O furriel Viegas na Avenida do Quitexe e em frente ao que, a 24 de Setembro de 2019, sobrava do edifício do comando do CV. 8423. Ao fundo e à esquerda, a Igreja de Santa Maria de Deus |
A placa de entrada no Quitexe, na Estrada do Café e do lado de Luanda, a 24 de Setembro de 2019, hoje se fazem 4 anos! |
O dia 24 de Setembro de 2019 foi tempo do regresso ao Quitexe, em viagem de saudade e memória e 44 anos depois de lá termos saído - a 2 de Fevereiro de 1975.
A chegada a Luanda tinha sido a 19 e todos estes dias foram de fartas emoções e grávidos de memórias, sentindo os cheiros da terra uíjana e «matando» a saudade de um tempo irrepetível e imortal da nossa vida: o da jornada que, como militares, nos levou ao norte, ao Quitexe e a Carmona - agora cidade do Uíge.
A mim, levou-me, também e como civil de férias militares, às huambanas Nova Lisboa, Silva Porto e Caala, à quanzana Gabela, às litorais Benguela, Catumbela e Lobito. E pela grande metrópole que já era Luanda, à sua baixa e locais de culto da tropa, à restinga e às praias, ir ao Mussúlo e contemplar a baía. E Viana, Catete, o Dondo, Quibala, Alto Hama, Cubal, Porto Amboim, Novo Redondo. De passagem e para o norte, o Cacuaco, o Piri, Úcua, Ponte do Dange, Vista Alegre e Aldeia Viçosa! Quantas terras mais?! Quantas gentes, tão diferentes e tão iguais!
Não sabia, quando parti de Lisboa para Luanda, mas soube quando voltei: não morreria completo, não partiria eu «todo» para o outro lado, se não tivesse voltado a Angola.
Fui e voltei feliz!
Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, milicianos: o furriel Agostinho Belo e o alferes Carlos Silva - que também foi a Além Lucunga |
Companhia de Intervenção
com muitos mortos por
rebentamento de mina!
O dia 23 de Setembro mas de 1974 foi tempo de um grupo de combate da 3ª. CCAV. 8423 se apresentar na Fazenda do Além-Lucunga, onde estava uma Companhia de Intervenção (CI), comandada por um capitão miliciano que era arquitecto paisagista e do mesmo curso dos capitães Castro Dias, José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, dos Cavaleiros do Norte, oficiais dos Cavaleitros do Norte.
O dia 23 de Setembro mas de 1974 foi tempo de um grupo de combate da 3ª. CCAV. 8423 se apresentar na Fazenda do Além-Lucunga, onde estava uma Companhia de Intervenção (CI), comandada por um capitão miliciano que era arquitecto paisagista e do mesmo curso dos capitães Castro Dias, José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, dos Cavaleiros do Norte, oficiais dos Cavaleitros do Norte.
E que tinham sido emboscada, com «muitos mortos», no rebentamento de uma mina.
«Eu fui na viatura da frente e o que encontrámos foi um terreno descampado, num fazenda abandonada à pressa, algo inóspita e despovoada, sem ninguém mas com valas e trincheiras abertas, que felizmente nunca precisámos de usar. A Companhia que pedira ajuda recuou para o Songo e esperámos por ataques que felizmente não acontecerem», recordou-nos o capitão José Paulo Fernandes.
Trincheiras que, felizmente, nunca tiveram de usar. De humano, apenas um homem que lhes pediu boleia na picada.
«Esperávamos ataques, mas nada disso aconteceu. Avisaram-nos que iríamos encontrar problemas, mas felizmente não tivemos», lembra-se José Paulo Fernandes, puxando pela memória desses dias de tensão permanente e de medos que a coragem venceu.
A fazenda, que até aí muita riqueza produzira, era bastante grande mas estava estranhamente vazia, com muitos porcos à solta, às varas enormes, e galinhas por lá perdidas, que se foram abatendo e comendo.
«Eu fui na viatura da frente e o que encontrámos foi um terreno descampado, num fazenda abandonada à pressa, algo inóspita e despovoada, sem ninguém mas com valas e trincheiras abertas, que felizmente nunca precisámos de usar. A Companhia que pedira ajuda recuou para o Songo e esperámos por ataques que felizmente não acontecerem», recordou-nos o capitão José Paulo Fernandes.
Trincheiras que, felizmente, nunca tiveram de usar. De humano, apenas um homem que lhes pediu boleia na picada.
«Esperávamos ataques, mas nada disso aconteceu. Avisaram-nos que iríamos encontrar problemas, mas felizmente não tivemos», lembra-se José Paulo Fernandes, puxando pela memória desses dias de tensão permanente e de medos que a coragem venceu.
A fazenda, que até aí muita riqueza produzira, era bastante grande mas estava estranhamente vazia, com muitos porcos à solta, às varas enormes, e galinhas por lá perdidas, que se foram abatendo e comendo.
«Grandes banquetes, por lá fizemos...», disse o «nosso» capitão Fernandes.
Um dia, elementos da OPVDCA foram-lhe dar conta que iriam abandonar o posto, por lá próximo situado, mas os Cavaleiros do Norte continuaram em Além Lucunga. Até 8 de Novembro de 1974, quando regressaram a Santa Isabel.
Um dia, elementos da OPVDCA foram-lhe dar conta que iriam abandonar o posto, por lá próximo situado, mas os Cavaleiros do Norte continuaram em Além Lucunga. Até 8 de Novembro de 1974, quando regressaram a Santa Isabel.
Rodrigues, furriel de
Zalala, faria 71 anos!
O furriel miliciano Américo Joaquim da Silva Rodrigues, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, faria 71 anos a 24 de Setembro de 2023. Hoje mesmo! Infelizmente, faleceu de doença, a 30 de Agosto de 2018.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi também vagomestre na jornada africana do nortenhom Uíge angolano, função que exerceu com farto agrado da guarnição comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias que, de resto, o louvou em Ordem de Serviço do BCAV. 8423 (a nº. 165).
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, 15 meses após a partida para Angola, e fez vida profissional e familiar em Vila Nova de Famalicão, o seu chão natal. oi desde sempre grande incentivador e animador dos encontros anuais da 1ª. CCAV. 8423 e prestativo e regular colaborador deste blogue de memórias.
Zalala, faria 71 anos!
O furriel miliciano Américo Joaquim da Silva Rodrigues, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, faria 71 anos a 24 de Setembro de 2023. Hoje mesmo! Infelizmente, faleceu de doença, a 30 de Agosto de 2018.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi também vagomestre na jornada africana do nortenhom Uíge angolano, função que exerceu com farto agrado da guarnição comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias que, de resto, o louvou em Ordem de Serviço do BCAV. 8423 (a nº. 165).
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, 15 meses após a partida para Angola, e fez vida profissional e familiar em Vila Nova de Famalicão, o seu chão natal. oi desde sempre grande incentivador e animador dos encontros anuais da 1ª. CCAV. 8423 e prestativo e regular colaborador deste blogue de memórias.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!
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