Notícia do Diário de Lisboa de 11 de Agosto de 1975. O MPLA admita declarar unilateralmente a independência de Angola, antes de 11 de Novembro - a data prevista pelo Acordo do Alvor |
O presidente do MPLA admitia a 11 de Agosto de 1975, a possibilidade de o seu movimento «declarar unilateralmente a independência de Angola, antes de 11 de Novembro, a data prevista no Acordo do Alvor». «Nunca se sabe, é uma hipótese», disse Agostinho Neto em Luanda, numa entrevista à AFP, acrescentando que «tudo depende do comportamento das forças em presença».
Em Abidjan, capital da Costa do Marfim, José Eduardo dos Santos e Victor Carvalho, delegados de Agostinho Neto, denunciaram «as violações sistemáticas dos Acordos do Alvor e de Nakuru, prepertadas pela FNLA» e deram conta da «situação de guerra que se generaliza» em Angola.
O presidente do MPLA, por sua vez e em Luanda, acrescentava «ser ainda muito cedo para se falar de paz em Angola», embora se declarasse «optimista quando à situação militar». E que «sempre fomos optimistas, mesmo quando nos julgavam desfeitos».
«Há alguns recontros em Angola, mas para o MPLA tudo está a correr bem», sublinhou Agostinho Neto.
Ao mesmo tempo, Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire, recebeu os presidentes da FNLA (Holden Roberto, seu cunhado) e da UNITA (Jonas Savimbi» - movimentos que estavam fora de Luanda.
O líder da FNLA tentou até (sem conseguir) falar com Valery Giscard D´Estaing, presidente da França (em visita oficial ao Zaire), e Savimbi partiu dali para a Tanzânia, onde iria informar o presidente Julius Nyerere da situação angolana e pedir apoio para o seu movimento.
E os Cavaleiros do Norte?
Continuavam no Campo Militar do Grafanil como unidade de reserva do MFA e tinham ocorrido à emergência militar que, no Bairro do Saneamento, tinha confrontado o MPLA com a FNLA. Desta participação, não tenho grandes referências - nem mesmo da grandeza dessa intervenção, que coincidiu com a estreia de fogo de um batalhão português que por esses dias estava a chegar a Luanda, mais ou menos convencido que iria passar umas férias. Não foi assim!
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