Fátima e José Bernardino, com as filhas, Albano Resende, furriel miliciano
Viegas e capitão Domingues, primo de Fátima e que esteve colocado no Comando
de Sector do Uíge, no tempo dos Cavaleiros do Norte em
Carmona. Em Luanda, há 40 anos!
O início da ponte aérea foi noticiado na 1ª. página do Diário de Lisboa de 12 de Agosto de 1975 |
Os Cavaleiros do Norte, por estes dias de há 40 anos, continuavam no Grafanil e aguardando o regresso a Lisboa. As comissões militares tinham sido reduzidas para 15 meses e nós já íamos precisamente nos... 15!! Faltava saber o dia do embarque e, até aí, esperar que tudo corresse sem problemas.
Por mim, o tempo livre era para «vadiar» pela cidade e achar-me com amigos civis que por lá faziam vida e se dividiam em dúvidas: ficar, ou regressar à Europa?
O Diário de Lisboa de 12 de Agosto de 1975 noticiou, na primeira página, o início da ponte aérea - com a chegada, a Lisboa, de um avião de escala (de Luanda) e dois de Nova Lisboa. E um outro, ao princípio da tarde, «com gente a quem, muitas vezes, falta tudo, desde a roupa mais necessário, à comida e ao dinheiro para as primeiras voltas e a subsistência».
Em Luanda, seguindo o mesmo DL, «reina(va) a calma». Os últimos efectivos da FNLA foram desalojados do forte de S. Pedro da Barra e abandonaram Luanda por via marítima. O forte foi ocupado pelas tropa portuguesa. Os militares deste movimento que integravam as Forças Mistas estavam aquartelados no Grafanil e expectava-se a sua evacuação para o dia 12 de Setembro.
A UNITA apenas lá tinha (em Luanda) um funcionário - que iria partir para Nova Lisboa. Aqui e «depois de violentas confrontações», era o MPLA que retirava. «As tropas da FNLA e da UNITA iniciaram uma verdadeira caça aos homens do MPLA», relatava o vespertino de Lisboa, sublinhando que havia «grande número de desaparecidos, saques e destruição de habitações».
Ao norte de Luanda, perto do Caxito, e em Moçâmedes (tal como em Nova Lisboa) «os três movimentos de libertação trava(va)m combates sobre combates, procurando alargar a sua zona de influência».
Instalados em Viana, na casa de Manuel Cruz (que já tinha voltado a Águeda e a deixara ao cuidado do amigo Gilberto Marques), saímos (eu e o Neto, que o Monteiro trabalhava na secretaria) em raides pela cidade, ao encontro dos prazeres e dos sonhos dos 22/23 anos. Por lá me encontrei com muitos conterrâneos: as famílias Resende (foto) e de José Martinho (PSP), Neca, Cândida e outras.
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