o Governo de Portugal e os 3 movimentos de libertação de Angola
Coronel Craveiro Lopes comandante do RC 4, em Janeiro de 1974 |
Os soldados Vicente e Marcos e os furriéis Viegas e Neto à porta do RC4, a 28 de Março de 2017 |
Oficial de Cavalaria, já desde 26 de Dezembro de 1973 que era comandante do RC4 e viria a ser substituído a 6 de Maio de 1974, pelo coronel Luís Maria de Sousa Campeão Gouveia.
Oficial de Craveiro Lopes revelou-se um comandante exigente, áspero até nalgumas vezes, e muito disciplinador.
A posse foi, digamos, ro primeiro acto oficial do BCAV. 8423 e a cerimónia ocorreu num tempo de formação para a guerra subversiva que nos esperava em Angola, pelo que, até talvez por isso mesmo, pouca importância os futuros Cavaleiros do Norte deram ao assunto, muito embora, por dever, tivessem participado na parada oficial.
O livro «História da Unidade», referindo-se ao momento, refere que terá sido «a primeira aparição como Unidade constituída». unidade constituída», o BCAV. 8423.
Acordo do Alvor assinado e
a Angola independente !
Cavaleiros do Norte, todos furriéis milicianos: Joaquim Abrantes, Francisco Bento, Agostinho Belo, Luís Filipe Costa (Morteiros) e António Flora |
a Angola independente !
Um ano depois, Portugal e os três movimentos de libertação já tinham assinado o histórico Acordo do Alvor. Acordo que abria portas para a independência de Angola.
«A partir de agora, vós e os vossos movimentos, estão colocados perante um desafio duplo. É a esperança de todos os angolanos a exigir que homens e partidos, apesar das diferenças sociais, filosóficas e políticas, saibam encontrar soluções angolanas autênticas, baseadas na capacidade de diálogo, no espírito de cooperação e na boa vontade de servir o vosso país», disse o Presidente Costa Gomes, no encerramento e dirigindo-se aos dirigentes do MPLA, da FNLA e da UNITA que participaram na Cimeira do Alvor.
O presidente do MPLA interveio em nome dos três movimentos angolanos: «Aqui, as pretensões dos colonialistas ficaram enterradas para sempre», disse Agostinho Neto, acrescentando que «afastado o obstáculo do colonialismo, nem o povo português nem o povo angolano desejarão recuar na sua transformação progressiva, para uma nova definição do homem na sociedade».
«A dinâmica da vida - acrescentou o presidente do MPLA - só nos pode conduzir a um destino. O destino do progresso. Se recuarmos, o processo em Portugal e em Angola, este importante acordo, hoje selado, pelo estabelecimento das relações justas entre os nossos povos, romper-se-á inevitavelmente».
O dia confirmou que o almirante Rosa Coutinho deixava o Alto Comissariado e seria substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso. Jonas Savimbi, presidente da UNITA e na véspera, voou nos Transportes Aéreos de Angola (TAAG) para Luanda e Agostinho Neto para Lisboa e depois para o Porto (num avião da Força Aérea Portuguesa). Holden Roberto, presidente da FNLA, seguiu para Kinshasa, a capital do Zaire de Mobutu.
Equipa TRMS: Costa, furriel Pires, alferes Hermida, os 1ºs. cabos Oliveira e Mendes (de pé), Zambujo, Couto e 1ºs. cabos Salgueiro e Felicíssimo |
A morte do alferes
José Leonel Hermida!
O alferes miliciano José Leonel Pinto de Aragão Hermida, Cavaleiro do Norte, oficial da CCS do BCAV. 8423, faleceu há um ano, no dia 16 de Janeiro de 2023, vítima de doença e nos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Aos 76 anos!
«Foi tudo muito rápido, em dois meses, começou com uma dor nas costas em Outubro, cuidou-se no Hospital da Figueira da Foz, passou o Natal e ano novo connosco, passou para Coimbra», disse-nos a dra. Graciete Hermida, que o acompanhou na nossa jornada africana do Uíge angolano e, ao princípio da
tarde de 16 de Janeiro de 2023, foi informada do seu passamento, no Hospital da Universidade de Coimbra.
Hoje, um ano depois, o recordamos com saudade!
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