terça-feira, 19 de agosto de 2025

-Há 50 anos: Cavaleiros expectantes no Grafanil e o retorno a Portugal de 350 000 portugueses !

 

Cavaleiros do Norte  no Quitexe: Mendes (?) e 1ºs. cabos Domingos Teixeira (o
estofador (atrás) e João Monteiro (Gasolinas), Américo Gaiteiro e 1º. cabo Porfírio
Malheiro (sentados), Alípio Canhoto (com a arma na mão e outra mão na 
cabeça) e, à direita, António Pereira (já falecido)


Os dias de Angola e de Agosto de há 50 anos pareciam não passar para os Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423, ansiosos por voltar aos seus chãos natais.
Aquartelados no Campo Militar do Grafanil, continuavam como «unidade de reserva da RMA» e, por isso mesmo, permanentemente na iminência de intervir em qualquer escaramuça mais grave - como já acontecera no Bairro do Saneamento.
Ao mesmo tempo, milhares de portugueses fugiam da guerra angolana e chegavam a Lisboa - os chamados retornados - e um grupo organizado preparou um comício na capital portuguesa, a 19 de Agosto de 1975, há 50 anos, e exigiram «a intensificação do transporte de angolanos para a metrópole».
Transporte, reportava o «Diário de Lisboa» de há 50 anos, «através de 
Caixotes com bens de portugueses
a abandonar Angola, há 50 anos (net) 
todos os meios, incluindo (...) o fretamento de outras unidades e estudar, com urgência, a colocação dos desalojados nas respectivas empresas, formação de escolas ou criação de turnos especiais nas escolas e liceus para os filhos dos desalojados».
Estas e outro tipo de situações tardiamente (e mal) chegavam ao conhecimento dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 que, na verdade e nos últimos dias em terras de Angola, continuando expectantes quanto ao regresso a Portugal, eram continuadamente solicitados por uma «bateria» de pessoas 
a pedir ajuda, nomeadamente para mandar património para Lisboa: mobiliários e equipamentos domésticos, automóveis, outro e todo tipo de bens, tudo o que fosse riqueza  pessoal que, por nada, queriam abandonar.
Mas quantos e quantos voltaram com a roupa que vestiam, uma ou duas pequenas malas, tudo coisa pouca..., por lá deixando toda uma vida de trabalho!

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