Furriéis milicianos no Quitexe: Cândido Pires (em grande plano, de bigode), Belo (de óculos), Viegas e Fonseca |
A quinta-feira de 24 de Outubro de 1974, há 49 anos, foi tempo de o comandante Carlos Almeida e Brito se deslocar a Aldeia Viçosa, para mais uma reunião de trabalhos com a 2ª. CCAV. 8423, lá aquartelada e comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Naturalmente, para abordar a situação operacional da ZA.
Uma vez mais o comandante se fez acompanhar por oficiais da CCS e o dia, uma sexta-feira de há exactamente 47 anos, foi tempo de o MPLA se anunciar como disponível para «fazer parte de um Governo de Transição» de Angola. O presidente Agostinho Neto, segundo a notícia do Diário de Lisboa do dia, acrescentou que «a FNLA e UNITA também vão fazer parte» desse Governo.
«Os militantes do MPLA vão passar da luta armada para a luta política», disse Agostinho Neto, acrescentando que «ao mesmo tempo se prepara para a integração num exército integrado angolano das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola» - as FAPLA, braço armado do mesmo MPLA.
Daniel Chipenda (Revolta do Leste), o jornalista argelino Boubakar Adjali Kapiaça e Agostinho Neto (presidente do MPLA) |
MPLA em Luanda, a UNITA
de Jonas Savimbi e o Governo
de Portugal!
O MPLA ia abrir uma sede em Luanda, mas Daniel Júlio Chipenda, líder de uma das facções do movimento, «insurgiu-se contra a assinatura do acordo de cessar-fogo entre o MPLA e os portugueses», argumentando que «o dr. Agostinho Neto não tinha o direito de falar em nome de todo o movimento» - o dito MPLA.
Daniel Chipenda falava numa conferência de imprensa
Daniel Chipenda falava numa conferência de imprensa
Jonas Savimbi, presidente da UNITA |
O dia foi também tempo para o governador do distrito do Moxico «garantir que não houve colaboração, da parte da UNITA, com as autoridades portuguesas antes do 25 de Abril».
«Houve , sim, por parte das Forças Armadas e do Governo, tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação que conduzissem a um cessar-fogo», afirmou Ferreira de Macedo, o governador do distrito do Moxico, em declarações ao jornal «A Província de Angola», explicando que as negociações com a UNITA para o cessar fogo «aconteceram depois do 25 de Abril».
A UNITA era presidida por Jonas Malheiros Savimbi e era um dos três movimentos de Libertação de Angola - com o MPLA de Agostinho Neto e a FNLA de Holden Roberto.
«Houve , sim, por parte das Forças Armadas e do Governo, tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação que conduzissem a um cessar-fogo», afirmou Ferreira de Macedo, o governador do distrito do Moxico, em declarações ao jornal «A Província de Angola», explicando que as negociações com a UNITA para o cessar fogo «aconteceram depois do 25 de Abril».
A UNITA era presidida por Jonas Malheiros Savimbi e era um dos três movimentos de Libertação de Angola - com o MPLA de Agostinho Neto e a FNLA de Holden Roberto.
a apenas 17 dias da
independência!
Um ano depois, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 já estavam em Portugal e, a escassos 17 dias da independência, Angola estava a ferro e fogo.
independência!
Um ano depois, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 já estavam em Portugal e, a escassos 17 dias da independência, Angola estava a ferro e fogo.
O MPLA controlava a maior parte do território, com as suas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA´s) em grande força operacioinal, e decretou a mobilização popular de «todos os homens entre os 18 e os 35 anos».
«Angola está sujeita a uma invasão estrangeira, a soldo do imperialismo e que se processa em várias frentes», referia o comunicado do Comissariado Político do Estado Maior das FAPLA, lido aos microfones da Emissora Oficial de Angola por José Van Dunnen, explicando também que «não se trata de enviar recrutas em instrução para a frente de combate, pois os efectivo das FAPLA são suficientes para as necessidades imediatas, mas para constituir uma força militar mais ampla, face à invasão do território».
A imprensa do dia noticiava que, na Frente Sul, «a situação mantém-se grave (...), pressionada pelas forças invasoras, constituídas por mercenários recrutados na África do Sul, pelo traidor Daniel Chipenda, e por forças regulares da-quele país». Já tinham atingido Chíbia (antiga vila General João de Almeida) e aproximavam-se de Sá da Bandeira.
A imprensa do dia noticiava que, na Frente Sul, «a situação mantém-se grave (...), pressionada pelas forças invasoras, constituídas por mercenários recrutados na África do Sul, pelo traidor Daniel Chipenda, e por forças regulares da-quele país». Já tinham atingido Chíbia (antiga vila General João de Almeida) e aproximavam-se de Sá da Bandeira.
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