na memória e história dois Cavaleiros
do Norte do BCAV. 8423!!
Dias, das «mecânicas» de
O furriel miliciano Manuel Dinis Dias foi mecânico-auto da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e faleceu, de doença e em Lisboa, a 20 de Outubro de 2011.
Oriundo de Oliveira do Hospital, estava ao tempo do serviço militar a trabalhar na capital portuguesa e lá continuou, depois da jornada africana do Uíge angolano. Por lá foi louvado «pela maneira eficiente e cuidada como exerceu as suas funções, garantindo, com o seu esforço e dedicação, a operacionalidade das viaturas da sua subunidade».
O louvor proposto pelo capitão miliciano Davide Castro Dias, comandante da 1ª. CCAV. 8423, sublinha que «torneando todas as dificuldades surgidas e recuperando permanentemente o material a seu cargo, conseguiu assim recuperar os esforços que a este eram pedidos, quer devido ao seu muito uso quer às condições dos itinerários em que eram obrigados a actuar esses meios».
«O zelo demonstrado no seu trabalho, a prontidão da sua execução e o seu espírito de servir constitui, por si só, motivo da consideração e apreço do Comando directo que serviu, tornando-o merecedor da distinção agora conferida», destaca o louvor, publicado na Ordem de Serviço nº. 160 do BCAV. 8423.
O furriel mecânico Dias regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à Rua Diogo Couto, em Lisboa. Na capital fez vida, casou e foi pai da Ana Filipa Dias.
Foros de Salvaterra!
Chegou a Angola no dia 4 de Junho de 1974 e de lá voltou a 10 de Setembro de 1975, depois de ter passado por Aldeia Viçosa e Carmona - a actual cidade do Uíge.
Profissionalmente, fez carreira na GNR e nas Brigadas de Trânsito (BT), atingindo o posto de sargento-mor, agora já aposentado. Vive em Foros de Salvaterra, ainda por lá ocupando o seu tempo nas áreas da segurança e da agricultura. Para ele vai o nosso abraço de parabéns!
Natural de Mira, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 e trabalhou toda a vida civil (como enfermeiro) no Porto, radicando-se em Baguim do Monte, município de Gondomar. Foi sempre um infaltável dos encontros dos «zalala´s».
Faleceu subitamente, vítima de doença desconhecida, na madrugada de 2 de Novembro de 2020, na sua residência e aos 69 anos, celebrados no 21 de Outubro de 2020, imediatamente anterior.
Cavaleiro do Norte da mítica de Zalala e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, do Songo e de Carmona (actual Uíge), tinha-se apresentado no BCAV. 8423, mobilizado para a 1ª . CCAV 8423, a 28 de Fevereiro de 1974, em Santa Margarida e rodando do Regimento do Serviço de Saúde (RSS), em Coimbra.
Hoje o recordamos com saudade!
Notabilizou-se em Carmona, a 13 de Abril de 1975, «durante uma manifestação não autorizada superiormente» e na qual se verificou «confronto entre elementos de 2 movimentos emancipalistas, com uso de armas de fogo na via pública».
O alferes Meneses Alves «actuou de forma rápida, decidia e enérgica, não deixado dúvidas quanto à determinação do pequeno grupo que comandava, com o que conseguiu a detenção de dois dos elementos em confronto e ainda, de imediato, ter feito abortar a manifestação». O facto justificou louvor do comandante do BCAV. 8423.
Meneses Alves foi empresário do sector da alimentação e transformação de carnes, em Leiria, e ali faleceu (de doença grave) a 16 de Maio de 2013. Não sem que, antes (e por duas vezes), conhecendo já o seu destino, organizasse encontros de despedida da família e dos amigos. Ver AQUI.
Cavaleiro do Norte de Zalala e
o bruxo de Penafiel!
O soldado Agostinho Mendes Moreira foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala. Foi assaltado e morto à pancada na madrugada de 21 de Outubro de 2009.
Já na vida civil, tornou-se conhecido nacionalmente por exercer actividades ligadas à bruxaria - funções que não lhe eram conhecidas dos nossos tempos de Angola -, ganhando, por isso, o epíteto de Bruxo - o popular Bruxo de Rio de Moínhos.
A 21 de Outubro de 2009, foi encontrado pelo padeiro do dia, na sua casa do Sobreiro (onde vivia com um irmão deficiente), e estava seminu, deitado de barriga para baixo e com as mãos amarradas. Brutalmente assassinado à pancada e o móbil do crime foi o roubo, já que desapareceram 300 000 euros que, em notas, guardava em casa.
O assalto foi feito por 5 homens, todos seus conhecidos, mas dois deles viriam a ser absolvidos do crime de assassinato. Um, porém, foi condenado a 20 anos de cadeia, dois outros, e cada um, a 19 anos - todos os três responsáveis pelo assassinato Dois outros, a 6 e 7 anos, condenados apenas por roubo.
Ver AQUI e AQUI
Alferes Pedrosa de Oliveira
O alferes miliciano Pedrosa, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, está hoje em festa, dia 22 de Outubro de 2024: faz 72 anos.
