os da picada para a Fazenda de Zalala e «continuavam em curso os da Estrada do Café, entre Vista Alegre e Ponte do Dange».
Notícia do Diário de Lisboa
de 26 de Agosto de 1975

Uma vala comum 
cheia de cadáveres !

Um ano depois, e continuando sem nada se saber do «nosso» Uíge, a informação da actualidade angolana que chegava ao Grafanil era de Sá da Bandeira onde, segundo o «Diário de Lisboa», este «importante centro cafeeiro e ferroviário» estava desde a véspera «em poder de unidades do movimento liderado pelo dr. Agostinho Neto» - o MPLA.
«As forças da FNLA e da UNITA capitularam e comprometeram-se a abandonar a cidade nas próximas 24 horas e toda a província de Huíla nas próximas 48», reportava o «Diário de Lisboa» de há 48 anos.
Os Cavaleiros do Norte continuavam no Grafanil, nos arredores de Luanda, onde a Polícia Judiciária «autorizou alguns jornalistas a visitar o forte de S. Pedro da Barra, evacuado recentemente por soldados da FNLA» e onde «puderam verificar horrores que atingem os limites do suportável».
A 3 quilómetros do forte e junto a uma falésia sobre o mar, reportava o «Diário de Lisboa» que «os jornalistas descobriram uma vala comum cheia de cadáveres em adiantado estado de decomposição e juncada de despojos humanos».
«Outros corpos empilhados em diversas valas não puderam ainda ser exuma-
dos, visto a FNLA ter minado o terreno», concluía o jornal vespertino de Lisboa, citando a Agência France Press.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

7 273 - Mina anti-carro na picada uíjana de Calambinga. O MPLA a controlar a situação!

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, de várias especialidades militares e na parada do Quitexe, em
1974, já lá vão 49 anos. Já faleceram o furriel João Mosteias (o terceiro, de pé, a contar da esquerda) e
 o 1º. cabo Fernando Soares, o décimo e com a braçadeira de serviço, ambos por doença
Cavaleiros do Norte do PELREC no Destacamento da Fazenda
Luísa Maria: 1º. cabo Hipólito e furriel Viegas (atrás), Caixarias,
Silvestre e Marcos

O mês de Agosto de 1974, há 49 anos e em dia indeterminado, foi tempo de «uma acção de levantamento de uma mina anti-carro na picada do Rio Calambinga».
A picada fica(va) da zona de acção dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, embora não nos lembremos da subunidade que interveio nesta delicada operação. Muito menos do especialista, do militar que procedeu ao levantamento da perigosíssima mina de guerra.
O livro «História da Unidade», de que nos socorremos, refere, sobre este período, que «foi uma actividade que não brilhou no campos dos feitos militares», até porque decorria já a directiva superior, que apontava para «a não realização de acções ofensivas», como aqui já há dias reportámos, «deixando-se de bater as áreas dos «quartéis» do IN e passando-se a apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a zona da acção».
Notícia do Diário de Lisboa de 26 de Agosto de
1975 sobre a situação em Angola

O MPLA e o «colapso
definitivo da FNLA»


Um ano depois e já com os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 no Campo Militar do Grafanil, a aguardar o regresso definitivo a Portugal, noticiava a imprensa que «a situação estava estacionária» em Luanda, onde «alguns observadores admitiam o colapso definitivo da FNLA em curto espaço de tempo».
O Estado Maior General das Forças Armadas  (EMGFA) de Portugal, em comunicado da sua 5ª. Divisão e dessa segunda-feira de há 44 anos, dia 25 de Agosto de 1975, fazia o ponto da situação:
- Luanda: A situação mantém-se calma.
- Caxito: Movimentação de forças do MPLA e da FNLA, o que «fazia prever confrontações militares nas próximas horas».
- Lobito: Situação normal e evacuação de forças da UNITA.
- Moçâmedes: Situação controlada pelo MPLA, com forças da FNLA a serem evacuadas e preparando-se a evacuação da UNITA.
- Luso: Confrontações entre forças do MPLA e da UNITA.
- Nova Lisboa: Forças militares portuguesas evacuaram 1200 civis que estavam no Alto de Catumbela, junto à fábrica de celulose.
- Sá da Bandeira: Cidade controlada pelo MPLA, desde a tarda da véspera.
- Pereira d´Eça, Roçadas e Humbe: Cidades controladas pelo MPLA, que delas expulsara a FNLA.
Carmona e toda a região do Uíge, terra da FNLA e por onde os Cavaleiros do Norte jornadearam desde Junho de 1974, até 4 de Agosto de 1975, continuava fora dos circuitos noticiosos. Raramente se falava do Uíge.
J. Laranjeira
Carlos Laranjeira

Craveiro, de Luísa Maria,
63 anos em Alvaiázere !


