A viatura alvo da mina anti-carro, perto da Fazenda
de Santa Leocádia, de que resultou um morto e 6 feridos
Os Cavaleiros do Norte tinham o Sub-Sector do Uíge como Zona de Acção (ZA) e tal movimentação militar, completou «o esforço operacional do Subsector, em procurar actuar sobre os refúgios», do IN. Fosse lá pelo que fosse, esta 1ª. CART «foi retirada ao Subsector a 28 de Julho» - apenas dez dias depois. O Livro da Unidade não explica porquê.
Luanda já então fervia de incidentes. A situação era tensa e tais «macas», a 15 de Julho, uma segunda-feira, resultaram em 12 mortos e 60 feridos. A 16 de Julho, o dia seguinte, registaram-se mais16 mortes e 63 feridos. A 19, hoje de completam 38 anos, mais três mortos e sabe-se lá quantos mais e mais feridos. Nem todos terão sido registados pelas autoridades, que gradualmente iam perdendo o controlo dos acontecimentos. Neste mesmo dia, o general Silvino Silvério Marques, governador-geral de Angola, foi chamado a Lisboa, devido à forte contestação das estruturas do MFA local e aos graves confrontos dos últimos dias.
Era acusado de estar implicado num golpe de Estado na colónia para a proclamação de uma «independência branca». Viria a ser exonerado, no dia 22 de Julho - dia em que, em Luanda, se realizou uma Assembleia Geral do MFA de Angola e o major Pedro Pezarat Correia acusou oficiosamente os capitães José Clementino Pais e Pedro Caçorino Dias e os alferes miliciano Alfredo Marques Aparício e Nuno Cardoso da Silva de organizarem células de sabotagem e contra-resistência.
A 20, mais dois mortos na capital angolana. Já a 23, a Junta de Salvação Nacional resolveu criar uma Junta Governativa de Angola, que viria a ser liderada pelo vice-almirante António Rosa Coutinho, acumulando o cargo com o de Comandante-Chefe das Forças Armadas. No terreno e bem perto de nós, nesse mesmo dia 23 e em Quivuenga-Senguele, o Exército Português sofreu um morto (da incorporação local) e 6 feridos, em ataques da FNLA, em resultado de uma mina anti-carro, perto da fazenda de Santa Leocádia. Eram do BCAÇ. 5015.
Como se vê, não ia fácil a vida da tropa portuguesa por terras de Angola. Em Carmona, a cidade mais próxima e capital do Uíge, a situação levou à mobilização de um grupo de combate da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, para patrulhamentos na área suburbana da cidade.
Vida fácil? Ai, ai, vida fácil!!!...
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