segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

7 341 - Instrução militar em Santa Margarida! Conselho Presidencial e distúrbios em Luanda!


Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, há 50 anos, no RC4 e todos milicianos e
 atiradores de Cavalaria: furriéis Mota Viana e Eusébio Martins (falecido, de doença,
a 16/04/2014 e em Belmonte), alferes João Sampaio e furriel Plácido Queirós  



Aos 29 dias de Janeiro de 1974, um domingo de há 49 anos, os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 faziam a sua instrução operacional no Campo Militar de Santa Margarida.
Os exercícios eram divididos pelo Destacamento do próprio Regimento de Cavalaria 4 (RC4) - a unidade mobiizadora e onde estava, nstalados todos os praças -,  mítica Mata do Soares e pelos arredores.
O comandante era o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito e o objectivo, para além
das técnicas militares necessárias para jovens
Os futuros furriéis milicianos Plácido Queirós e
Victor Costa (que hoje faz 72 anos em Quieluz) em
momento de «instrução» em Santa Margarida
combatentes que se preparavam para actuar nas matas de Angola (e lá sabia, eles o que isso era, ou o que seria!...), era também «instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que se constituísse um todo coeso, disciplinado e disciplinador».
O envolvimento dos futuros combatentes era muito sério e aplicado, nomeada e principalmente da parte dos futuros atiradores de Cavalaria e os especialistas de «Operações Especiais? - os Rangers.
Eram quem, na Mata do Soares e arredores, davam corpo à instrução operacional. Ao tempo de há 49 anos e já depois da inspeção da Direção da Arma de Cavalaria (DAC), a 23 de Janeiro e pelo coronel Magalhães Corrêa, preparavam-se os futuros Cavaleiros do Norte para a da Inspecção feral de Educação isia do Exército (IGEFE), prevista para o seguinte dia 31 de Janeiro.
José Ndele


Conselho Presidencial 
do Governo de Transição
de Angola!

Um ano depois e já por terras do Uíge angolano e já com essas técnicas de combate e sobrevivência bem apreendidas - e nalguns casos aplicadas... -, os Cavaleiros do Norte ficaram a saber que, em Nova Lisboa, o presidente da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, anunciou que José N´Dele «será o representante do seu movimento no Conselho Presidencial do Governo de Transição que tomará posse no dia 31 de Janeiro».
José N´Dele era natural de Cabinda (nascido a 13 de Agosto de 1940), tinha 34 anos e era licenciado em Ciências Económicas e Sociais (em Genebra, na Suíça), depois de ter feito os estudos primários no Seminário Menor de Luanda e, em 1961, com 21 anos, ter seguido para o Zaire, onde se alistou na FNLA. Era tesoureiro geral da UNITA e participara na Cimeira do Alvor.
A sua indicação para este alto cargo deixava concluir, confirmando, a posição da UNITA sobre as pretensões da FLEC quanto à independência do Enclave: era parte integrante do território angolano.
José de Assunção Alberto Ndele faleceu a 19 de Abril de 2000, na Suíça e foi sepultado em Cabinda, a 8 de Maio seguinte - depois de homenageado em Luanda, em cerimónia participada pelo presidente José Eduardo dos Santos. Deixou viúva e um filho.
Manuel Pinto e Grenha Lopes, futuros
furriéis milicianos, aqui em Santa
Margarida. Há 50 anos! 

População incitada
a fazer distúrbios !


A capital Luanda, por esse tempo de 1975, continuava tensa e, segundo a ANI, «agitadores a soldo não se sabe de quem, andam pelos subúrbios a concitar a população a fazer distúrbios no dia 31 de Janeiro, data da posse do Governo de Transição que há-de levar Angola à independência».
O MPLA, em comunicado, apelou aos seus militantes e simpatizantes para «denunciarem os agitadores que consigam identificar» e, por outro lado, aconselhava-os a «não se deixarem arrastar por manobras que só poderão desprestigiar o movimento».
Jonas Savimbi, da UNITA e discursando em Nova Lisboa, também de distanciou destes agitadores e citando «fontes seguras» disse que poderiam estar relacionados com «as forças que se preparam, em Portugal, para um contra-golpe e, quiçá, denunciarem os acordos entre os movimentos de libertação e Portugal».
A FNLA, por seu lado, deu conta que os seus representantes no Governo de Transição iam «chegar a Luanda», mas não revelou os seus nomes.

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