Carlos Laranjeira Craveiro, uíjano adoptado de Luísa Maria, está hoje em festa de 63 anos.
Professor e escritor, é filho de José dias Craveiro, da Fazenda Luísa Maria, Destacamento do BCAV. 8423, onde foi encarregado, com Eduardo Bento da Silva - contemporâneos dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
A escola trouxe-o de volta a Maçãs de D. Maria, ainda criança, e lá não voltou. Mas de lá colheu as sementes que o levaram, a 28 de Junho de 2015, apresen-
tar o livro «Cartas de chamada para regresso anunciado», em modo biográfico da epopeica aventura africana do pai e numa cerimónia que teve presença do Pai José e várias intervenções, entre as quais a do editor deste blogue.
Professor da Escola de Santa Maria do Olival, mora na cidade de Tomar e para lá, e para ele, vão os nossos parabéns!

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

7 272 - Cimeira MPLA/UNITA sem efeito! Comandante do BAV. 8423 na Fazenda Rio Duízio!


Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe. Atrás e de pé, 1ºs. cabos José Gomes (enfermeiro) e Jorge Silva
 (da 1ª. CCAV.) e António Couto Soares, que hoje festeja 71 anos na Póvoa do Lanhoso). Sentados: Humberto
 Zambujo, 1º. cabo Jorge Salgueiro (?) e José Costa. À frente: 1º. cabo José Mendes (TRMS), NN (sapador?),
Joaquim Moreira e 1ºs. cabos Alfredo Coelho (Buraquinho, de calções) e Luís Oliveira (TRMS) 
Notícia do Diário de Lisboa de há 45 anos, sobre
o «não» do MPLA aos partidos pós-25 de Abril
Jonas Savimbi (UNITA
e Agostinho Neto (MPLA)


O dia 24 de Agosto de 1975, por terras de Angola, foi tempo de se saber que continuavam diligências no sentido de concretizar a cimeira entre o MPLA de Agostinho Neto e a UNITA de Jonas Savimbi, que esteve marcada para o dia 21, dias antes, mas não se realizou.
O encontro deveria ter-se concretizado na Base Aérea nº. 9, em Luanda, mas os responsáveis da UNITA alegaram que «não tinham protecção». O cancelamento, porém, não significava, do ponto do vista do «Diário de Lisboa» desse dia, que citamos, «o fim dos contactos entre os dois movimentos»Círculos próximos do Governo davam conta que «poderá ocorrer dentro de alguns dias, num outro local de Angola, ou até mesmo em Lisboa».
A cidade de Nova Lisboa, a actual Huambo e capital da província do mesmo nome, era, ao mesmo tempo, cenário de «confrontos armados, conduzidos especialmente por elementos da Facção Chipenda», cuja situação, de acordo com o DL, «parece cada vez mais indefinida».
Os confrontos armados aconteciam numa altura em que a cidade tinha cada vez mais refugiados. Falava-se de 70 000 pessoas, 40 000 de origem europeia e 30 000 africanos, que exigiam embarcar para Portugal. E aumentava o número de refugiados, principalmente a partir de Sá da Bandeira. Esti-
mava-se que tal número chegasse aos 170 000, enquanto as evacuações para Lisboa não passava das 4 000 por semana. 
A cidade huambana, entretanto, era palco de perseguições ao MPLA, que «atingiam grande violência». De resto, tropas e muitos militantes deste movimento, perseguidos e ameaçados, «refugiaram-se nos quartéis portugueses». Aguardava-se «um contacto MPLA/UNITA para  estabelecer a sua retirada da cidade e a troca de prisioneiros».
Alferes milicianos Jaime Ribeiro, Augusto
Rodrigues e José Alberto Almeida

Comandante na Rio Duízo
e divisões no MPLA!


O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se à Fazenda Rio Duízo, no âmbito dos seus habituais contactos operacionais e sociais e no dia 24 de Agosto de 1974.
Tenente-coronel de Cavalaria, o líder dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 fez-se acompanhar, neste sábado de há 45 anos, por oficiais da CCS e autoridades civis e religiosas do Quitexe e repetia uma anterior visita, a de 14 de Julho.
O ia foi também tempo de se saber que o MPLA não aceitava «organizações políticas criadas à pressa, sob o clima do 25 de Abril», o reportava o jornal «A Província de Angola», depois de entrevistar Agostinho Neto em Lusaka. 
«São instrumentos de uma política à qual o MPLA se opõe irreversivelmente», notava o DL, também notando «as profundas divergências de opinião que dividem os líderes do partido», nomeadamente protagonizadas pelo presidente Agostinho Neto e Daniel Chipenda
Couto Soares

Couto Soares, TRMS da CCS,
71anos na Póvoa do Lanhoso!


O soldado António do Couto Soares, da CCS do BCAV. 8423, festeja 71 anos a 24 de Agosto de 2019.
Especialista de transmissões, do grupo do alferes miliciano José Leonel Hermida, este Cavaleiro do Norte do Quitexe, e depois de Carmona (no BC12), regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se na sua terra natal - o lugar e freguesia de Brunhais, no município de Póvoa do Lanhoso. De lá, emigrou para a Suíça, onde fez vida profissional, e,agora já aposentado, divide o seu tempo entre os dois países. 
Os nossos parabéns, para onde quer que hoje esteja!