Militares da 1ª. Companhia das Forças Militares
Mistas, na parada do BC12, em Carmona (Junho de 1975)
O tempo de Junho de 1975, em Carmona, foi de criação da 1ª. Companhia das Forças Militares Mistas (1ª./FMM), formada por elementos da FNLA e da UNITA - e que seria (mas não chegou a ser) uma parte do futuro exército angolano.
Não foi e fartas dores de cabeça nos deram, no período de formação, ministrada pelos quadros das NT. Ao alferes Garcia (na foto à esquerda), comandante do PELREC, coube a tarefa de ensinar técnicas de tiro. Era o oficial de instrução, comigo e o Neto (ambos furriéis de Operações Especiais, como ele) na função de monitores.
A instrução era dada na carreira de tiro, no meio de um capinzal por que se descia, na frente do BC12, e não foram nada simpáticos alguns momentos por lá passados, nomeadamente resultantes da evidente inabilidade e falta de pontaria dos instruendos, com linhas de tiro completas sem uma vez acertarem nos alvos. Não acertavam nos alvos, acertavam onde? Era esse o problema, pois não se sabia, nunca se sabia!, para onde atiravam e a segurança da carreira de tiro ficava extremamente fragilizada. Perigosa!
Um dia, de farda nº. 2 (a de saída) vestida, um jovem tenente das FMM ousou disparar, no intervalo de duas linhas de tiro, sem dizer «ó burro, queres palha?!». Foi avisado pelo alferes Garcia, o oficial de tiro. Repetiu a gracinha, porém o tenente e, numa vez seguinte, indiferente às normas e à segurança, ousou assumir a sua patente de tenente, superior à do oficial de tiro (alferes).
Rapou, porém, o alferes Garcia de uma G3 e disparou, de rajada!!! À volta dele! Ai o que aconteceu: «desapareceu» o jovem tenente na nuvem de pó vermelho que se levantou à sua volta e todos nos alarmámos. Teria acontecido, o quê? Mas desapareceu o pó e lá estava o jovem tenente, mais branco que o negro da sua cor de pele, de pé, hirto e sem mexer um sapato! Foi remédio santo. Não mais ousou ele, em toda a instrução, dar um tiro na respectiva carreira, sem a ordem/autorização do respectivo oficial!
Estes "militares" das forças mistas, foram dos maiores "cromos" que conheci,dava mesmo a ideia que a sua origem esteve em alguma revista de banda desenhada e de onde eles fugiram com as divisas.
ResponderEliminarO pelotão do alferes Garcia, com os furriéis Neto e Viegas tiveram de ir a um bairro dos arredores de carmona para resolver uma maca e foi uma carga de trabalhos com alguns desses militares que andavam sempre armados, eu era enfermeiro e mandaram-me fazer uns curativos e quiseram agarrar-me e então o garcia deu um berro e correu, com o Neto e o Viegas que prenderam uma meia dúzia deles e foram-os entregar ao quartel da Pide, onde era o quartel das forças mistas.
ResponderEliminarFlorindo