terça-feira, 11 de agosto de 2015

3 218 - MPLA admitiu declarar unilateralmente a independência!

Campo  Militar do Grafanil, em foto de Jorge Oliveira (1973). À direita, 
vê-se o anfiteatro do cinema ao ar livre. Por aqui passaram muitas vezes os 
Cavaleiros do Norte, nas últimas semanas da jornada africana
 de Angola

Notícia do Diário de Lisboa de 11 de
Agosto de 1975. O MPLA admita declarar unilateralmente
a independência de Angola, antes de 11 de Novembro - a
data prevista pelo Acordo do Alvor
O presidente do MPLA admitia a 11 de Agosto de 1975, a possibilidade de o seu movimento «declarar unilateralmente a independência de Angola, antes de 11 de Novembro, a data prevista no Acordo do Alvor». «Nunca se sabe, é uma hipótese», disse Agostinho Neto em Luanda, numa entrevista à AFP, acrescentando que «tudo depende do comportamento das forças em presença».
Em Abidjan, capital da Costa do Marfim, José Eduardo dos Santos e Victor Carvalho, delegados de Agostinho Neto, denunciaram «as violações sistemáticas dos Acordos do Alvor e de Nakuru, prepertadas pela FNLA» e deram conta da «situação de guerra que se generaliza» em Angola.
O presidente do MPLA, por sua vez e em Luanda, acrescentava «ser ainda muito cedo para se falar de paz em Angola», embora se declarasse «optimista quando à situação militar». E que «sempre fomos optimistas, mesmo quando nos julgavam desfeitos». 
«Há alguns recontros em Angola, mas para o MPLA tudo está a correr bem», sublinhou Agostinho Neto.
Ao mesmo tempo, Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire, recebeu os presidentes da FNLA (Holden Roberto, seu cunhado) e da UNITA (Jonas Savimbi» - movimentos que estavam fora de Luanda. 
O líder da FNLA tentou até (sem conseguir) falar com Valery Giscard D´Estaing, presidente da França (em visita oficial ao Zaire), e Savimbi partiu dali para a Tanzânia, onde iria informar o presidente Julius Nyerere da situação angolana e pedir apoio para o seu movimento.
E os Cavaleiros do Norte?
Continuavam no Campo Militar do Grafanil como unidade de reserva do MFA e tinham ocorrido à emergência militar que, no Bairro do Saneamento, tinha confrontado o MPLA com a FNLA. Desta participação, não tenho grandes referências - nem mesmo da grandeza dessa intervenção, que coincidiu com a estreia de fogo de um batalhão português que por esses dias estava a chegar a Luanda, mais ou menos convencido que iria passar umas férias. Não foi assim!

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