Luís António Pedrosa de Oliveira, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria de especialidade militar, cursada na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, sendo Cavaleiro do Norte da sub-unidade comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Por lá, pelo Quitexe e por Carmona, cumpriu a sua jornada africana do Uíge angolano, regressando à sua Marrazes natal, em Leiria, a 10 de Setembro de 1975.
Por lá continua, já aposentado e depois de vida profissional dedicada a actividades empresariais ligadas ao sector comercial. E, sabemos, está de boa saúde. Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
O dia 22 de Outubro de 1974, há 50 anos, foi o do adeus do furriel miliciano Fernando Manuel Mota Viana à 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala), rodando para Luvuei, no leste de Angola, onde passou a integrar a 1ª. CART do BART 6321.
O Mota Viana tinha sido «apanhado» sem boina, na estrada do Quitexe, e foi castigado pelo comandante Almeida e Brito. Achou este que, por ser graduado e filho de um oficial do Exército (o capitão Viana), tinha mais obrigação de dar o exemplo quanto ao atavio militar, castigando-o com 15 dias de prisão disciplinar agravada, que o CSU aumentou para 20, o que implicou a sua rotação.
A transferência «na situação de diligência» (o que suavizou o castigo) teve despacho do Comandante da Região Militar de Angola, a 22 de Outubro de 1974 (hoje se fazem 50 anos), publicado na Nota 38364/1, de 28 de Outubro do mesmo ano e do Quartel General da RMA, depois replicada na Ordem de Serviço nº. 265, de 13 de Novembro e do RC4 - a unidade mobilizadora.
e a população civil
O ciclo de cinema dinamizado pelo Gabinete de Acção Psicológica (GAP) do BCAV. 8423 terminou a 23 de Outubro de 1974, há 50 anos e depois de exibições nas várias subunidades da Zona de Acção (ZA) dos Cavaleiros do Norte.
A iniciativa começara no dia 10 anterior e era coordenada pelo alferes miliciano José Leonel Hermida (falecido a 16/01/2023, de doença e na Figueira da Foz), o oficial de acção psicológica e aquartelado no Quitexe.
O projectista era o 1º. cabo Rodolfo Tomás, especialista como rádio-montador militar, mas que tinha experiência civil nessa área. Aliás, inclusive, prestou esse serviço aos vários cinema civis do Uíge.
A quinta-feira de 24 de Outubro de 1974, há 50 anos, foi tempo de o comandante Carlos Almeida e Brito se deslocar a Aldeia Viçosa, para mais uma reunião de trabalhos com a 2ª. CCAV. 8423, lá aquartelada e comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.
O comandante fez-se acompanhar,uma vez mais, por oficiais da CCS e o dia foi tempo de o MPLA se anunciar como disponível para «fazer parte de um Governo de Transição» de Angola.
«Os militantes do MPLA vão passar da luta armada para a luta política», disse Agostinho Neto, acrescentando que «ao mesmo tempo se prepara para a integração num exército integrado angolano das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola» - as FAPLA, braço armado do mesmo MPLA.
Liberato e mudanças
em Vista Alegre !
O dia 25 de Outubro de 1974, há 50 anos, foi tempo de alterações no dispositivo militar do BCAV. 8423 - assunto que o livro «História da Unidade» considerava «por demais importante».
Assim, nele se lê, «abandonam o Subsector a CCAÇ. 209, que regressará à sede a 8 de Novembro, e a CCAÇ. 4145, a qual, a partir de Novembro, se irá instalar no Sector de Luanda».
A CCAÇ. 209 era oriunda do RI 21, de Nova Lisboa, no Huambo, e estava aquartelada na Fazenda do Liberato. Era comandada pelo capitão Victor Correia (casado com uma senhora holandesa) e a ela pertencia (embora na altura não soubesse) o furriel José Marques de Oliveira - meu companheiro de escola, em Águeda. Natural do Caramulo.
A CCAÇ. 4145 estava aquartelada em Vista Alegre e tinha um destacamento na Ponte do Dange.
A notícia «saiu» da reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona, na qual participou o comandante Almeida e Brito e ficou a saber-se, também, que «para solver estas situações, em meados de Novembro começará a 1ª. CCAV. a tomar conta da área de Vista Alegre».
Manuel Alcides Eira, 2º. sargento enfermeiro |
Enfermeiro de especialidade militar, tinha cumprido a primeira comissão em Moçambique, como furriel miliciano e entre 1966 e 1968, na zona de Niassa. Em 1971, partiu para a primeira comissão em Angola. A Angola voltou em 1975, para a 2ª. CCAV 8423, e, finda a jornada africana, prosseguiu carreira militar na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas.
A 30 de Setembro de 2021, foi sujeito a uma intervenção de natureza cardiológica, combatendo uma arritmia - que, tendo corrido «muito bem», no entanto lhe cria algumas limitações. Nada que não encra com optimismo!
Parabéns e, pelo menos, até daqui a um ano!!! Grande abraço!
Furriel Plácido Queirós |
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua Braga natal, e trabalhou no área comercial do sector automóvel. Agora e já aposentado, passa os seus bons dias a fortalecer a comunhão familiar e em permanente confraternização com os «zalala´s». Não falha um convívio e, activamente, participa na organização!
Para ele vai o nosso abraço de parabéns!